Para Fenaj, Nobel da Paz para jornalistas reconhece importância da profissão para a democracia

Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, foram reconhecidos pelos respectivos trabalhos no combate a fake news e defesa da liberdade de expressão

Ilustração destaca os vencedores do Prêmio Nobel da Paz 2021, Maria Ressa e Dmitry Muratov - Reprodução/Prêmio Nobel

Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, foram contemplados com o Prêmio Nobel da Paz pelos respectivos trabalhos no combate a fake news e defesa da liberdade de expressão em seus países. A notícia  foi comemorada pela presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga. Para a gestora, esta é uma conquista de dois profissionais que deve ser celebrada por todos os jornalistas do mundo. "É o reconhecimento da importância do Jornalismo para a constituição da cidadania e para a garantia da democracia, como forma de organização política que busca a resolução de conflitos por meio do diálogo e, portanto, que busca a paz".

Além disso, para Maria José, a distinção também é uma resposta aos ataques que a categoria sofre e que se intensificaram nos últimos anos. "Uma resposta contundente aos que querem silenciar vozes, provocar retrocessos e disseminar o ódio. A defesa das liberdades de expressão e de imprensa e a prática cotidiana do jornalismo são a resposta", destaca.

Os premiados

Ao justificar a escolha, o comitê norueguês do Nobel afirmou que a livre manifestação é "pré-condição para a democracia e para uma paz duradoura", além de destacar que a dupla representa todos os jornalistas que defendem este ideal. Eles foram escolhidos entre 329 candidatos, na última sexta-feira, 8, em Oslo, na Noruega. 

Co-fundadora do site de notícias Rappler, Maria Ressa, foi condenada a seis anos de prisão por difamação, após publicação de uma série de reportagens com denúncias sobre a campanha antidrogas do presidente filipino, Rodrigo Duteter, acusado de cometer violações contra os direitos humanos. 

Já Dmitry Muratov, editor-chefe do Novaya Gazeta, principal jornal russo, foi lembrado por ter se recusado a abandonar a política independente do jornal, mesmo após a morte de seis jornalistas do veículo. Os jornalistas contemplados pelo Nobel da Paz vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a mais de R$ 6 milhões. 

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