Lá e de volta outra vez

Por Carlos Redel, para Coletiva.net

Depois de estar dentro de Coletiva.net, parece ser impossível de se desvincular. No já distante 2015, comecei a estagiar no portal. Hoje, cinco anos depois, estou em minha terceira passagem pela empresa, desta vez, como editor.

Mas a nossa história, minha e do Coletiva, não foi simples. Parecíamos um casal destinado a não ficar junto. Quando apareceu a vaga para trabalhar no portal, enviei, cheio de esperanças, o meu currículo para o Vieira. Ele me recusou. O candidato precisava estar, no máximo, no sexto semestre da faculdade. Eu estava na metade do sétimo - ou seja, teria poucos meses para estagiar. Vieira queria alguém disponível por um ano.

Decepção. Queria trabalhar ao lado de um dos fundadores do Coojornal. Além disso, a professora Laura Glüer, da UniRitter, sempre dizia: "Só é verdade se der no Coletiva". Como não querer trabalhar nesse lugar? Algum tempo depois, toca o telefone na Rádio Web da Prefeitura de Porto Alegre. O meu então chefe, Vitor Paz, diz: "Te cedo ele, sim. O guri é bom, tu vai ver". Era o Vieira do outro lado da linha. Acabou me dando uma chance. 

Logo, já estava na redação de Coletiva.net. Como o meu tempo era limitado, queria absorver o máximo de informações que eu conseguisse. O primeiro dia foi de muito aprendizado. Empolgante. Tudo parecia estar dando certo, finalmente. Indo para o segundo dia de trabalho, caí de moto. Fratura no tornozelo. Pelo menos, quatro meses com a perna imobilizada. É, parecia mesmo uma daquelas histórias de amor impossível.

Duas semanas de home office, Vieira me liga: "Precisamos de ti aqui, consegue vir?". O espaço do antigo Coletiva.net não era dos melhores para um fraturado - era apertado, não dava para deixar o pé erguido. Mesmo assim, fui. Queria a experiência. Queria a aula de jornalismo com o Vieira. Não foi fácil passar por esse período, com perna quebrada, TCC, doença na família, bolsa-auxílio indo toda para o táxi que, ironicamente, me levava para o estágio.

E valeu a pena. O aprendizado foi único.

Com a formatura, no começo de 2016, o estágio, intenso, acabou.

Pouco tempo depois, recebi uma mensagem da então editora, Gabriela Boesel, me chamando para fazer um freela lá. Fui, claro. Ganhei mais alguns meses de Coletiva.net.

Após, deixei o portal. Me embrenhei em outros desafios. Morei fora. Voltei ao Brasil.

Procurando por uma nova ocupação, no começo de 2019, entrei em contato com a Márcia Christofoli, que comprou o Coletiva.net do Vieira. Ela, então, me chama: "Vem fazer um freela com a gente. Na verdade, tu nunca deveria ter saído daqui".

Fui. Mais alguns meses de Coletiva.net.

Na sequência, fui convidado para assumir o cargo de editor do portal.

E aqui estou. De estagiário, passando por freelancer, até chegar ao cargo de editor.

Um relacionamento cheio de idas e vindas, com muitos desafios, mas que deu certo.

Se seguiremos juntos? Não sabemos, afinal, o nosso caso sempre foi imprevisível.

Independentemente do futuro, a admiração e carinho seguirá. Até ir lá e estar de volta outra vez.

Carlos Redel está em sua terceira passagem pelo portal. Já foi estagiário, freelancer, repórter e, há cerca de um ano, é o editor de Coletiva.net.

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