Cinco perguntas para Jaques Machado

Jornalista retornou à rádio Gaúcha para atuar como produtor executivo

Jaques Machado retornou ao Grupo RBS, após primeira passagem de oito anos - Crédito: Rogério Fernandes

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou o Jaques Machado, jornalista formado há 11 anos pela Unisinos, ator, produtor cultural e empreendedor na área da Cultura, mais especificamente no teatro desde 2018. Minha paixão pelo teatro começou já no Ensino Médio, o Jornalismo foi uma opção em 2010, por achar que a Comunicação e a Arte estão muito próximas na função de informar, questionar, gerar reflexão e entreter a sociedade. Filho de Anair e Olmiro, gaúchos humildes vindos do interior do estado e que construíram sua vida de forma batalhadora em Alvorada, onde fui criado e morei até anos atrás. Já estive no Grupo RBS como estagiário e comunicador de 2009 a 2017, passando pela Gaúcha e RBS TV. Depois disso, acumulei experiências de coordenação de Jornalismo na FM Cultura, assessor de imprensa na Prefeitura de Porto Alegre e na Dixon Comunicação e fui coordenador cultural no Sesc de Laguna em Santa Catarina. Hoje, sigo com a minha carreira dupla no Jornalismo e no Teatro, onde já desenvolvi projetos ligados à reflexão e debate sobre as temáticas LGBTQIA+ e HIV na cena teatral. Um desses projetos, o Laboratório de Montagem Cênica exclusivo para Travestis e Transexuais, recebeu em 2021 o prêmio Açorianos de Melhor Ação Formativa.

2 - Como a Comunicação entrou na sua vida?

Minha primeira opção era trabalhar exclusivamente com atuação. Fui provocado pelos meus pais a buscar uma profissão que pudesse ser mais estável no futuro. Foi quando encontrei no Jornalismo a possibilidade de estar próximo de realidades e histórias diferentes das minhas, quase um laboratório de observação humana. Só quando comecei a formação que entendi que a função ia para além disso, e tomei consciência da responsabilidade que é fazer Jornalismo. Ser e dar voz a essas realidades, permitir a reflexão e levar informação e entretenimento é uma missão desafiadora a cada minuto que estamos no exercício da profissão.

3 - Qual é o principal desafio atualmente para quem atua na produção de emissoras radiofônicas?

Além de acordar às 3h da madruga? Brincadeira. Acredito que, hoje, o principal desafio é ser plural. Os famosos dois lados que falamos no Jornalismo hoje têm uma multiplicidade de visões que precisam ser contempladas. Junto a isso, a liberdade de expressão vem sendo confundida sempre com o discurso de proliferação de opiniões intolerantes e criminosas. Ou seja, o desafio é contemplar as mais diferentes vozes, realidades e opiniões sem agredir a ciência, a verdade e a democracia.

4 - Como tem sido para você atuar mais uma vez na rádio Gaúcha?
Sabes que quando fui convidado eu aceitei na hora e com uma felicidade muito grande?! Depois pensei se de fato fazia sentido voltar para uma emissora e para uma função que já tinha executado por quase oito anos. Mas aí, me dei conta que a minha carreira, a minha vida e o mundo tinham mudado muito desde a última passagem por lá. Eu fui trabalhar em assessoria de imprensa, foquei ainda mais na carreira artística e seguimos enfrentando uma pandemia e agora uma guerra. Ninguém é o mesmo dos últimos anos pra cá. Redescobrir-me dentro do trabalho de produção, reportagem, jornalismo e até entretenimento dentro da Gaúcha é um desafio e um caminho completamente novo. Quero caminhar por essa trilha e descobrir novas possibilidades e objetivos.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Profissionalmente, hoje, vejo-me construindo um caminho que une Jornalismo e Cultura dentro do Grupo RBS. Já relutei muito em aceitar essas minhas duas paixões convivendo juntas, mas a maturidade me fez perceber que esse pode ser justamente meu diferencial. Ou seja, em cinco anos espero que eu esteja trabalhando na Gaúcha no jornalismo geral, que possa estar falando de Cultura também na emissora e que esteja tocando muitos projetos e espetáculos no teatro. Tenho um musical que escrevi durante a pandemia para captar recursos e tenho parceiros no teatro que têm projetos lindos do qual quero seguir fazendo parte.

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