Antônio Donadio: Um entusiasta desassossegado

Sedento de aprendizado, inquieto, comprometido e criativo, ele tem energia de sobra e demonstra, a todo momento, alegria de viver

As palavras inquietude e energia definem o estilo do publicitário Antônio Donádio. Aos 50 anos, ele permanece, e por tempo indeterminado, sedento de aprendizado, já que entusiasmo nunca parece faltar. Depois de passar por agências, televisão e jornal, hoje ele é diretor Comercial da Rádio Gaúcha - já  são 36 anos de experiência, 26 destes só no Grupo RBS. Desde 2002, faz parte da direção da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), da qual é, atualmente, diretor de Relações Institucionais.


Apaixonado pelo que faz, não hesitou em adaptar seu sobrenome, primeiramente, para "Dorádio" e, depois, com o  surgimento de novas tecnologias (celular, mp3 player e Internet) e inovações, para "Donáudio". É assim que ele assina, há alguns anos, os e-mails que envia. "E eu consegui, de forma espontânea, fazer com que as pessoas passassem a me chamar assim", brinca. "É uma brincadeira legal que pegou no mercado. Pensou em rádio, lembrou do Donáudio", completa ele sobre a própria invenção.


Antônio Donádio nasceu em Porto Alegre , em 4 de abril de 1958. Vem de família humilde, cujo pai veio da Itália "com uma mão na frente e outra atrás. Chegando aqui, construiu uma vida com muitas dificuldades? a primeira profissão, sem falar uma palavra em português, foi de bilheteiro na Rua da Praia", recorda. Logo depois de se estabilizar, vieram a mãe e os dois irmãos mais velhos, nascidos lá. Donádio esteve na Itália três vezes: em 1982, em lua-de-mel, em 1985 e em 1987. Teve a oportunidade de conhecer a casa que o pai nasceu, e m Morano Calabrio.


Um mídia apaixonado


Embora tenha formação em Administração de Empresas, toda sua carreira foi delineada na área da publicidade e propaganda. Quando tinha 15 anos, decidiu começar a trabalhar. A oportunidade para ajudar a família surgiu ao conseguir, através do irmão mais velho, uma vaga de office-boy do departamento de Mídia da Mercur Publicidade. "Eu comecei muito de baixo e tenho muito orgulho disso. Nesta época, eu já tinha comigo algo que eu carrego até hoje e que realmente fez com que eu crescesse bastante: a curiosidade. E eu acho isso de extrema importância, de extremo valor", afirma.


"Eu não me considerava simplesmente um office-boy, porque toda vez que eu levava alguma autorização de publicidade para os veículos de comunicação, eu ia olhando, lendo e me interessando. Toda vez que eu voltava pro escritório da agência, eu perguntava pro meu chefe do que se tratava pra tentar entender", lembra. Foi quando o interesse de Donádio foi percebido e, em menos de seis meses, resultou em uma promoção, conquistando o cargo de assistente de Mídia.


Os próximos desafios foram na McCann Erickson, Símbolo Propaganda e Escala, sempre na mesma área. "Eu tenho o maior respeito pelos profissionais de Mídia. Eu comecei minha carreira nesta área, foi aí que eu consegui construir a minha rede de relacionamentos e me colocar no mercado. E desde que eu entrei nesta área, me encantei e me apaixonei. Eu vi que era o meu mundo", simplifica. Já a primeira experiência de Donádio em veículo, em 1981, foi na Caldas Junior, como contato publicitário dos jornais Correio do Povo, Folha da Manhã e Folha da Tarde.


Aprendizado, satisfação e reconhecimento


Não demorou muito e surgiu o convite para ingressar no Grupo RBS, onde está desde 1982. Começou como contato de publicidade na área de TV (antigas geradoras do Interior) e, mais tarde, em 1987, tornou-se gerente executivo da RBS TV Caxias. No evento de apresentação, Donádio resolveu ousar: fez seu discurso em italiano. Como não podia ser diferente, o profissional cativou o público presente, sendo muito bem recebido. "E foi um momento muito importante, de crescimento profissional", destaca. Três anos depois, voltou para Porto Alegre para mais um desafio, o de assumir como gerente executivo de Comercialização do jornal Zero Hora, cargo no qual permaneceu durante dez anos.


Em 1999, mais uma vez, traçava novos rumos, ainda dentro do Grupo. Era hora de arriscar uma experiência no único veículo que faltava: o rádio. Assumiu a gerência executiva de Comercialização das emissoras de Porto Alegre e, desta vez, seu desafio foi dar um foco para a emissora. "Ninguém faz absolutamente nada sozinho. O que a gente tem que saber é ter as pessoas certas, no lugar certo, da forma certa, no momento certo. E é isso que faz a diferença: tu saber conduzir e motivar um grupo. Passar a energia, dar exemplo, ser uma referência, exercer uma liderança, dar tranqüilidade e liberdade para as pessoas colocarem seus pontos de vista", define Donádio sobre o seu perfil profissional junto à equipe da Gaúcha.


Mais tarde, em 2005, tornou-se diretor Comercial da Rádio Gaúcha. "Foi um dos maiores momentos na minha carreira profissional. E isso, pra mim, é motivo de muito orgulho", se emociona ao falar, lembrando que, quando ingressou no grupo, prometeu para si mesmo que não seria apenas mais um entre os tantos profissionais que ali trabalhavam. "Eu sou a prova viva de que se pode começar de forma humilde, simples, e galgar posições dentro da empresa. Mas a gente tem que correr atrás? Pra chegar onde eu cheguei, muito sacrifício eu tive que fazer, muitos obstáculos eu tive que vencer e com muitos desafios eu tive que me comprometer. Eu fui à luta", reafirma, como a enfatizar que a busca pela realização profissional e pessoal sempre o acompanhou.


"A gente tá neste mundo pra fazer alguma coisa, deixar alguma história", conclui. Na RBS, teve a oportunidade de realizar muitos aperfeiçoamentos, como o curso de Gestão Empresarial na Kellogg School of Management, da Northwestern University, nos Estados Unidos.


Um cara família


Há 26 anos, é casado com a advogada Sônia Buarque Donádio. Juntos, eles têm duas filhas: Nicole, de 19 anos, e Giorgia, de 10. Nas horas livres, aprecia estar com a família no clube e adora jogar tênis e estar entre os amigos que fez através do esporte. É conselheiro do Grêmio Náutico União, onde pratica tênis. Desde guri, gosta de tocar violão. Em casa, praticamente tem um estúdio com bateria eletrônica, guitarra e seis violões. Toda terça-feira, faz uma hora e meia de aula de música. "É a minha primeira maior paixão de lazer", conta.


Um dos sonhos do executivo, inclusive, é compor uma banda. "Sou muito eclético nos estilos musicais", define. Seus preferidos são jazz: George Benson, Diana Krall e Jamie Cullum; blues: Eric Clapton e B. B. King; pop: America, U2, Maná, Sade, Eagles, Santana; e rock pesado: Led Zeppelin, AC/DC, Aerosmith. "Não podendo faltar Pink Floyd, que eu assisti ao vivo em Montreal em 1985", conta. Na área nacional, adora Jota Quest, Lulu Santos, Djavan, Marina e Rita Lee.


Outra característica sua é ser autodidata. Tanto violão quanto o tênis, aprendeu sozinho. Curioso, dinâmico, não consegue ficar parado. Tem sede de aprender.  "O tênis e a música te dão possibilidade de ter muitos amigos, pois reúnem, agregam as pessoas. Dá pra descontrair um pouco, desligar das preocupações do dia-a-dia de trabalho", completa.


A organização e o gosto por cozinhar, ele atribui aos ensinamentos da mãe. "Eu ajudava muito a mãe em casa. Chegava do colégio, ajudava ela a lavar janela, lavava o chão, ajudava a fazer comida?", relembra. Gosta de preparar pratos simples, comida caseira, como macarronadas, massas e um bom arroz, um carreteiro especial, além do bom e tradicional churrasco. "Sou movido a entusiasmo. É uma característica minha e todo mundo diz: ?o Donádio tá sempre ligado na tomada?, e é verdade, 24 horas por dia", assegura. Por sinal, no caso dele, mau humor é muito raro. "Tem que ter acontecido uma tragédia pra eu estar de baixo astral", afirma.


O executivo faz questão de enfatizar que acredita na importância da humildade. "Eu sempre tratei as pessoas do mesmo modo. Desde quando eu era office-boy e uma pessoa super simples, que precisava trabalhar pra ajudar a família, até hoje, quando sou diretor de uma empresa importante", afirma. Respeito, seriedade, comprometimento, caráter, ética e coerência do discurso com as atitudes completam seus valores. Assim, não por acaso, metas e objetivos norteiam a trajetória de Donádio, sempre.

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