Editora Abril encerra gráfica e ex-colaboradores lamentam nas redes sociais

Fechamento do espaço que fica na Marginal do Tietê, em São Paulo, causou a demissão de aproximadamente 300 pessoas

A gráfica da Editora Abril, em São Paulo, fechará as portas ainda neste mês, após a empresa pedir recuperação judicial em função de dívidas. Com o encerramento dos serviços, aproximadamente 300 pessoas perdem seus postos de trabalho, entre a produção gráfica e o administrativo. A previsão é de que as revistas impressas no local passem a contar com gráficas terceirizadas, como acontece atualmente com algumas publicações da Abril. 

Nas redes sociais, ex-colaboradores da empresa lamentaram o fato. Com fotos da fachada do edifício, o ex-analista de Marketing da Abril, Bruno Toth, publicou: "Tive o privilégio de andar por esse parque gráfico, passando pela gravação das matrizes, pela Cerutti rodando Veja a todo vapor e entre as gigantes pilhas de bobina do armazém de papel". Ele ainda reflete: "Acho que não existem mais empresas como foi a Abril no seu auge". 

Nos comentários da postagem de Toth, diversas manifestações semelhantes: "Vinte anos de muitas amizades, aprendizados, celebrações", diz Solange Vieira. Rosely Fernandes afirma sentir "imensa saudade e imenso orgulho por ter estado por 26 anos à sombra desta árvore [símbolo da Abril]". Já Denise Zuanazzi lamenta: "Dói ver em que se transformou esta empresa que tanto amamos!!"

A editora segue produzindo em impresso e digital as revistas Veja, Veja São Paulo, Exame, Claudia, 4 Rodas, Saúde, Superinteressante, Você S/A e Você RH. Outras publicações como Viagem & Turismo, VIP e Placar podem se tornar apenas digitais, como é o caso de Capricho e o portal MdeMulher.

Entenda o caso 

A Abril possuía uma dívida 1,69 bilhão de reais com ex-funcionários, bancos, prestadores de serviço editorial e outros fornecedores. Não conseguindo quitar o saldo em aberto, a editora pediu recuperação judicial em 15 de agosto de 2018 e o fechamento da gráfica integra o processo. Entidades trabalhistas e colaboradores demitidos ainda se mobilizam para buscar seus direitos.

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