Marcado para acontecer no último sábado, 26, às 19h, o Grenal de número 435, que seria válido pelo Campeonato Gaúcho, foi adiado. Isso porque o ônibus que carregava o plantel gremista foi alvo de depredação por parte de torcedores colorados que, por consequência, atingiu jogadores do Grêmio. Após o presidente do tricolor gaúcho, Romildo Bolzon, declarar que se retirariam do Beira-Rio, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, também veio a público se manifestar sobre o ocorrido. Em sua fala, além de lamentar a violência e relatar que medidas de segurança serão tomadas, o dirigente apontou que a imprensa também precisa ser responsabilizada, visto que "passa o tempo todo também provocando muitas vezes iras internas dentro dos clubes, dos seus torcedores com os jogadores, e depois lamentam os episódios".

Depois da declaração, que, inclusive, foi dada à imprensa que estava presente no local, jornalistas se manifestaram contra a fala de Barcellos. No Twitter, o repórter da rádio Gaúcha Eduardo Matos escreveu: "Concordo com o @pedroernestoRS (Pedro Ernesto Denardin). Presidente tinha que ter dado os nomes de quem faz isso na imprensa". Nando Gross, por sua vez, registrou que: "Depois de uma hora e meia do episódio, o presidente do #Inter, Alessandro Barcellos, se manifestou publicamente lamentando o fato, mas com ressalvas ao "desiquilíbrio técnico" (?) do campeonato. Além é claro de culpar a imprensa por tudo de ruim que vem acontecendo no Inter".

Repúdio da Aceg

Em nota, a Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg) comentou sobre como o presidente colorado se dirigiu à imprensa: "É injustificável que aponte culpa para a mídia profissional, ainda mais quando, na mesma manifestação, isenta o próprio clube do episódio". O texto ainda registra que "os cronistas esportivos informam e repercutem os fatos que acontecem nos clubes, independentemente dos interesses e conveniências de qualquer dirigente". 

Desdobramentos

Passadas algumas horas após a sua declaração, Alessandro Barcellos se retratou em texto publicado no Twitter. Segundo o registro do presidente do Internacional: "Erramos sempre quando generalizamos, errei em generalizar sobre a imprensa". O executivo ainda escreveu que "temos todos, sim, responsabilidades naquilo que falamos e agimos. Não é momento de construir narrativas, e sim de construir solidariedade, apoio às vítimas, (Força, @Mathiasvillaa! (Mathias Villasanti) punição e paz".

Confira abaixo a declaração completa de Alessandro Barcellos:

O Sport Club Internacional vem aqui manifestar com veemência a sua contrariedade a essa violência que vem acontecendo de forma constante, eu diria, nos episódios da Bahia e outros no Brasil. Não concordamos com esse tipo de episódio. É lamentável que isso tenha acontecido. O Internacional vai contribuir de todas as formas com o seu aparato, que é um dos melhores do Brasil em segurança, para que seja localizado, para que sejam identificados aqueles que fizeram isso. O Internacional concorda com a não realização da partida, mas está preocupado com o desequilíbrio do campeonato. Porque assim como tem hoje um desequilíbrio a priori com aquilo que aconteceu, também gerará outros desequilíbrios e nós queremos tratar disso de uma forma muito serena e muito tranquila com a Federação, para que a gente possa garantir a continuidade do campeonato? Um equilíbrio técnico, um equilíbrio que ele merece e a gente espera. 

Então, é desta forma que nos pronunciamos, lamentando, condenando esse tipo de violência. Hoje é de um lado e amanhã pode ser do outro. E a gente tem que acabar com isso no futebol brasileiro. Essa é uma demonstração e um momento importante, de um grande clássico nacional, que a gente assume essa responsabilidade todos juntos, inclusive, a imprensa. Inclusive, a imprensa. Que passa o tempo todo também provocando muitas vezes iras internas dentro dos clubes, dos seus torcedores com os jogadores, e depois lamentam os episódios. Vamos lamentar todos juntos, porque esse é um momento importante e um divisor de água para a gente mudar esse jogo. 

Confira a nota completa da Aceg: