República: Jornalismo sob medida

De clientes com repercussão nacional aos locais, a agência de conteúdo dedica o mesmo esforço a todos


Localizada na rua Duque de Caxias, 805, no Centro Histórico, em Porto Alegre, o espaço da agência de conteúdo República faz com que aqueles que chegam ao local se sintam como em uma casa. O lugar, o qual pertence aos irmãos jesuítas e que, durante muito tempo, foi um alojamento, tem bastante luz natural e é aconchegante. O recinto tem essa particularidade muito por causa da equipe, integrada e descontraída, que a todo o momento brinca com piadas e faz com que o ambiente seja divertido.

Logo na entrada, no corredor que separam as empresas - o local funciona como um coworking entre República, Soon Content e Fronteira-, há uma estante com livros e alguns objetos. Para que os colaboradores possam descansar ou tirar um intervalo, há um sofá em frente a uma televisão - conectada a um videogame. Uma das estagiárias conta utilizar o ambiente no horário de almoço. "Quando não saímos para almoçar, sentamos aqui e assistimos TV enquanto comemos", diz Aline Luísa Bisol, que relembra a disputa do Grêmio no Mundial de Clubes, em 2017, quando a equipe se reuniu no pátio para assistir à partida e fazer churrasco.

Ainda na sala, uma rede azul, num cantinho iluminado, está disponível. Ao entrar no escritório onde ficam os sócios Emanuel Neves, Leonardo Pujol e Ricardo Lacerda e a colaboradora Fernanda La Cruz, é possível ver uma decoração que dá ao local um ar de lazer. Alguns personagens icônicos de desenhos e filmes ganham o papel de bibelôs como E.T., Marge Simpson e Papai Smurf. Quadros espalhados pelas paredes também trazem lembranças de obras cinematográficas clássicas. Entre objetos padrão de escritório, há cadeiras coloridas para visitantes ou o pessoal se reunir. No espaço, há, ainda, revistas empilhadas nas quais a equipe já trabalhou, entre elas, uma pilha alta de Piauí's.

Atêlie de conteúdo

Com um quadro pequeno, sendo os três sócios, uma funcionária e duas estagiárias, apesar de ter planejamento de ampliar o espaço, Ricardo garante que o número reduzido de pessoas é bom por não produzirem em grande escala e, desta forma, ter um conteúdo mais personalizado. "Conhecemos nossos clientes e, assim, temos um esmero maior para realizar as matérias", diz o sócio ao se referir ao 'modus operandi' da República.

Todos trabalham unidos e sabem assumir a pauta do outro caso necessário. Para isto, cada um realiza as entrevistas, quando por telefone, por meio de um headset, ao mesmo tempo que transcrevem a conversa. Assim, caso outra pessoa precise assumir a matéria, todas as informações essenciais se encontram reunidas para facilitar o trabalho. Manu, como é conhecido Emanuel, definiu o trabalho da agência: "Fazemos Jornalismo sob medida". Entre a carteira de clientes, desde os mais conhecidos aos mais locais, a República dedica o seu tempo e compromisso na mesma intensidade com todos.

Trabalho com dedicação

A visita do Coletiva.net aconteceu numa segunda-feira, justamente no dia em que toda a equipe se reúne para organizar as pautas. Tendo uma cartela grande de clientes pontuais como Superinteressante, e outros recorrentes como a HSM Management, o encontro é conduzido de forma leve e agradável, com alguns ganchos de piadas no decorrer. Não significa que o trabalho não seja levado a sério, pelo contrário, a organização é fundamental para que o andamento e a entrega de conteúdo sejam realizados dentro do prazo.

A reunião dura em torno de meia hora, às vezes um pouco mais, como detalha Ricardo.  Cada um dos presentes relata como está o progresso do seu trabalho e o que ainda está pendente. Por meio do Trello, aplicativo de gerenciamento de projeto online, a equipe alinha-se. São relatadas algumas pautas adiantadas, outras encaminhadas. O grupo trata dos mais variados temas, entre eles, trabalham com o Sistema de Educação Continuada à Distância da Editora Artmed. "Fazemos e-books, cuidamos do site, criamos Newsletter com assunto técnico voltado à área da Saúde", explica Fernanda, ao citar que a pesquisa é indispensável para fazer o trabalho.

Eventualmente, a equipe é contratada para assinar reportagens de revistas com maior expressão, como a Superinteressante. Geralmente, estas matérias têm em torno de 30 mil caracteres, o que exige um esforço maior e aprofundamento. "Já assinamos matérias com mais de um nome, pois sempre nos ajudamos para concluirmos o trabalho", destaca Pujol. Inclusive, no momento, mais um texto para a publicação estava em andamento. Os trabalhos pontuais alteram a rotina organizada, mas o bom relacionamento entre todos faz com que os prazos sejam atingidos.

Cumplicidade e companheirismo

Para quem chega, é fácil perceber a afinidade que paira entre os membros da República. Com espaço para falar sobre tudo e debater acerca de temas diversos, o pessoal da agência é muito integrado e costuma almoçar junto quase todos os dias. Em ocasiões festivas, como Festa Junina e Natal, em grande parte das vezes, se organizam para um momento de integração. "Quando tem alguém de aniversário, compramos bolo e cantamos parabéns", relata Pujol.

Liberdade para a criação de matérias é primordial para o crescimento. Isto é algo que quem trabalha ali destaca. A outra estagiária, Juliana Irala, a qual passa pela sua primeira experiência de emprego no Jornalismo, expressa que ter autonomia na hora de construção de matérias é essencial para o seu crescimento. "Eles nos dão liberdade de sentar e tocarmos nossa reportagem, isto nos ajuda muito como futuras jornalistas."

Os sócios, que trabalham com matérias e com a edição delas, não gostam de ser chamados de chefes pelas repórteres. Fernanda conta que um dia estava no telefone com uma amiga e alertou que precisaria desligar porque o chefe queria falar com ela. "Quando desliguei, o Ricardo pediu: 'Não me chama de chefe'", relembrou, entre risos.

Para sempre na equipe

A República perdeu no início deste ano um jornalista, que, segundo os relatos, era crucial para o time. Robson Pandolfi (falecido no início deste ano) é unanimidade entre os colegas que conviveram com ele, a figura do profissional, que, além da agência, trabalhava como professor na Uniritter, é recorrente no espírito de trabalho. "Alguns momentos temos o vazio da presença dele, mas lembramos que o Rob era sempre dedicado e alegre", expressou  Ricardo, saudoso.

Em um dos armários, onde cada gaveta está etiquetada com o nome de um proprietário, o de Robson continua lá, como se logo fosse voltar. Falando sobre o colega, Fernanda, que foi aluna do jornalista, começou como estagiária e hoje é colaboradora, ficou com os olhos marejados. "Era uma pessoa que sempre estará aqui, ele era sensacional", concluiu.

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