Conar abre representação ética contra propaganda da Volkswagen

Na ação, Elis Regina é trazida à vida e canta ao lado da filha e também cantora, Maria Rita

Propaganda é assinada pela agência AlmapBBDO - Reprodução

Uma propaganda da Volkswagen, que comemora os 70 anos da montadora no Brasil e o lançamento do modelo elétrico da Kombi, é alvo de representação ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Na ação, Elis Regina, morta em 1982, é trazida à vida a partir de ferramentas de Inteligência Artificial e canta ao lado da filha e também cantora, Maria Rita.

De acordo com a entidade, a abertura da representação, realizada nesta segunda-feira, 10, foi motivada por queixas de consumidores. Além disso, o público, segundo a instituição, questiona se é ético ou não utilizar IA com o objetivo da propaganda. Os relatos apontam questões sobre o "respeito à personalidade e à existência da artista, e veracidade". Outro ponto levantado é que o filme pode confundir as pessoas, principalmente jovens e crianças. Agora, a previsão é a de que o Conar julgue a representação nas próximas semanas e deve levar em consideração, prioritariamente, os princípios de Respeitabilidade presentes no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. 

Assinada pela agência paulistana AlmapBBDO, a propaganda intitulada 'VW Brasil 70: O novo veio de novo' traz um encontro entre mãe e filha, com ambas dirigindo kombis, uma de modelo antigo e outra moderna, respectivamente. Juntas, elas cantam a música 'Como nossos pais', composta por Belchior e que ganhou notoriedade na voz da artista gaúcha.  

O que diz o código

Presente na seção um do Código do Conar, o princípio de Respeitabilidade é formado por três artigos, o 19, o 20 e o 21. O primeiro diz que "toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e símbolos nacionais, às autoridades constituídas e ao núcleo familiar". Já o segundo defende que nenhum anúncio deve "favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação", enquanto o terceiro articula que as ações publicitárias não podem induzir a atividades criminosas ou ilegais.

Confira a propaganda na íntegra:

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