Mario Paravisi: Good Vibes

Profissional de marketing, vendas e comunicação se tornou publicitário por acaso e, desde então, é apaixonado pelo que faz

Mario Paravisi, diretor-executivo de Marcas da Marisol

Sabe quando você ainda nem conhece uma pessoa, mas já no primeiro contato sente sua boa energia? Foi o que aconteceu com o diretor-executivo de Marcas da Marisol, Mario Paravisi. Por isso, quando ele compartilha a qualidade de ser uma pessoa positiva, só podemos concordar que é, como dizem por aí, 'good vibes', boa vibração.

Hoje, no auge dos seus 5.8 turbo, como gosta de dizer, lembra de como acabou indo parar na Publicidade. Profissional dedicado, que ama o que faz, nasceu em Caxias do Sul em 29 de julho de 1962 e, aos 14 anos, mudou-se para Porto Alegre com os pais, o executivo comercial Aldo Paravisi e a dona de casa Teresa Paravisi, e a irmã Débora.

Algum tempo depois, já terminando o colégio, aos 18 anos, se mudou com a família para o Rio de Janeiro, devido à transferência de trabalho do pai. Na Cidade Maravilhosa, cursou vestibular para Ciências Econômicas na Faculdade Cândido Mendes RJ e concluiu na Universidade de Caxias do Sul (UCS-RS).

Antes, porém, viveu bons momentos visitando por, muitas vezes, a casa dos avós paternos, tios e primos, em Nova Roma do Sul, ainda em solo gaúcho. "Passava as férias lá e era muito divertido. Foi uma infância muito legal, vivenciando bem os costumes da colônia e falando o dialeto italiano", recorda.  

Publicitário por acaso

Logo que voltou do Rio, trabalhou como vendedor de papelaria, mas foi após uma conversa com seu Aldo que ele despertou para a Publicidade. A primeira oportunidade aconteceu na Studio Uno Propaganda, em Caxias do Sul, onde atuou como supervisor de contas. "Acredito que quando a gente trabalha de forma alegre, em um ambiente divertido, os resultados vêm bem melhor. Foi assim na Studio Uno."

Jovem inquieto, já estava havia pouco mais de um ano na agência quando decidiu que queria estudar inglês e ir morar em Londres, na Inglaterra. Para ajudar a custear a viagem, recebeu uma verba do pai, vendeu o carro, fez rifa de um aparelho de som e passou oito meses fora. Voltou ao Brasil com o diploma de Management and Marketing Services (Administração e Serviços de Marketing), pela Polytechnic of Central London - UK.

Hoje, ainda é um apaixonado por viagens, mas com a função da pandemia está com abstinência de Aeroporto. Como é motociclista desde os 16 anos, quando está de folga costuma andar a bordo de sua Harley-Davidson, passeando pelas redondezas de onde vive há sete anos, Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, ou viajando com um grupo de amigos.

Para o fim do ano, já está nos planos fazer a Carretera Austral, rota com 1.240 km de extensão, com belíssimas paisagens, na Patagônia chilena. Entre os lugares que ainda deseja conhecer estão o Havaí, o sul da Itália e o interior da França. "Acho o Airbnb sensacional, pois nos dá a oportunidade de viver o dia a dia das cidades e de conhecermos a cultura dos lugares que visitamos de uma maneira diferente de turistas. De irmos ao açougue ou padaria, por exemplo", exalta.

Entre panelas e telas

A família é um bem precioso para Mario, que tem na esposa, a publicitária e cozinheira Adrianne Carvalho, a parceira ideal. "Costumo chamar a Adri de caminhoneira, porque ela ama pegar a estrada. Como nossos filhos moram em Porto Alegre, e cada um tem suas rotinas, nós é que acabamos indo bastante ao encontro deles", compartilha. Casados desde 2012, quando estão juntos gostam também de cozinhar. A preferência gastronômica não poderia ser outra para quem tem origem italiana, as massas, mas também tem grande apreciação pelos frutos do mar.   

Do primeiro casamento, é pai da designer Marina, 25 anos, e da estudante de Nutrição Manoela, 19. A família se completa com os enteados, o administrador Andreas, 30, e o estudante de Psicologia Diego, 24. Porém, o único filho a morar com eles tem quatro patas e se chama Django, um shiatsu de oito anos, um pet que recebe todo amor do casal.

Já deixou se levar muito pelo digital, agora está retomando o hábito da leitura, curtindo beber um vinho quando está em casa e aproveitando mais este tempo para se dedicar a outras práticas fora das telas. Amante da sétima arte, considera-se um cinéfilo assumido e gosta de drama, suspense e filmes que o façam pensar. Biografias e histórias da propaganda são algumas das leituras que aprecia, porém o livro da sua vida é 'Humano Demasiado Humano', de Friedrich Nietzsche. Seu primeiro contato com ele foi quando começou a fazer análise em 2001 e não largou mais, é seu livro de cabeceira até hoje.

Devoto de São Jorge, conta que, apesar de ter estudado a vida toda em colégios católicos, foi um grande questionador da liturgia católica e não é religioso. Tem simpatia pelos orixás, principalmente por Oxóssi, tanto que entre as nove tatuagens, que trazem significados de momentos vividos, estes dois estão representados na pele.

Trabalho e esporte

Em solo catarinense, reside muito próximo à empresa. Por isso, quando o tempo está agradável, vai a pé. A rotina diária é dividida entre o trabalho e algumas práticas esportivas. Torcedor do Internacional, os jogos de futebol ficam só para as partidas do time do coração mesmo, já os exercícios são realizados às segundas-feiras, com um personal trainer. Nas quartas-feiras, as partidas de Beach Tennis no clube que frequenta são sempre de diversão. Nos finais de semana, além de ir às praias próximas, curte fazer um churrasco, com direito a cerveja gelada ou caipira, ir ao clube e assistir a filmes. Sempre que pode, também passa em Florianópolis para dar um "alô" aos pais, que moram lá.

Tendo a música como um fio condutor da sua história, está sempre ouvindo alguma melodia. Tanto é que, se tivesse que escolher outra profissão, seria produtor musical. Entre as preferências, estão rock'n'roll, blues e bossa nova, esta última lhe dá saudades de "viver o que não viveu". Mas quando recorda de memórias gratificantes das experiências vividas, alegra-se por ser uma pessoa feliz e realizada. "Eu tive sorte de a minha vida profissional ter me dado a possibilidade de realizar coisas e conhecer pessoas superfantásticas, o que me faz extremamente realizado", confidencia.

Entre as lembranças, estão de quando ainda era um jovem cheio de ideias e vontades e montou, em sociedade com o Iotti, a Agência A/Propaganda, atendendo a clientes locais e ao Jornal Pioneiro. Também rememora ter sido convidado por Paulo Trigueta para voltar para a Studio Uno Propaganda, como sócio-diretor, atendendo a empresas como Lojas Colombo, Marcopolo e Enxuta.

Nesta época, as campanhas criadas pelo jornalista e publicitário Michele Caetano para esta última marca resultaram em prêmios inéditos para uma agência de fora de Porto Alegre, como Agência do Ano, no Colunistas, em 1990. E quem diria que aquele adolescente, que jamais havia pensado em trabalhar com Comunicação, tornaria-se diretor de Atendimento e gerente de contas como Ipiranga e Grupo Strassburger, na MPM/Lintas, e diretor-executivo na Colchones Rosen abrindo lojas até em Santiago, no Chile.

Satisfação profissional

Além desses feitos, uma soma de fatores sinaliza momentos importantes na carreira, como o atendimento às contas da Claro RS, Azaleia e Olympikus por 10 anos na DCS, assim como o reposicionamento de marca para Vinícola Salton e a criação da filial da agência em Santa Catarina. Aliás, na DCS, foi muito feliz e pôde se desenvolver com plenitude, trazendo para vida colegas e clientes que se tornaram amigos.

Teve passagens ainda pelo GAD, pela Matriz e Propague. Na Marisol, desde 2013, já exerceu as funções de Gerente de Marketing, de Operações, de Experiência de Marca, até o cargo atual. Na empresa, sente extrema satisfação em fazer parte do projeto de branded content Mundo Ripilica, o qual é uma série de animação líder de audiência em seus horários de exibição no canal Discovery Kids, e o lançamento da série na China, em 2020, com mais de 95 milhões de views.

Feliz por ter trabalhado com líderes inspiradores, aponta como referências profissionais o publicitário e amigo Beto Callage e a jornalista e amiga Fátima Torri. Na vida pessoal, a esposa é a inspiração, por ser batalhadora, generosa, e ter uma grande espiritualidade. "Aprendi muito com a Adri e sou muito feliz com a nossa relação hoje", orgulha-se.

 

A ansiedade, que já o atrapalhou em alguns períodos, hoje é vista como uma fragilidade controlada. Atualmente, a frase "antes feito do que perfeito" é um lema. "Por muito tempo, fui muito exigente e perfeccionista, mas confesso que agora é difícil me abalar com algo que me jogue para baixo. Sou superpositivo e tento me manter sempre assim, alegre, alto astral, leve e de bem com a vida", revela.

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