Nós, os capricornianos

Por Flávio Dutra

Os picaretas fazedores de horóscopos têm se esmerado em detratar os nascidos sob o signo de Capricórnio. E quando falam das virtudes parecem que estão destacando defeitos ou características inexpressivas, como se fosse de um signo sem relevância no zodíaco. 

Nas listagens tipo "conheça os signos mais generosos" capricórnio aparece sempre na rabeira, mas se é sobre algum atributo negativo aí vai pro podium. Exemplo: numa pesquisa sobre signos dos ganhadores de Prêmios Nobel, as mentes menos brilhantes, adivinha, quais são? Pouco mais de 55 premiados, entre os quais Martin Luther King (Nobel da Paz em 1964) e Rudyard Kipling (Nobel da Literatura em 1907) defendem a grei e os valores capricornianos, contra uma enxurrada de ganhadores dos outros signos, segundo o faccioso levantamento. Em outra abordagem sobre o título: "Que tipo de bêbado você é de acordo com seu signo", eis o que sobrou para Capricórnio: o bêbado rude, que quando exagera na bebida, diz coisas que machucam os outros. 

Em crônica anterior me insurgi contra aqueles invejosos do zodíaco que até espalham uma fake news de que Jesus Cristo não nasceu em 25 de dezembro, só para que ele não seja celebrado como o mais importante dos capricornianos. Imagina, ser da mesma estirpe do filho do Homem! 

Pena que não herdamos as qualidades divinas do JC , mesmo que Deus tenha criado o homem à sua imagem e semelhança (Gênesis 1;26), o que pode estar escrito no Livro Sagrado, mas não condiz com a realidade. Assim, temos que nos contentar com um perfil bem terreno, que enquanto capricornianos, no máximo, nos valoriza como pessoas muito estudiosas e questionadoras, sensatas e equilibradas. E mais: não aceitamos facilmente explicações banais e também não perdemos tempo em conversas que não levam a nada. Capricornianos vão direto ao ponto, sem rodeios. Ou seja, estão querendo dizer que somos os chatos impacientes astrológicos. Mais uma constatação de que até nas coisas positivas estão embutidas depreciações, explícitas ou sub-reptícias contra os nascidos em capricórnio.

Nem sei porque estou tratando desse assunto em espaço tão nobre. Mais de uma vez afirmei que, como bom capricorniano, não acredito em horóscopos, se bem que...

Autor
Flávio Dutra, porto-alegrense desde 1950, é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com especialização em Jornalismo Empresarial e Comunicação Digital. Em mais de 40 anos de carreira, atuou nos principais jornais e veículos eletrônicos do Rio Grande do Sul e em campanhas políticas. Coordenou coberturas jornalísticas nacionais e internacionais, especialmente na área esportiva, da qual participou por mais de 25 anos. Presidiu a Fundação Cultural Piratini (TVE e FM Cultura), foi secretário de Comunicação do Governo do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre, superintendente de Comunicação e Cultura da Assembleia Legislativa do RS e assessor no Senado. Autor dos livros 'Crônicas da Mesa ao Lado', 'A Maldição de Eros e outras histórias', 'Quando eu Fiz 69' e 'Agora Já Posso Revelar', integrou a coletânea 'DezMiolados' e 'Todos Por Um' e foi coautor com Indaiá Dillenburg de 'Dueto - a dois é sempre melhor', de 'Confraria 1523 - uma história de parceria e bom humor' e de 'G.E.Tupi - sonhos de guri e outras histórias de Petrópolis'. E-mail para contato: [email protected]

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