Com o recebimento de verbas, Museu do Trabalho inicia recuperação do espaço
Fechado desde maio do ano passado, a gestão recebeu permissão para a captação de recursos para futuras reformas
Após ter ficado alagado por 20 dias, durante as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, o Museu do Trabalho recebeu, recentemente, da Prefeitura de Porto Alegre, a permissão de uso do imóvel. Com a autorização da dona do empreendimento, a gestão do espaço pode agora participar de editais públicos a fim de obter financiamento para suas reformas.
O primeiro passo foi dado com auxílio do 'Programa Emergencial Rouanet RS', que foi criado ano passado pelo Governo Federal com o intuito de apoiar a recuperação e o fortalecimento do setor cultural do Estado. A partir da aprovação, o museu ficou apto a captar R$ 3 milhões com empresas. As interessadas investem e, depois, abatem em impostos, com contrapartidas e a exposição da marca no local.
Parte desse montante, R$ 1,1 milhão, será destinado à recuperação de estruturas vitais danificadas pelas cheias, como por exemplo, a Sala de Exposições, que está interditada por causa de rachaduras que surgiram nas paredes. O objetivo é que o local volte a operar parcialmente assim que possível. "Tivemos apoio de voluntários da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) por meio do Sistema Estadual de Museus. Para mexer nas máquinas, contratamos gente com dinheiro do museu mesmo", afirma o administrador e curador do Museu do Trabalho, Hugo Gusmão.
Próximos passos
Além das obras emergenciais, a administração do museu começará a trabalhar no desenvolvimento de um projeto arquitetônico. Essa futura reforma será conduzida com um orçamento de R$ 600 mil do valor arrecadado com a Rouanet RS. No total, o ambiente conta com cinco galpões, que abrigam uma sala de exposições, uma reserva técnica, uma secretaria, o acervo de máquinas, a oficina de gravuras, a sala de dança e o teatro.
Nesta intervenção, está prevista a mudança do teatro de local, aquisição de novos móveis e reparos no palco principal. Segundo Flávio Kiefer, arquiteto responsável pelas transformações, o projeto seguirá uma abordagem que preza pela preservação do espaço. "Nossa preocupação é preservar o valor arquitetônico", completa o profissional.
Inaugurado em dezembro de 1982, o Museu do Trabalho desempenha um papel cultural relevante tanto para o cenário da capital gaúcha quanto para o Estado como um todo. Embora a reabertura só seja esperada a partir do próximo ano, o espaço, ao longo de suas quatro décadas de existência, abrigou mais de 270 exposições, abrangendo desde artistas locais, nacionais e até mesmo internacionais. "Precisaremos de pelo menos 300 dias para voltar a abrir", finaliza Hugo.