Esse texto é uma reflexão. Serve, também, para contar um segredo.

Chega uma hora que é preciso encerrar ciclos. Esse é um dos meus momentos. Pouca gente sabe, mas nessa vida multipotencial assumi um desafio há três anos. Para alguns, três anos é pouco. Para outros, o suficiente. Há os que defendem que é muito. Enfim, considerei o tempo adequado para criar e desenvolver propostas, ver transformações estruturais, além de evoluir em aspectos que dialogam com gestão e comunicação - essa dupla que acompanha minha trilha de desenvolvimento há duas décadas.  

Após três anos na gestão do meu condomínio, decidi não ser candidato à reeleição por uma série de fatores que pouco importam neste texto. Coloco luz sobre essa experiência repleta de aprendizados que me fizeram crescer, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Uma das maiores lições que aprendi foi a importância da comunicação para diferentes contextos/perfis, que se conecta profundamente com o jornalismo e a gestão. A comunicação eficaz é fundamental para construir um ambiente harmonioso, e isso se assemelha ao papel do jornalista em informar e conectar as pessoas.

A transparência e a escuta ativa, pilares da comunicação assertiva, também são essenciais na gestão. O jornalista busca entender as várias vozes/olhares de uma história. O síndico deve ouvir/ver as necessidades dos condôminos para, como um gestor, tomar decisões que beneficiem a coletividade. Essa habilidade de mediar e contextualizar informações é determinante para resolver conflitos e promover um ambiente colaborativo.

A atividade de síndico requer paciência, objetividade e transparência associados a capacidade de gerir expectativas, tempo e recursos humanos e financeiros. Cada perrengue, cada decisão, cada solução contribuíram para a formação como líder. Podem acreditar: vale como um MBA.

Aprender a dizer não é um hábito que devemos incorporar nas nossas rotinas, sem peso de parecer algo errático. Poder fazer escolhas é um privilégio que só faz sentido quando você entende que existem três tempos: plantar, contemplar e colher.  

Bem-vindo, 2025!

Leandro Olegário é jornalista, professor, doutor em Comunicação e segundo vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI).