Semana do Repórter: Raí Quadros

Profissional da Ulbra TV fala da reportagem mais emocionante de sua trajetória

Raí Quadros é repórter na Ulbra TV - Crédito: Divulgação

O repórter é o jornalista que tem a função de apurar um fato, checar as informações, ouvir fontes e transmitir a história ao público. Ressaltando a importância deste profissional da imprensa, e em homenagem ao Dia do Repórter, celebrado na última terça-feira, 16, o Coletiva.net está realizando o especial 'Semana do Repórter'. Nesses três últimos dias a equipe está publicando entrevistas com atuantes nesta área.

Na conversa de hoje, Raí Quadros, da Ulbra TV, conta qual foi a reportagem que mais marcou a carreira dele. Muito mais do que uma que tenha ganhado prêmios, foi aquela que ele percebeu que colaborou na mudança de vida de alguém.  Formado em Jornalismo pela Ulbra, com pós-graduação em Marketing pela Descomplica, já atuou com reportagem no Jornal A Plateia e está na Ulbra desde 2015. 

Confira a entrevista:

Repórter: Raí Quadros 

Veículo atual: Ulbra TV

1 - O que significa para você ser repórter?
Não foi à toa que escolhi a profissão. Participar dos acontecimentos que mudam a nossa vida é uma tarefa que exige muita responsabilidade e dedicação. Ser repórter vai além de contar histórias. O que levamos à luz do conhecimento muitas vezes transforma vidas, situações e regras. É uma profissão que exige entrega às histórias e aos acontecimentos. Ser repórter é ter um olhar diferente, é ser um filtro, é se doar aos fatos.

2- Qual reportagem mais marcou sua vida?
Sempre que eu era perguntado sobre isso, costumava responder com matérias que tiveram repercussão ou reportagens que ganharam destaque nacional, mas, nas últimas semanas, depois de ver uma postagem nas redes sociais, isso mudou. Era a foto de uma mãe arrumando o filho para o primeiro dia de aula. Há seis anos eu havia contado a história do menino em uma reportagem. Ele era vítima de uma doença rara com tratamento extremamente caro. Na época, mostramos as dificuldades da família e ajudamos na busca por ajuda. Seis anos depois, ver a foto do garoto forte e da mãe orgulhosa encheu meu coração de alegria.

3 - Por que ela foi tão importante para você?
A história me marcou, pois mostra um dos transformadores possíveis com o jornalismo. Nós flagramos, revelamos e cobramos ações que resultam em mudanças, que evidenciam às vezes o descaso e outras vezes o bom exemplo. Mas em algumas situações, podemos, mesmo que minimamente, ser o elo entre quem pode fazer e quem precisa receber. Ver o garoto recuperado e começando uma nova fase da vida me fez ter ainda mais certeza de que ainda precisamos cumprir essa função.

4 - Como foi o processo de checagem e apuração desta reportagem?
É algo diferente daquela que costumamos fazer todos os dias. São histórias que chegam até a gente, em algumas situações, como um pedido de ajuda e que vão se desenrolando, muitas vezes, de forma dramática. No caso, fomos até a casa da família, conhecemos a história do menino, conversamos com médicos, com especialistas e abrimos espaço para quem pudesse ajudar.

5 - Qual foi o seu sentimento ao ver o resultado final desta reportagem?
Na época, foi um sentimento de dever cumprido. Fizemos o nosso papel. Com tantos assuntos que tratamos diariamente, o tempo foi passando e eu não lembrava tanto da história. Mas seis anos depois, quando me deparo com a foto da mãe com o menino no primeiro dia de aula dele, lembrei de todas as dificuldades que eles passaram e estava vendo mais do que um final feliz, um começo feliz.

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