Deus abençoe os empreendedores
Lucas Dalfrancis, para o Coletiva.net
Empreender não é um CNPJ. Empreender é um ato. Não necessariamente mercantil, rentável ou negocial. Mas uma crença de valor, costurada fio a fio ao protagonismo da transformação. Empreender é primeiro coração, depois agonia, e por fim as próprias mãos. Um tino humano, talvez até um dom, um sentimento pulsante de querer fazer sobre um sonho gestado em si.
Crianças empreendedoras pensam em casas na árvore. Em casa, empreendemos no jardim, quando não desistimos do plantio assim que a primeira flor morre. Na escola, empreendemos quando colocamos a barriga no fogão para fazer cachorro-quente e juntar vinténs para a festa de formatura. Empreendemos na vida quando decidimos sobre ela: ora montar a própria família, ora decidir que a família somos nós, antes de tudo.
No trabalho, evidentemente, empreendemos esforços todos os dias. Seja na renúncia de uma proposta, ou na doação: às vezes, a dor dilacerante da frustração, às vezes, a glória triunfante de uma vitória simples.
Repito para que fique claro: empreender é, antes de tudo que possa ser, um ato.
E um ato tem muito poder. É a partir dele que as burradas acontecem, mas também é por ele que os devaneios param de pé. Sem o ato não há pecado, verdade; mas também não haveria o perdão. Não há palavra e não há história.
É no ato da negação que algumas coisas se vão, para que possamos rasgar o horizonte e vislumbrar mais longe. Com fé no futuro, fôlego para vencer o que virá, paixão para não desistir de caminhar. É pelo ato que a coragem se cria, até porque sem a prerrogativa de um único ato, o medo faria um castelo dentro do nosso peito. Sem ato, somos vazio, somos hiato.
Há exatamente dois anos tive um ato. Um ato Notório. Edificamos uma inquietação para transformá-la em uma travessia compartilhada, uma ponte pêncil: daqui até onde nossos atos nos levarem. Deus abençoe os empreendedores que fazem dos sonhos a bússola da sua vida.
Lucas Dalfrancis é jornalista e CEO da Notório