Na tarde desta sexta-feira, 30, o palco principal do GovTech Summit 2025 recebeu executivos da Empresa Pública de Tecnologia da Informação e Comunicação (Procempa), que apresentaram decisões e processos de Inovação como case para o setor público. Mediados pela diretora de Negócios no Gartner, Paula Araujo, participaram do painel 'Case Procempa: Uma jornada de transformação, o diretor financeiro da Procempa, André Guaragna; a responsável pela gestão de Novos Negócios, Liana Rigon; e o supervisor de Arquitetura de Inovação, Márcio Scherer.

Ao destacar o OpenLab - iniciativa de inovação aberta que conecta ao ecossistema de startups, universidades e parceiros estratégicos de todo o Brasil - como um diferencial da Procempa, Paula pediu que Liana explicasse como se deu esse processo. A gestora exaltou que é um orgulho fazer parte do rol das empresas e das instituições que se valem dessa legislação para poder usufruir do ecossistema de startups. Contou também que foram muitas tentativas anteriores que esbarravam em questões jurídicas.

"Mas foi quebrando uma barreira cultural que fizemos o Open Lab, primeiro formando pessoas, depois levantando 22 desafios do nosso time técnico", disse Liana, garantindo que esta equipe estava "com a barriga no balcão", ouvindo as dores dos cidadãos para desenvolver as funcionalidades necessárias. Ela detalhou que, recentemente, tiveram a primeira reunião como "pedra fundamental", pois precisavam que o time confiasse que era um processo seguro, que havia metodologia, e que não esbarraria no jurídico

Liana ressaltou também que esse relacionamento do poder público com as startups está sendo construído, com base sólida, e garantiu: "O reposicionamento da Procempa vai muito além de encontrar soluções, precisamos impactar diretamente o cidadão. Ele é o nosso cliente principal".

Garantir sustentabilidade financeira

Paula provocou o diretor financeiro, André Guaragna, a explanar sobre como garantir sustentabilidade em um cenário que muito se fala sobre escassez de recursos no setor público. Antes de entrar na sua área, o executivo fez questão de exaltar que, antes de investir em inovação, a Procempa teve respaldo jurídico para investir em inovação, ainda que houvesse certos riscos. Mas alertou: "Nenhuma empresa que gasta muita energia tendo que gerenciar seus déficits financeiros conseguirá pensar em relação a soluções inovadoras e transformação digital".

Ao garantir, então, que este é um aspecto muito caro para a empresa pública, que vem há alguns anos com uma estrutura econômica financeira equilibrada, fazendo geração de caixa operacional. "E é isso que está permitindo alocar mais recursos para a gente investir em novos negócios, fazer trabalhos maiores com inovação, com soluções inovadoras." 

André também garantiu que, como toda empresa, pública ou privada, a Procempa olha para os possíveis investimentos e avalia as devidas taxas de retorno, riscos e etc, porém, precisa também olhar sob outro aspecto: "Podemos pegar projetos que tem um retorno menor financeiro, mas que o impacto social é muito forte. Então, esse é o diferencial que a gente tem que sempre tentar colocar no processo".

Investimentos em IA

Antes de encerrar o painel, Paula questionou Márcio Scherer, supervisor de Arquitetura de Inovação da Procempa, sobre como tem funcionado as decisões de investimentos em Inteligência Artificial. Segundo ele, corroborando o que os dois colegas de palco exaltaram, o mais importante é pensar no desenvolvimento de tecnologias que façam a diferença na vida do cidadão. "Poderia citar muitos exemplos mesmo, pois trabalhamos com IA há cerca de cinco anos", enalteceu.

Para exemplificar, Márcio escolheu dois projetos que ocorrem em parceria com o MIT - o Instituto de Tecnologia de Massachusetts - e o Hospital Santa Casa, que é uma referência no Brasil todo, ambos voltados ao tratamento do câncer - de mama e de pulmão, que chegam à precisão de 80 e 90%, respectivamente. "Existem outros tantos projetos e iniciativas que têm o apoio da Procempa, e o nosso papel é continuar investindo nessa área e fomentando o uso, pois geram produtividade, segurança e privacidade. É um tema que tem a atenção que merece", garantiu, concluindo o painel.

O time de jornalistas de Coletiva.net acompanha direto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, o 'GovTech Summit'. Realizado de 29 e 30 de maio, é realizado a produção de matérias e entrevistas para o portal, além de envio de newsletters especiais, drops em Coletiva.rádio e repercussão para as redes sociais. A cobertura conta com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre.