Gaúcha Colateral Filmes estreia série de ficção 'Filhos da Liberdade'
Produção vai ao ar nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, com retransmissão da TVE

Protagonizada e dirigida por profissionais femininas, a série produzida pela gaúcha Colateral Filmes 'Filhos da Liberdade' estreará nesta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, às 21h, em televisão aberta para todos o País. Com transmissão da TV Brasil e retransmissão da TVE, a obra de ficção conta com direção de Fabrício Costa Cantanhede e Mariani Ferreira. O seriado tem como locação a Região Metropolitana de Porto Alegre.
'Filhos da Liberdade' conta a história de Amara (Laila Garroni), uma enfermeira mãe solo que tem a vida transformada ao retornar ao Quilombo do Sopro, lugar onde nasceu e cresceu. Ali, precisará se reconectar com as raízes ancestrais para salvar a filha Keliane (Isa Xavier). Em meio à busca, Amara descobre que pode viajar no tempo e volta ao ano exato em que o quilombo foi criado, pouco tempo após o Massacre dos Lanceiros Negros, no final da Revolução Farroupilha. Durante a jornada, Amara entenderá como passado, presente e futuro se entrelaçam criando injustiças, e também como essa situação fará com que ela encontre as ferramentas para emancipação do seu povo.
A série traz um elenco que mistura nomes experientes dos palcos e telas com novos artistas. A protagonista, Laila Garroni, estreia em séries de TV, mas construiu uma carreira no Teatro do Brasil e dos Estados Unidos, onde também trabalhou com Cinema durante sete anos. A produção ainda conta com Cássio Nascimento, Claudia Barbot, Kaya Rodrigues e Paula Souza. O elenco principal tem Vera Lopes, atriz pioneira do teatro gaúcho. "Fico honrada em abrir caminhos para novas gerações de realizadores que tornam possível para atrizes como eu viverem papéis como esse", afirmou Vera.
Produção
A série marca a estreia na TV de Mariani e Fabrício. O diretor classifica o processo de produção como "árduo e prazeroso". Segundo ele, foi trabalhoso, pois a equipe enfrentou dias intensos de calor no meio de uma fazenda, localizada a quilômetros de Porto Alegre, onde a maioria do pessoal morava.
A produção também foi agradável, por ser a primeira direção de série da dupla, então as adversidades e desafios logo eram combatidos pela perseverança do que está por vir, conforme Fabrício, pois "tudo era novidade e um desafio a ser conquistado". "E essa inocência de ser estreante acaba por ser uma mola propulsora para seguir em frente, independentemente dos problemas diários, e a buscar as soluções, pois o que importa no final é o que está indo para a tela", conta o profissional.
Mariani explica também que contar uma história passada no período da escravidão, sem explorar apenas os traumas da negritude, foi uma das prioridades dessa produção. Segundo a diretora, os personagens foram vítimas da escravatura e seu legado, mas também foram os agentes da própria emancipação.
Conforme Mariani, quando chegaram ao Quilombo do Sopro e entrelaçaram as linhas temporais, a ideia foi entender a ancestralidade negra como uma resistência e luta. "Nossa protagonista, que inicia a história afastada de suas raízes, mas consegue resistir ao seu opressor buscando força na negritude. O tempo se entrelaça para dar à Amara as ferramentas que ela precisa para vencer", explica.
O projeto tinha o desafio de criar uma produção de ficção com cinco episódios que também abordasse eventos históricos do Brasil. Fabrício explica que a produção buscou referências em autores importantes para o tema da série. "Em relação à parte histórica, não tivemos o intuito de preservar cada detalhe e costume da época, nos concentramos mais nos tipos de relações que havia", disse.
Confira o trailer da temporada: