Cinco perguntas para Jônatha Bittencourt

Jornalista é repórter da rádio Gaúcha e faz parte da redação integrada de GZH

Jônatha Bittencourt é natural de Porto Alegre - Crédito: André Ávila

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Apesar de ser mais conhecido como Jônatha Bittencourt, ganhei mais recentemente o Grützmann da minha mãe. Tenho 33 anos e sou natural de Porto Alegre.

Cresci na Cohab do bairro Rubem Berta. Com exceção da sexta série, estudei em escolas públicas, tornando possível o ingresso na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) como cotista. Fui o primeiro da minha família a conseguir entrar na universidade.

Aos 18 anos, trabalhei em uma emissora de rádio gospel como operador de áudio, mas também aprendi a editar comerciais e vinhetas. Naquela época, ainda fiz alguns "bicos" como cinegrafista. Passei pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho, onde exerci a função de agente de proteção da aviação civil - inspecionava passageiros e bagagens no acesso à sala de embarque.

Nessas idas e vindas, fui estagiário no departamento de clipagem da Prefeitura de Porto Alegre, tive passagens pelo Jornalismo do Grupo Bandeirantes de Comunicação e pela Record TV RS. Hoje, sou repórter da rádio Gaúcha e faço parte da redação integrada de GZH.

2 - Por que optou pelo Jornalismo?

Desde pequeno, fui fascinado pela Comunicação. Ainda criança, tinha a mania de criar jornaizinhos escritos (e desenhados) à mão para distribuir de porta em porta no condomínio onde morava, no bloco B1 do núcleo 28.

Minha mãe assinava revistas infantis e, na seção de cartas, eu encontrava as mensagens enviadas por crianças de vários lugares do Brasil. Meu maior sonho, na época, era criar um clube para que meninos e meninas de lugares bem distantes pudessem se inscrever e receber as minhas revistinhas - mal sabia que um dia entraria em rede nacional.

Cresci, mas esse sonho ficou apenas na memória. Junto com o amadurecimento, veio a timidez, a dificuldade de me comunicar em público.

Chegou o momento de decidir seguir estudando ou não, ainda não tinha muita ideia do que fazer e decidi, mesmo assim, que o caminho seria fazer Jornalismo mesmo. Prestei três vestibulares para a Ufrgs. Depois de rodar duas vezes, decidi que a terceira seria a última tentativa. Foi justamente nessa que passei, dando sequência a essa caminhada ainda, confesso, sem muito sentido pra mim.

Assim que comecei a cursar Jornalismo, decidi me candidatar a vagas de estágio. Entrei para a equipe de clipagem da prefeitura. Não me vi trabalhando naquilo por mais tempo e muito menos em uma redação, onde teria de encarar a timidez diariamente. A saída que encontrei? Trancar a faculdade e mudar completamente de ramo. Precisava "dar certo" e começar a me sustentar financeiramente em algum lugar.

Só que no aeroporto, fui encorajado por colegas a não desistir tão facilmente do Jornalismo. Em 2012, fui desligado do Salgado Filho. Um mês depois, um ex-colega de faculdade e grande amigo, o Cristiano Goulart, me indicou para uma vaga de estágio nas rádios Bandeirantes e BandNews FM de Porto Alegre.

O morro Santo Antônio foi minha "segunda casa" por oito anos. Fui repórter, apresentador, produtor e âncora. Falar em rádio nunca foi um sonho para um tímido como eu, mas se tornou uma paixão. Foi lá que também recebi a oportunidade de trabalhar como repórter em televisão.

Depois de substituir o colega de rede durante as férias recebi uma proposta da Record TV RS. Mais um sinal de alerta acionado dentro da minha cabeça: "trabalhar exclusivamente em televisão?!". Pois, acredite, decidi encarar esse desafio também.

Entrei na emissora uma semana antes do decreto da pandemia de coronavírus em Porto Alegre. Durante três anos, recebi grandes oportunidades, participei de várias coberturas, como as de eleições, do júri da boate Kiss, da própria pandemia de Covid-19, viajei pela primeira vez para fora do Brasil, contei histórias que marcaram a minha vida e criei uma relação muito bacana e próxima do público, a quem sou eternamente grato. Tudo isso para dizer que, na verdade, acredito que optar pelo Jornalismo é uma decisão que tomo todos os dias, quando encaro meus desafios (muitos deles invisíveis para as outras pessoas) e coloco em mente que o que faço tem um potencial transformador na sociedade.

3 - Em julho, você entrou para a equipe do Grupo RBS. Como tem sido a experiência até o momento?

Quando entrei na redação pela primeira vez, já fiquei bastante surpreso e empolgado não só com o espaço enorme onde tem muita gente trabalhando, envolvida com o Jornalismo, mas com a organização que existe para que tudo aconteça da melhor maneira possível. A experiência tem sido enriquecedora e de muito aprendizado, pois é a primeira vez que também trabalho preparando matérias para site (GZH) e impresso (Zero Hora e Diário Gaúcho).

Em julho, recebi a oportunidade de apresentar alguns programas de rádio, como o 'Faixa Especial'. É muito gratificante receber mensagens de ouvintes que me acompanhavam na Record TV e nas rádios do Grupo Bandeirantes. Amo estabelecer uma conexão como essa com as pessoas, de confiança e proximidade.

Aos poucos, vou me adaptando com a cultura existente por aqui. Trabalho com colegas excepcionais, que já admirava bastante e com quem tenho muito a aprender.

4 - Antes de ingressar na Record TV RS você vinha de um período de oito anos em rádio no Grupo Band e, agora, você retornou ao rádio na Gaúcha. Como é para você esse regresso?

"Voltar às origens" é algo que me toca bastante porque estou novamente no meio de Comunicação que me revelou como jornalista e que mostrou para mim mesmo que, sim, era possível seguir em frente.

Ao mesmo tempo, é desafiador porque, apesar da essência ser a mesma, estamos falando de uma linguagem diferente da televisiva. E por conta da integração com site e impresso, é necessário pensar em mais formatos ainda.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Pergunta difícil de responder! Mas pretendo seguir crescendo profissionalmente e criar uma conexão ainda maior com o público, que é a nossa razão de ser como jornalistas. Além disso, quero aproveitar cada oportunidade recebida e ser reconhecido por um trabalho de qualidade e credibilidade.

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