Maria Isabel Hammes: Com alegria de viver

Filha de Jornalista, Bela não teve dificuldade em escolher a profissão

O carisma e a simpatia são traços marcantes de Maria Isabel Hammes, a "Bela", como é conhecida entre amigos e colegas de Zero Hora, onde atua como editora executiva de Economia. O jornalismo esteve presente em sua vida desde criança, em virtude da convivência com o pai, Hugo Hammes, também jornalista. Por isso, nem precisou de muita influência na hora do vestibular, a "escolha aconteceu naturalmente". Mesmo tendo uma bagagem de 25 anos de trajetória profissional, a bem-humorada Bela, 46 anos, procura se aperfeiçoar cada vez mais na atividade, a fim de se tonar uma "jornalista completa". Na coordenação de uma das maiores e principais editorias de ZH, composta por mais de 20 jornalistas, ela faz questão de passar sua experiência na tentativa de contribuir para o sucesso profissional dos colegas.


A primeira atuação na área ocorreu um dia após sua formatura. Ela lembra até hoje do episódio bizarro: três horas após a formatura na Famecos (PUCRS), em 31 de dezembro de 1980, Bela recebeu o convite para trabalhar na extinta Folha da Tarde. "Foi muito engraçado e inesquecível. Tive muitos motivos pra comemorar aquele Ano Novo", relembra. Atuou como repórter da editoria geral do jornal durante quatro anos, quando saiu devido a uma oportunidade na sucursal de Porto Alegre do jornal O Estado de S. Paulo, em 1984.

Bela conta que o trabalho como repórter no Estadão, além de ter agregado experiência em quase todas editorias que compõem um jornal, contribuiu muito para sua formação pessoal e profissional. "Ali foi a minha grande escola, pois fazíamos as matérias que eram realmente importantes para a veiculação num jornal nacional. Quando saí de lá, eu me senti preparada para tudo", diz. Até hoje, ela lembra com orgulho das reportagens internacionais realizadas, dos percalços enfrentados e de alguns momentos de tensão, como a cobertura de um motim do Presídio Central de Porto Alegre, quando estava no início da gravidez do segundo filho. "Nossa, eu não tinha muita noção, estava com medo de perder meu filho. Houve tiroteio, era bala por todos os lados, não podíamos levantar a cabeça". Foi no Estadão que ela começou a se especializar na área de Economia. "Iniciei, como a maioria dos jornalistas especializados começa, cobrindo as pautas de reunião-almoço", brinca Bela.

Em setembro de 1988, em função de mudanças na gestão da sucursal do Estadão em Porto Alegre, Bela saiu do jornal e logo foi convidada para atuar como free-lancer na cobertura das eleições municipais de Zero Hora. Após o término do trabalho temporário, foi contratada como repórter de Economia do jornal, tendo depois passado pelas funções de chefe de reportagem até chegar na atual de editora executiva. Este ano, ela completa 17 anos de Zero Hora, sendo responsável pela edição do noticiário diário de economia, dos cadernos Empregos e Oportunidades, Casa e Cia, Digital, Sobre Rodas, Campo e Lavoura, Gestão e a área editorial dos Classificados. "Eu adoro trabalhar na área de Economia e gosto demais do ambiente e da integração de equipe que temos em Zero Hora", destaca.

Pela estrada afora?

Bela é casada há 22 anos com Carlos Rodrigues, sub-editor de fotografia de Zero Hora, com quem tem dois filhos: Tomás, 21 anos, estudante de Direito, e Felipe, 17, que está concluindo o Ensino Médio. A jornalista diz que consegue conciliar família e trabalho tranqüilamente, já que dedica todo tempo livre a programas e atividades ao lado de Carlinhos, dos filhos, do pai, das irmãs e sobrinhas. "Os guris entendem e estão acostumados com essa ausência minha e do Carlos por trabalharmos nesse meio, mas sempre procuramos compensar isso em outras oportunidades ", enfatiza.

Bela adora fazer viagens e está sempre programando roteiros de passeios. Sua diversão vai desde a pesquisa por lugares até a concretização da viagem, que geralmente é realizada durante as férias ou folgas de trabalho. "Eu adoro sair pra passear. Não sou muito aventureira, curto viajar para conhecer a cultura e os costumes diferentes". Dos diversos países já visitados, Bela destaca que gostaria de voltar à Itália e à França. Entre os lugares ainda desconhecidos, a jornalista planeja ir para Praga, Egito e Israel. "O pessoal fica apavorado comigo, porque vou acumulando os cadernos de Turismo e dali eu invento e esquematizo todos roteiros, só restando comprar a passagem", diz ela com uma boa risada.

A leitura é outra paixão de Bela. Dispõe de uma minibiblioteca em casa, é uma leitora voraz desde criança e dedica grande parte de suas horas de folga a esse hobby. Nas preferências atuais estão livros sobre Jesus Cristo e sua obra. Ela revela que se interessa muito por História e assuntos relacionados à Arqueologia. "Acho que, se não fosse jornalista, eu iria seguir uma dessas áreas", comenta. Porém, não dispensa a leitura de obras clássicas da Literatura, e, claro, de revistas e jornais, o que já se tornou um "vício essencial" para a jornalista.

Em casa, ela revela uma mania: o rádio está sempre ligado. "Eu tenho que estar informada e chegar na redação sabendo tudo. É uma mania que me dá prazer, pois já idealizo as pautas e o foco que elas devem ter", ressalta. Assistir a filmes também é um programa de lazer garantido e indispensável. Bela afirma que franqueza e sinceridade são características de sua personalidade - e, na sua opinião, ambas podem ser consideradas ora qualidade ora defeito, dependendo da situação. "Eu sou muito clara nas minhas posições, falo tudo que penso. Sei que isso tem dois lados, mas sou assim", lamenta.

Como plano futuro, a jornalista não hesita em revelar sua grande prioridade. "Guiar meus filhos na construção de suas vidas e orientá-los para que encontrem a felicidade pessoal e profissional. Almejo que eles sejam tão felizes quanto eu sou com minha família e com meu trabalho", enfatiza Bela, transbordando otimismo.

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