Fala, mercado: Giovani Gafforelli

Repórter da Guaíba diz: "Sabia que essa seria a maior pauta da minha carreira"

Giovani Gafforelli, repórter da rádio Guaíba - Arquivo Pessoal

Antes mesmo de começar o julgamento, Giovani Gafforelli comentou com colegas: "A cobertura do julgamento da Boate Kiss será a maior pauta da minha carreira". O repórter da rádio Guaíba, que atua na área há 10 anos, conversou com a equipe de Coletiva.net e Coletiva.rádio sobre como está sendo a experiência de cobrir o que já é o maior júri da história da Justiça do Rio Grande do Sul.

Ao definir a oportunidade como sensacional do ponto de vista jornalístico, Gafforelli garantiu que entra repórter de um jeito, mas sairá dele outro muito mais qualificado. E os motivos são vários, entre eles, lidar com o processo do julgamento em si, com a grandeza das fontes, dos promotores. E completou: "As pessoas das defesas são muito qualificadas ao falar conosco, sempre muito educadas. E o trabalho da equipe do Tribunal de Justiça está sendo essencial, tanto na estrutura, quanto no material de apoio que prestam à imprensa antes e durante o júri". 

Aliás, sobre o processo anterior ao começo das audiências, Gafforelli contou que leu muitas reportagens da época do ocorrido, para lembrar do assunto - ainda estava na faculdade, e todos os materiais do TJRS para entender o processo. Uma vez dentro do Foro Central I de Porto Alegre, outro aspecto lhe chamou atenção: o coleguismo entre a imprensa. "Em uma década de trabalho, vi muita competição em pautas. Aqui, não. Trocamos informações, independentemente do veículo que se representa. As pessoas se ajudam de uma forma que ninguém fique prejudicado. Não tinha visto isso ainda."

Apesar da experiência enriquecedora, tem um lado pesado e complexo aos jornalistas: separar o profissionalismo das emoções humanas. Para o repórter, isso aconteceu especialmente nos primeiros dias, quando se emocionou com os depoimentos, lembrando que, particularmente, perdeu duas amigas na tragédia. Quando entra no ar, ele tenta não levar esse sentimento ao ouvinte, para que não pareça que está tomando partido. "Quando saio daqui, procuro desligar o rádio, não ouvir mais nada, senão, ficamos tensos o tempo todo."

Em uma iniciativa entre Coletiva.net e Coletiva.rádio conteúdos especiais são gerados durante todo o julgamento - e a ação conta com o apoio institucional da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O objetivo da cobertura especial é mostrar ao público a atuação da imprensa, com matérias, fotos, entrevistas exclusivas e a visão dos jornalistas credenciados para acompanhar o que deverá ser o maior julgamento da história do judiciário gaúcho.

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