Sindicatos recebem denúncia de que FGF impediu atuação da RecordTV RS em partida

Sindjors e Sindicato dos Radialistas emitiram nota repudiando a atuação da Federação Gaúcha de Futebol

Nota foi divulgada no site do Sindjors - Crédito: Reprodução

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (Sindjors) e o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul cobram providências da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após denúncia de privação da liberdade de imprensa da RecordTV RS. O caso teria ocorrido na partida entre Internacional x Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, em 31 de janeiro.

O manifesto foi assinado pelo gerente de Jornalismo da emissora, Luiz Piratininga. Conforme o relato, o problema teria começado em 28 de janeiro, quando foi solicitado à equipe de reportagem que não fizesse imagens à beira do gramado. No dia da partida, os profissionais foram impedidos de trabalhar, segundo a denúncia. 

Conforme informado aos sindicatos, dados da equipe haviam sido previamente enviados à coordenadora de Marketing da FGF, Carla Larini, que não manifestou impedimento. Ainda de acordo com a manifestação divulgada pelas entidades, a emissora afirma que os colaboradores da CBF, Carla e Fernando Torres, bloquearam o chefe de redação da RecordTV RS, Bruno Mestrinelli, no aplicativo de mensagens de celular, quando ele tentava resolver a questão.

Liberdade de imprensa

O Sindjors, unido ao Sindicato dos Radialistas do RS, considera o caso uma restrição à liberdade de imprensa. O texto divulgado em conjunto registra: "Não podemos e não iremos, enquanto representantes legítimos das categorias de jornalistas e de radialistas, admitir que esse tipo de comportamento se repita diante de trabalhadores que estão na luta diária de informar a população, cumprindo seu papel social e profissional". 

As entidades citam ainda o Projeto de Lei n. 2982/2020, do Deputado Elias Vaz (PSB/GO) e outros, que  qualifica como crime uma série de condutas, que intimidem jornalistas ou restrinjam a plena liberdade de imprensa. Os sindicatos também abordam o dado de que 2020 foi o ano mais violento para jornalistas, conforme o Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) com 428 casos.

A nota solicita manifestação da FGF e da CBF sobre o fato, além de "providências para que o direito da imprensa ao trabalho seja preservado, com respeito, reciprocidade e responsabilidade". As entidades encerram o texto defendendo que "uma sociedade democrática e justa precisa de um jornalismo livre".

 

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