Imóvel da Adjori vai a leilão para quitação de dívidas
Prédio da Associação do Jornais do Interior do Rio Grande do Sul recebeu ofertas na manhã desta quinta
Na manhã desta quinta-feira, 26, o prédio de três andares da Associação dos Jornais do Interior do Rio Grande do Sul (Adjori) entrou em leilão judicial. O imóvel, que está localizado na Rua Coronel Fernando Machado, 653, Centro Histórico de Porto Alegre, será vendido a fim de cumprir obrigações judiciais. O caso principal está ligado a uma dívida por comissões, no período de 5 de janeiro e 30 de novembro de 2016, que terá que ser quitada com o ex-funcionário Marcos Profes, que na época era diretor-executivo.
Hoje foi o primeiro leilão - que aconteceu de forma virtual -, no entanto, não houve acordo com os negociadores. Agora, o segundo encontro está marcado para 8 de outubro. Caso não consiga a venda na segunda fase, o valor inicial reduzirá até favorecer o melhor lance. A venda está a cargo do leiloeiro Norton Jochims Fernandes, e o imóvel, no valor de mínimo R$600.000,00 - agora, para o segundo leilão, o preço é de R$300.000,00. Já a dívida com o ex-funcionário, que está atualizada por honorários advocatícios, correções monetárias, juros e multas, está em R$ 137.750,35.
E se, por um acaso, o valor da venda for superior a este, ele será destinado a outras dívidas da entidade, em processos que ainda acontecem na Justiça. A reportagem de Coletiva.net conversou com Omar Luz, atual presidente da Adjori, que disse que não recebeu intimação para comparecer na ocasião. Além disso, contou que a entidade se encontra em uma situação crítica financeira, mas, apesar disso, a gestão atual conseguiu negociar uma série de dívidas antigas e, aos poucos, tem conseguido honrá-las. "O caso do Marcos foi diferente, visto que o representante jurídico do profissional decidiu, por bem, ir até o fim com a ação. Cabe cumprir a decisão", comentou.
O dirigente explicou, ainda, que a Adjori procura meios legais para outra negociação, mas acredita ser difícil, uma vez que se esgotaram as instâncias. "Os associados também preferem a venda, para que se honre todas as dívidas e a situação financeira se equilibre. Imagino que a decisão da venda será definida na segunda data", acrescentou.
Ao portal, Marcos Profes contou que acompanha o caso há oito anos e, agora, a Justiça determina o desfecho do assunto. "A expectativa sempre foi que a venda fosse para a segunda data, até porque já tinha sido marcada. É uma pena que a entidade esteja assim, ainda mais por toda a tradição que tem. Mas, por negligência de antigos dirigentes, encontra-se nesta situação ruim", enfatizou.
Situação atual da Adjori
Hoje, a Adjori conta com cerca de 35 associados com o pagamento em dia. Conforme Omar, a entidade perdeu adesão após o desmonte e a demissão dos funcionários, que aconteceu em 2019. "Muitos acharam por bem migrar para a Associação dos Diários do Interior do Rio Grande do Sul (ADI-RS), outra entidade que defende os nossos portais e que respeitamos", explicou.
A Associação tem seis ações judiciais ligadas ao seu nome. Apesar disso, o presidente garante que todas estão sendo negociadas e, algumas delas já estão sendo cumpridas. "Estamos em busca das quitações legais, todas essas têm condições de reajustes financeiros. Então, vamos em busca delas", finalizou Omar.
Leia mais: Em situação financeira crítica, Adjori-RS tem três possíveis soluções