Homem de saia
Há, na França, um movimento pelo direito de os homens usarem saia. Estou num impasse: sou a favor do uso da saia, por causa …
Há, na França, um movimento pelo direito de os homens usarem saia. Estou num impasse: sou a favor do uso da saia, por causa da melhor ventilação, mas contra por causa das canelas finas e cabeludas. É sempre assim comigo. Não sei o que há. Não pertenço a organização nenhuma, a partido nenhum, a religião nenhuma. Um dos poucos movimentos que tem meu apoio irrestrito é o Movimento Pela Libertação dos Anões de Jardim. Mas, mesmo assim, não penso em assinar carteirinha.
Deu no Coletiva.net
O Fraga me chamou de escritor safado e traiçoeiro. Quero satisfações. Sou muito, muito pior.
Soleirismo ou filosofia de soleira
Minha amiga Maia Sprandel lamentou, esses dias, a falta de soleira na rede mundial de computadores. Não é maluquice dela, não, mas uma referência ao soleirismo, ou filosofia de soleira, corrente de pensamento que nasceu no final dos anos 70, começo dos 80, numa varanda
O que era exatamente o soleirismo? Sei lá. Mas lembro direitinho daqueles momentos na soleira ou na rede com meninas bonitas, olhando o mar, com todas as horas dedicadas à arte mais difícil: não se levar a sério. Ou de vários filósofos empoleirados na varanda, rindo como uns loucos de si mesmos. Lembro também do nosso grande sonho: a construção de uma casa com varanda nos quatro lados, para termos uma visão mais ampla da realidade.
Naturalmente fundamos uma revista, A Soleira, que tinha uma grande e socrática vantagem: não precisava ser escrita. Em todo caso, A Soleira continua em ação até hoje: cobrimos desde surfe até gado vacum. E inclusive cobrimos?
Como a Maia, lamento a falta de soleiras nos dias de hoje, ou essas pobres soleiras com a parede do prédio ao lado a poucos metros, ou a necessidade de desperdiçar tempo com coisas menores, como correr atrás de três refeições diárias. Tudo isso é um baque no pensamento ocidental - no oriental também, com a atual ascensão da China. Mas, cuidado, os soleiristas continuam à solta, infiltrados onde menos se espera. Como dizia aquele velho hippie, somos como a ferrugem: nunca descansamos.
Deu no jornal
oOo Queda de postes diminuiu 23 por cento depois da lei seca,
Todos contra Dante
Assim se chama uma pequena novela do Luís Dill, lançada há pouco pela Cia. das Letras. Foi inspirada num fato real: uma implicância besta que acaba em tragédia, numa escola. Achei o fino, mas gostei especialmente dos diálogos: naturais, verossímeis. Isso, num país ruim de ouvido como o Brasil, onde os personagens não falam, discursam, não é pouco, não. Dill, como um punhado de outros aventureiros - Luiz Vilela, Marçal Aquino, Sérgio Rodrigues, Sérgio Fantini e Marcelo Carneiro da Cunha, por exemplo -, está em campo pra não deixar o Nelson Rodrigues e o Dalton Trevisan na mão. Todos contra Dante, ao contrário de muitos livros infanto-juvenis, não tem contra-indicação para adultos.
Mudar para ficar igual
STF limita uso de algemas aos pobres.