Marga Acioli: Apaixonada por desafios

Marga Acioli é uma mãe, filha e mulher dedicada e também uma profissional motivada a fazer seu melhor

Por Alexandre Pinto - 17/01/2014
A rotina semanal de trabalho para muitos pode ser péssima ou estressante, mas, para a jornalista Marga Acioli, serão raras as vezes em que será considerada ruim, desinteressante ou improdutiva. A gerente de Gestão em Novos Negócios da agência Dez é daquelas mulheres que tasca logo um "Bom dia", com um largo sorriso no rosto. Uma mãe trabalhadora que consegue desempenhar suas atribuições de forma prática e romântica, mas sem exageros, apenas o suficiente para amar a vida, o lar, a profissão, a família e o mundo em que vive.
Marga conhece e se comove com a dura realidade de muitos brasileiros. Tanto que a estudante de Direito e também de Psicologia classifica o trabalho e o estudo como agentes benéficos de transformação social. Prazer em trabalhar e estudar foram princípios adquiridos de berço e também pela formação acadêmica que escolheu. A filha de Lia Beatriz Fagundes Acioli e de Humberto de Holanda Acioli decidiu ser jornalista, pois acredita em uma sociedade melhor, sem injustiças.
A fascinação pela leitura forma a capacidade dessa profissional que aposta no coletivismo. Foi quando o bê-a-bá das palavras começou a fazer sentido que Marga, ainda criança, definiu em que área trabalharia.
Uma infância de descobertas
Virginiana, nasceu em 28 de agosto de 1969 e se encantou desde muito cedo pela literatura e pela arte de escrever. Marga ama ler, tanto que devora geralmente três livros por vez. "Mais do que isso, eu me perco. Três está bom e como leio muito rápido, estou sempre com diferentes obras. Meu único preconceito é com os best-sellers, mas algumas produções que conquistam massivamente o público me surpreendem", comenta.
A dedicação pelas letras foi alimentada pela família. O falecido pai de Marga sempre a incentivou a descobrir o mundo pelos livros e pela escrita. Aos 10 anos, a filha do empresário da área metalúrgica e da funcionária pública federal já lia 'O Capital', de Karl Marx. "Meu pai adorava ler sobre o socialismo. Em um determinado dia, ele conversava sobre o conceito da mais-valia e outros assuntos com um amigo. Eu, curiosa, perguntei o que era e ele me explicou de forma resumida. Daí, perguntou se eu queria aprender mais sobre e eu respondi: 'Lógico que eu quero'", relembra. O presente precisou de ajuda para ser lido, tamanha a complexidade para alguém de apenas 10 anos. O pai, com muita dedicação, explicou detalhe por detalhe as dúvidas levantadas.
A motivação pelo estudo não é por acaso. Muito estimulada desde criança a conhecer e aprender coisas novas, acabou ganhando uma máquina de escrever elétrica. No entanto, só conseguiu utilizar o presente depois de fazer um curso de datilografia. Mesmo sem poder entregar os trabalhos escolares datilografados, ela adorava ouvir os professores falarem: "Refaça manualmente".
Mãe e pai foram responsáveis por formar a consciência social desta jornalista, que se imaginou vivendo a profissão depois de ler uma matéria publicada na extinta Revista Manchete. A reportagem era sobre a cobertura do incêndio no edifício Joelma, na São Paulo de 1974. "Lembro que as imagens chocantes me chamaram a atenção. Acredito que tinha uns cinco anos. Comecei a ler em voz alta e minha tia achou que eu estava brincando. Mas minha mãe percebeu que eu realmente estava lendo sobre aquele assunto", detalha a situação vivida na beira da praia. Depois de ler aquela notícia, Marga se interessou pela profissão e queria escrever. Determinada, cursou Jornalismo, mas, antes disso, passou por um "acidente de percurso", do qual diz não se arrepender e crê que foi o melhor presente que recebeu até hoje.
Relações familiares versus carreira
Sacha Acioli nasceu há 26 anos. A gravidez inesperada modificou a forma de pensar o mundo. Apesar de querer ter filhos, trabalhar e desbravar o mundo, a vestibulanda não esperava ser mãe adolescente. Ainda estudando no Colégio La Salle Dores e se preparando para tentar UFRGS, teve que se dedicar às provas, à maternidade e, posteriormente, às fraldas. Apoiada pelos pais, chegou a "brincar de casinha", sem desistir dos estudos.
A experiência como mãe foi, é e continuará sendo um aprendizado para Marga. "Tem um objetivo que está aqui do meu lado. Tem uma vidinha ali para criar, para cuidar sempre. Mesmo depois que cresce, mãe é sempre mãe, não adianta", acredita a jornalista, que sempre teve uma vida muito ativa. A relação com a filha é intensa e nem mesmo o lado lúdico foi esquecido. Ela lembra que já se acordou às 4h30 da manhã para fazer um piquenique e mostrar o nascer do sol à Sacha. Atualmente, Marga não é casada com o pai de sua filha. Vive uma união estável com Leo Brunelli, advogado na área da construção civil e músico (guitarrista).
A ascensão profissional foi planejada para que a relação familiar não ficasse distante. Em 2010, ainda como gerente de Novos Negócios da Paim Comunicação, seu pai faleceu. Foram oito meses em que precisou se afastar do mercado, em função da rotina atrapalhada e das pendências familiares que surgiram. "Meu pai tinha uma empresa. Precisei cuidar de tudo, por conta do testamento, e reestruturar o lar. Nesse período, cheguei a receber várias propostas e desconsiderei todas. Tirei aquele momento para pensar em prol da minha família e deixar a carreira de lado por um determinado tempo", revela.
A proposta e o desafio feitos pelo Grupo NewComm fizeram Marga ir atuar em São Paulo. Sua missão era abrir mercado na Região Sul, mas o trabalho passou a exigir um profissional em tempo integral na capital paulista. No início de 2013, ela deixou a empresa e, novamente, optou por estar mais próxima da família. "Era um momento em que eu precisava estar em Porto Alegre. Não tinha condições de ficar em São Paulo, mas depois que tu passas um tempo no mercado paulistano, há um choque cultural retornar. Eu me perguntei onde poderia me encaixar", conta Marga. No final de agosto, recebeu um convite para atuar na Dez como gerente de Gestão em Novos Negócios, pois a agência precisava de alguém para estruturar a área de new business.
Atuação profissional
Antes de chegar à Dez, Marga passou pelo Correio do Povo, Zero Hora, Grupo Severiano Ribeiro, entre outras empresas e instituições, sempre atuando na área comercial e na prospecção de novos clientes. Mas e o jornalismo? O sonho de menina de virar repórter? "Na breve incursão que tive pela redação, eu percebi que era meio frustrante. Existe aquele cuidado editorial e ficar com a liberdade limitada é muito chato. Por isso, a área de desenvolvimento de projetos editoriais e comerciais me chamou mais a atenção. Um trabalho que eu podia juntar a essência investigativa do jornalismo com a criação estratégica de projetos especiais, sustentáveis e inovadores", explica.
Para Marga, a profissão cativa um ideal de lutar contra as injustiças e promover uma transformação social promissora. "Acho que o jornalismo desenvolve muito esse poder de articulação. Não só de articular ideias, mas também pessoas, empresas, órgãos públicos, etc. Acredito que quem é jornalista sempre olha para alguma pauta pensando em todas as possibilidades legais, e como isso irá repercutir", pontua. Muito curiosa, a comunicadora precisa ser desafiada a fazer algo novo, diferente e socialmente benéfico.
Com essa devoção, ela sempre garante bons projetos, utilizando uma abordagem amparada na tecnicidade, na pesquisa e na investigação detalhada. Com o desejo de inovar e integrar o mercado de maneira colaborativa, a mulher trabalhadora, e dedicada pelo que faz, quer continuar mostrando o seu melhor. Para conhecer Marga Acioli, é fácil. Basta ouvir o que ela tem para falar e se deliciar com a capacidade argumentativa dessa profissional.
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