Relatório indica veiculação de anúncios sobre reforma da previdência em sites de fake news e pornografia

Documento foi confeccionado por solicitação da CPMI que investiga propagação de notícias falsas

Fabio Wajngarten e Jair Bolsonaro - Reprodução/Ueslei Marcelino/Reuters

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, criada pelo Congresso Nacional para investigar fake news nas eleições de 2018, obteve um documento sobre suposto uso inapropriado de dinheiro público. O relatório aponta que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) financiou anúncios, para divulgar a reforma da Previdência, que foram exibidos mais de duas mil vezes em sites que veiculam fake news, pornografia e ofertas de investimentos ilegais. .

As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e consideram o período entre 6 de junho e 13 de julho de 2019. O levantamento expôs 2.065.479 anúncios exibidos em 843 canais como 'Sempre Questione', 'Folha do Brasil', 'Diário do Centro do Mundo' e 'Jornal da Cidade Online' - que foi o primeiro alvo da ação contra fake news da iniciativa Sleeping Giants Brasil. 

O 'Terça Live' também esteve entre os que continham os anúncios, mesmo que seu responsável, Allan Santos, tenha negado em depoimento à CPMI. Conforme os dados do relatório, seu canal no Youtube recebeu 1.447 anúncios da Secom.

A campanha foi direcionada automaticamente aos sites pelo Adwords e Adsense do Google. A Secom divulgou nota afirmando que a responsabilidade pela escolha dos veículos onde aparecerão os anúncios é da companhia. Já o Google disse que trabalha para divulgar os conteúdos dos clientes a milhões de brasileiros e destacou que suas plataformas "oferecem controles robustos que permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios em tempo real sobre onde os anúncios foram exibidos".

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