Bem de perto: santa-mariense, Canellas acompanha o caso Kiss há oito anos

Jornalista propõe ao 'Fantástico', da Rede Globo, uma cobertura permanente dos desdobramentos do processo

Marcelo Canelas em cobertura na cidade de Santa Maria - Crédito: Daniel Pinho

"Estava de férias, quando o meu companheiro cinematográfico Lúcio (Alves) me ligou, questionando se eu tinha visto o que havia acontecido na minha cidade. Descobri que muitas pessoas que eu conhecia perderam os filhos", assim o jornalista Marcelo Canellas, repórter especial da Rede Globo, relatou à equipe de Coletiva.net como foi para ele cobrir a tragédia da Boate Kiss. Apesar de ter nascido em Passo Fundo, o profissional gaúcho pouco viveu na cidade, ao mudar-se bem cedo para a cidade onde ocoreu o trágico incêndio e, por isso, considera-se um cidadão santa-mariense.

Na época, ao ser chamado para cobrir ao 'Fantástico', acabou declinando de pronto. Entretanto, após quatro dias, percebeu que precisava estar presente no local onde a tragédia aconteceu. "Tudo o que eu pensava é que estudei na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e frequentava a boate do DCE, que era em uma casa de estudante, tinha só uma portinha e estava sempre lotada. Inclusive, ela foi fechada meses antes pela Vigilância Sanitária de Santa Maria", rememorou, ao afirmar que sempre se viu naqueles garotos. 

                                                                                                              Marcelo Canellas, Daniel Pinho e Lúcio Alves

Com o passar do tempo, Canellas propôs ao 'Fantástico' uma cobertura permanente dos desdobramentos do processo e foi se aproximando mais das famílias, além de conhecer envolvidos e acompanhar o caso bem de perto. "Acho que é um momento importante para Santa Maria, para dar um fechamento a isso. Houve uma sequência de novas violências, como o processo de desaforamento para Porto Alegre, os processos do Ministério Público contra os familiares, gerando uma situação de conflito e que agora pode ter um desfecho possível", pontuou. 

Quando questionado sobre como se divide entre ser jornalista e cidadão santa-mariense, ele é enfático: não consegue. "Para mim, é importante acompanhar o desdobramento deste caso, porque não é jogando para baixo do tapete uma tragédia dessa proporção que a cidade voltará a ser alegre. É importante para a cidade se defrontar com a sua dor e enfrentar em respeito aos 242 jovens."

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