Por trás das câmeras: Jornalistas gaúchos cobrem a Copa pela Globo

Bárbara Natália e Marcelo Prata conversaram com o Coletiva.net sobre a atuação no Mundial

Jornalistas gaúchos cobrem a Copa fora do RS - Montagem com Arquivo Pessoal

A Copa do Mundo de Futebol da FIFA 2022 começou no Catar e o Rio Grande do Sul conta com um time de jornalistas na cobertura do megaevento esportivo em veículos fora do Estado. Pensando nisso, a reportagem do Coletiva.net conversou com alguns comunicadores sobre a preparação, os desafios e as peculiaridades deste Mundial. A série está dividida em duas matérias. Nesta primeira, o olhar de quem trabalha por trás das câmeras, com edição e produção, como Bárbara Natália e Marcelo Prata, e cobrirá as disputas no Catar sem sair do Brasil, pela Globo no Rio de Janeiro.

Bárbara Natália atua na segunda Copa do Mundo. A primeira foi em 2014, no Brasil, em programas da Sportv. Cabe a ela a edição de texto e imagens dos programas 'Troca de Passes na Copa' e 'Redação Sportv na Copa'. "Em ambos, edito matérias e conteúdos mandados pelas equipes de reportagem e produção no Catar, além dos materiais das transmissões de jogos e conteúdos produzidos aqui", explicou. 

Trabalhando para um evento que acontece em outro país, Bárbara acredita que "o  grande desafio está em alinhar os trabalhos e a comunicação das redações que estão no Brasil, com as equipes que estão no Catar". Conforme a editora, a Rede Globo trabalha em um modelo mais focado no Brasil. Então, as redações do Rio de Janeiro e de São Paulo concentram as principais estruturas físicas e de equipe, onde será produzida a maior parte do conteúdo da TV Globo e nos canais Sportv, desde programas a transmissões esportivas. 

Colega de emissora, o supervisor executivo de Eventos, Marcelo Prata, está na terceira Copa. Em 2014, no Brasil, e em 2018, na Rússia, ele trabalhou no país-sede. Nesta edição, porém, ele atua em terras cariocas, como um dos responsáveis pelo conteúdo do estúdio da Copa da Globo. "Por aqui passam transmissões e programas, com aproximadamente 20 horas de operação diária. Muito semelhante com o que fizemos em Tóquio", explicou. Para colocar em prática, foram meses de planejamento e semanas de pilotos e ensaios técnicos, testes e estudos. 

Para o executivo, cobrir a Copa do Mundo é sempre desafiador, pois ela mexe com o brasileiro, "é muita gente ligada acompanhando e esperando do nosso time informação e emoção. Em especial, essa Copa marca o reencontro dos amigos, a reunião das famílias e a oportunidade de estar junto de quem você gosta, depois de todo o isolamento, para acompanhar as partidas e torcer pelo País como um todo". 

Diferenciais desta Copa 

Esta é a primeira edição realizada no Oriente Médio e o ineditismo cultural, a relação com o futebol e os aspectos sociais do Catar são apontados pelos jornalistas como peculiaridades. "São inúmeros assuntos tangentes que precisam estar na nossa cobertura", ressaltou Marcelo. 

Bárbara lembrou também que o fato da competição ser feita no final do ano, por conta das altas temperaturas na região durante o período que seria o habitual (entre junho e julho), fez com que os modelos de coberturas usuais de outros eventos tivessem que ser modificados para "comportar" a Copa nesta época. "Tudo ficou meio 'embolado', o que tem sido um desafio interessante de lidar".

Gaúchos em veículo nacional

Há 10 anos fora do Rio Grande do Sul, Bárbara acredita que isso representa a consolidação de um trabalho que iniciou em terras gaúchas. "Somos valorizados fora do Estado por nossa força de trabalho e facilidade de adaptação. Sempre levamos um tanto da terra natal por onde a gente vai, então isso sempre vai ser uma marca registrada nossa". Para a profissional, a diferença em atuar em veículo nacional está na projeção do que se faz e com quem se fala. 

Conforme ela, no Estado há uma linguagem própria de produzir conteúdo e uma preocupação em focar na região. Ao trabalhar fora, aprende-se a descentralizar a produção e o consumo de informações, opiniões e conteúdos. "Um veículo nacional exige da gente uma visão mais ampla de mundo, uma consciência social maior em relação a questões, que muitas vezes não nos alcançam quando trabalhamos em um veículo regional".

Sair da zona de conforto e conversar com um público mais abrangente e mais plural, esse é o diferencial para Marcelo. Por isso, ele defende que é preciso uma comunicação mais assertiva para dialogar com todos os perfis que compreendem o País. "É recortar menos para aproximar mais", destacou o profissional, que disse que cobrir a Copa é um sonho realizado e um objetivo de vida concretizado com muito estudo, trabalho e dedicação. "É saber que a distância da família e a saudade dos amigos não foram em vão".

Além de na televisão, o time de gaúchos trabalhando na Copa do Mundo de 2022 também está na Internet. Amanhã, 24, a matéria trará as visões de Bianca Molina e Bibiana Bolson, profissionais que divulgam as partidas e outras movimentações que acontecem no Mundial pelas redes sociais e cobrirão o evento esportivo in loco.

Comentários