Conforme pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a pressão no trabalho dos jornalistas aumentou durante a pandemia de Covid-19. No levantamento, 55,5% indicaram acúmulo de tarefas, sobrecarga de horário e cobrança por resultados. Os dados foram levantados entre 20 de maio e 10 de junho. Dentre os 457 entrevistados, 75,2% está trabalhando em home office e 24,8% presencialmente.

O objetivo da pesquisa foi verificar como o novo coronavírus está afetando os jornalistas que trabalham em redação, com ou sem vínculo formal de emprego. De acordo com a entidade, a pesquisa buscou detectar as ações promovidas pelas empresas de comunicação para proteger seus trabalhadores, além de como a pandemia interferiu nas relações de trabalho.

As empresas têm garantido condições de saúde e segurança para o exercício da profissão, segundo 79% dos participantes. No entanto, somente para 17,5% a quantidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) é satisfatória. Para 47,7% as empresas poderiam melhorar as condições de trabalho na pandemia.

Norian Segatto, do Departamento de Saúde da Fenaj, destacou as informações sobre redução de salários em cerca de 29% dos locais e o consequente aumento da pressão. Conforme ele, "a pesquisa produziu elementos significativos para avaliar o atual momento da categoria no Brasil e direcionar ações sindicais visando à melhoria da segurança da atividade laboral, da saúde e da integridade dos profissionais de comunicação".

A presidenta da Fenaj, Maria José Braga, o resultado do levantamento confirma a impressão dos sindicatos. "A pandemia agravou a situação que já era grave e, principalmente, em relação às condições de trabalho e salário porque pode não ser maioria, mas é indicativo o contingente de profissionais em que teve o salário reduzido, que é gravíssimo para qualquer trabalhador e ainda mais para um trabalhador que não tem um alto salário como é o caso do jornalista", disse ela.

Leia aqui o resultado da pesquisa na íntegra.