A base salva sempre!

Por Rafael Cechin

Cada vez mais raros nas últimas décadas, os grandes títulos da dupla Gre-Nal sempre tiveram muita luta contra o predomínio do centro do país e uma característica em comum: o aparecimento de jogadores vindos das categorias de base. Nos dois clubes, foi assim. Nada seriam do Inter nos anos 1970 ou nas conquistas de 2000, do Grêmio campeão nos anos 1980, 90 e 2010 não fossem os garotos.

De vez em quando, os dirigentes e técnicos que passam por Arena e Beira-Rio se esquecem disso. Desvalorizam a nossa história. Se lembram da base, dá certo, mesmo que não seja no pretendido curto prazo. Atualmente temos casos de sucesso. Que venham mais.

A boa notícia do jogo do Grêmio com o Santos, tão esperada primeira vitória de Mano Menezes, foi o garoto Alysson. Entrou e fez a jogada do gol do Cristian Oliveira. Mostrou que tem condições de conquistar uma vaga na equipe que possui tantas deficiências. No lado vermelho Victor Gabriel é um talento em ascensão e Gabriel Carvalho já rendeu muito dinheiro em 2025.

Cabe aos treinadores buscarem maior conexão com Alvorada e Eldorado do Sul, sedes dos treinamentos do sub-20 para baixo, mas também às direções terem uma política que facilite essa garimpagem. Se antigamente os campos suplementares do Olímpico e do Beira-Rio naturalizavam esse contato, hoje em dia ele precisa ser forçado por todos nos clubes.

Enquanto isso não acontece, a realidade dos times é difícil. Foi um alívio a primeira vitória de Mano no comando do Grêmio, só pelo resultado que deu gordura para escapar da zona de rebaixamento e sair da pressão neste momento de início de trabalho. O problema é que as atuações continuam bem abaixo do que a torcida quer e merece. Um futebol burocrático, sem movimentação do meio para a frente, a defesa ainda insegura, o que faz com que o tricolor seja confiável.

O Inter precisa recuperar pontos perdidos na Libertadores e no Brasileirão. Ainda lambendo feridas da derrota para o Corinthians no Brasileirão, que teve polêmicas de arbitragem, é verdade, dos quais os colorados não podem reclamar. A banca paga e recebe em relação às decisões do VAR.

Estacionados no meio da tabela do Brasileirão a dupla se mantém como coadjuvante. Ou seja, precisa reagir logo. Que as categorias de base novamente sejam usadas. O uso de jovens, já foi comprovado, salva o nosso futebol.

 

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com passagem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando passou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

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