Jornalista gaúcha é selecionada para bolsa da Nieman Foundation em Harvard
Simone Iglesias é a décima brasileira a integrar o seleto grupo em quase nove décadas de existência do projeto

A jornalista gaúcha Simone Iglesias foi escolhida pela Nieman Foundation for Journalism, da Universidade de Harvard, para participar de um dos programas de fellowship - bolsa geralmente oferecida a profissionais que já concluíram a graduação ou pós-graduação - um dos mais prestigiados do Jornalismo mundial. Ela é a décima brasileira a integrar o seleto grupo em quase nove décadas de existência do projeto.
Durante um ano, Simone se dedicará a pesquisas sobre a crescente influência da China no Brasil e na América do Sul. A jornalista também analisará os reflexos dessa movimentação geopolítica na presença e nos interesses dos Estados Unidos na região.
Sobre a missão
Criada em 1938, a Nieman Foundation tem como missão promover e elevar os padrões do Jornalismo e, desde então, já selecionou mais de 1.700 profissionais de Comunicação de cerca de 100 países. Anualmente, entre 20 e 24 jornalistas são escolhidos - metade dos Estados Unidos (EUA) e metade de outras partes do mundo.
Os bolsistas têm acesso a aulas em diversas áreas do conhecimento na Universidade de Harvard. Os selecionados também podem colaborar com pesquisadores e estudantes tanto na própria instituição quanto no Massachusetts Institute of Technology (MIT), ambos localizados em Cambridge, na região metropolitana de Boston.
Ann Marie Lipinski, curadora de Nieman, afirma que a organização tem orgulho de apoiar esses jornalistas talentosos, especialmente em um momento em que há uma necessidade crescente de fortalecer a imprensa livre. "Essas bolsas são um investimento no futuro deles e uma prova do nosso compromisso de fortalecer a liderança do jornalismo nos EUA e no exterior por quase nove décadas", disse Ann Marie, ao anunciar a classe de 2025/2026, da qual Simone faz parte.
Sobre Simone
Simone é repórter de Economia e Governo da Bloomberg News em Brasília, estudará a ascensão da influência da China no Brasil e na América do Sul e seu impacto na posição dos EUA na região. "É uma honra e um orgulho imenso ser escolhida para estudar em Harvard. Eu me dediquei muito, compatibilizando trabalho e família, para apresentar um projeto que me possibilitasse essa oportunidade. Vejo como o reconhecimento de uma trajetória profissional como repórter de política construída desde os tempos do Correio do Povo", disse Simone.
Com uma rápida passagem pela cobertura esportiva nos anos 1990, Simone trabalhou por quase uma década no Correio até se tornar correspondente da Folha de S. Paulo no Rio Grande do Sul. Um ano depois, foi enviada a Brasília para cobrir, pela Folha, a Presidência da República, em 2008. Quatro anos depois, se juntou à equipe de política do O Globo onde permaneceu até trocar o jornalismo brasileiro pelo americano, indo para a agência de notícias Bloomberg, uma das maiores e mais importantes do mundo. Com o apoio da empresa, Simone vai se licenciar da sua função para se dedicar aos estudos em Harvard, acompanhada do filho e do marido.