Cinco perguntas para Nathália Ely

Jornalista lançou o canal no YouTube 'NatHistórias' em meio à pandemia

Nathália Ely - Divulgação

1- Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou Nathália Ely da Silveira, nasci em Porto Alegre/RS. Sou jornalista, locutora, produtora de conteúdo digital, contadora de histórias e protetora de animais.

2- Alguns jornalistas se consideram como contadores de histórias. Você concorda com essa afirmação e por quê? 

Com certeza! Jornalistas são verdadeiros contadores, mas de uma maneira diferente, de histórias da vida real. Toda a notícia é a contação de um fato pela perspectiva de quem está descrevendo-o. Seguindo sempre, claro, os critérios de noticiabilidade e respeitando a veracidade dos acontecimentos. Tentando descrevê-los da maneira mais real possível. Os contadores de histórias também podem contar fatos reais, mas de um jeito mais lúdico. Podemos usar fatos reais para criarmos histórias. Mas, principalmente, trabalhamos mais com a imaginação. Na contação de histórias, buscamos trabalhar as emoções, estimular a criatividade, a fantasia do nosso interlocutor - seja ele de qualquer idade, porque histórias são contadas para crianças até idosos.

3- Como foi a ideia de criar o canal no YouTube 'NatHistórias' e quais as expectativas?

Neste momento, por estarem em quarentena, percebi muitas mães se queixando de não ter muitas atividades para distrair as crianças. Eu já era contadora de histórias, mas atuava de forma voluntária em hospitais infantis, junto à ONG Viva e Deixe Viver. E sempre amei fazer isso! Comecei de uma forma bem simples, mesmo, só intermediando a leitura, mostrando sempre os livros. No entanto, eu sempre acho que a gente pode melhorar, então comecei a fazer cursos, me aprofundar não só na técnica, mas no conhecimento, na literatura. A intenção é poder, com meu trabalho, ajudar em outros temas como conhecer e reconhecer sentimentos, e por meio das histórias, estimular a falar de assuntos importantes, como racismo, valorização da diversidade, a força da mulher. A expectativa é tornar isso em algo rentável, quem sabe com apoios no canal, mas também sair do virtual e ser contratada para contar histórias em eventos (aniversários, festas, eventos corporativos). Desejo mesmo me tornar referência para mostrar o quanto a contação de histórias é importante. As palavras que guiam esse meu trabalho é: contar, amor, prosperidade, informar, aprender e viver. Não é um sonho: trabalhar com o que se ama, ajudando adultos e crianças, e poder me sustentar com isso? Eu vou chegar lá!

4- O lançamento da websérie 'Assunto de Adulto e de Criança' no canal foi em outubro, justamente no mês das crianças. Quais os resultados alcançados com os programas veiculados?

A websérie 'Assunto de Adulto e de Criança' surgiu justamente da união da contadora de histórias com a jornalista, na busca da informação para ajudar pais, mães, cuidadores, a conhecerem maneiras de abordar certos assuntos, como sexualidade por exemplo, com as crianças. Para tanto, fui buscar especialistas no assunto. E assim, já tive bons retornos de pessoas me agradecendo pelo conteúdo, elogiando o trabalho. Em questão de números, a websérie ajudou a divulgar o canal e teve até um certo crescimento de inscritos. Mas, sobretudo, os melhores resultados que posso ter é saber que alguém viu um dos episódios e desmistificou, começou a trabalhar com a criança. A ideia principal é valorizar a criança. É dar a importância para ela desde o início. Assim, a criança vai ser mais feliz, o adulto e as famílias também e vamos construirmos um mundo melhor.

5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Perguntinha difícil essa, hein?! (Risos). Eu não sou uma pessoa de muito planejamento a longo prazo, talvez isso seja um erro, mas sou de ter certas metas anuais ou para dois anos, vou vivendo um dia de cada vez. Aprendi ainda mais isso com esse momento que estamos vivendo. Tudo o que tínhamos planejado para esse ano, e como consequência para os próximos dois, simplesmente desmoronou. Mas, em um exercício de imaginação, que a contação de histórias ensina tanto, me vejo atuando profissionalmente como contadora de histórias, produzindo mais webséries ou conteúdos com temas importantes, morando em uma casa em um condomínio com um pátio, com meu filhote canino e, quem sabe, um filhote humano. Me imagino pagando minhas contas com esse trabalho e podendo ajudar mais animais de rua.

Essa entrevista foi realizada pelos alunos de Estágio I do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Metodista IPA. Texto: Mattheus Moraes.

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