Luta contra a violência à mulher estampa campanha em caixas de leite

Canal de acolhimento foi criado pela parceria entre as marcas Batavo, Elegê, Itambé e Parmalat e o Projeto Justiceiras

Campanha une marcas ao Projeto Justiceiras - Carolina Jardine

A partir de hoje, 8, Dia Internacional da Mulher, quatro marcas de leite (Batavo, Elegê, Itambé e Parmalat) promovem uma campanha contra a violência à mulher. Desenvolvida em parceria com o Projeto Justiceiras, a ação criou um canal de atendimento e denúncias. A rede de apoio multidisciplinar pode ser acessada por meio de QR Code estampado em cerca de 200 milhões de caixas de leite UHT. A equipe funciona 24 horas, todos os dias da semana e reúne profissionais das áreas de Acolhimento, Justiça, Saúde, Psicologia e Socioassistencial.

Criada em 2020 pela ONG Justiça de Saia, o Justiceiras busca identificar, prever e combater este malefício. Com 15 mil voluntárias, neste período, o projeto já atendeu 13 mil casos, tanto no Brasil como em outros 27 países. Conforme a idealizadora, a advogada e ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur, o foco da iniciativa é facilitar o acesso à Justiça e ao sistema de proteção. 

"O leite está na mesa de famílias de diferentes faixas etárias e classes sociais. Estampar esse chamado nas milhares de caixinhas consumidas pelo Brasil é um serviço público", destaca. Gabriela lembra que os relatos podem ser feitos pelas vítimas, por amigos e parentes. 

De acordo com a Lactalis do Brasil, detentora das marcas participantes, os produtos da companhia chegam a mais de oito milhões de lares brasileiros. "O leite é um produto para todos, e esse é o foco do projeto das Justiceiras: assegurar os direitos das mulheres e, ao garanti-los, assegurar também a segurança de seus filhos e de toda a sociedade", ressalta o presidente da Lactalis para o Brasil e Cone Sul, Patrick Sauvageot.

Para o executivo, além de ser uma ação de segurança e saúde pública, a iniciativa valoriza e empodera as funcionárias. "O Compliance Feminino está alinhado com o conceito internacional da companhia, que prima por uma produção forte e responsável junto às comunidades em que atua e pelo respeito a todos os brasileiros, em especial às mulheres", completa.

As informações coletadas durante a campanha são sigilosas e serão encaminhadas às autoridades competentes ou às equipes de apoio necessárias a cada caso. Ao receberem a denúncia, as Justiceiras entram em ação ou por meio de medidas judiciais e junto a instituições parceiras, ou por meio de apoio psicológico e médico às vítimas. 

Público interno

Além do público externo, a ação atenderá as mais de 10 mil colaboradoras da companhia. Para tanto, haverá treinamento de equipes, orientação para construção de um ambiente de trabalho harmonioso. Uma campanha de RH focada no combate à violência doméstica, assédio moral e sexual, assim como desigualdade de gênero, também integra as atividades. 

A Lactalis do Brasil se preocupa com o tema, pois o Brasil tem altos índices de ocorrências de ataque de gênero. Conforme a ONU, o País está na quinta colocação entre as nações com maiores índices de violação de Direitos das Mulheres, o que piorou na pandemia. De acordo com dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Datafolha, em 2022, 18,6 milhões de brasileiras sofreram violência física, psicológica ou sexual, mais de 50 mil casos por dia. 

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