O futuro da reportagem: jornalismo de imersão

Meia hora antes do início da apresentação de Nonny de la Peña no SXSW, mais da metade do auditório, de 600 lugares, já estava ocupada

Por Letícia Duarte

Meia hora antes de iniciar a apresentação de Nonny de la Peña no SXSW, mais da metade do auditório, com 600 lugares, já estava ocupada. Considerada a 'madrinha da realidade virtual', jornalista é uma das pioneiras do jornalismo de imersão. Depois de trabalhar para veículos tradicionais como o jornal New York Times e a revista Newsweek, ela dirige, hoje, sua própria empresa, a Emblematic Group, uma companhia de mídia digital focada em experiência virtual imersiva, combinada com realidade aumentada.

Ela começou a palestra mostrando no telão vídeos de alguns dos trabalhos que a consagraram. Um dos diferenciais de sua produção é que a alta tecnologia não é utilizada como recurso de entretenimento, mas para ajudar o leitor a entender de temas sociais densos, desde questões como assédio sexual até a guerra na Síria. Um dos primeiros trabalhos de realidade virtual foi uma peça sobre a prisão de Guantánamo, em 2007. "Como ter acesso a um lugar onde o acesso é proibido? Fizemos isso construindo uma versão virtual de Guantánamo, tornando a prisão acessível", contou.

Em outro trabalho, mais recente, ela usou a tecnologia para ajudar o leitor a sentir o que estava acontecendo na Síria. "Com a realidade virtual, conseguimos colocar o leitor no meio da cena, possibilitando que ele possa ver a realidade seus próprios olhos", explicou.

Fundadora do Emblematic Group and New America Fellow, Nonny é reconhecida como uma jornalista visionária que está redefinindo os padrões de como a criatividade humana e a tecnologia podem trabalhar juntas para criar narrativas envolventes e que mudam a vida das pessoas. "Não podemos mais separar as coisas. Precisamos do lado humano para criar a realidade virtual, e ela pode reforçar o engajamento das pessoas com os temas mais importantes", analisou.

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