Com presença de secretário da Secom da República, Alright promove live sobre combate à desinformação

Transmissão realizada em parceria com Agência Lupa destaca importância do Jornalismo Local no processo contra as fake news

Transmissão é produto do guia lançado pela Alright - Crédito: Banco de imagens/Canva

Na manhã desta quinta-feira, 18, a Alright promoveu mais uma da série de lives que abordam os temas do guia 'Como Transformar Tendências em Ações', que visa nortear o Jornalismo local e os pequenos veículos. Com presença de João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria da Comunicação (Secom) da República, a transmissão realizada em parceria com a Agência Lupa destacou a importância da imprensa localista no combate à desinformação, sobretudo, em ano de eleições municipais. O documento pode ser baixado aqui.

A primeira parte da live foi dedicada a ouvir o secretário, que ressaltou o "diagnóstico em comum" sobre o contexto da desinformação. "Sabemos que ela afeta a democracia, os direitos individuais e coletivos, a capacidade de determinados atores em participarem do debate público. Temos, então, um problema grave e sabemos que isso é produto de uma instrumentalização de grupos por interesses políticos ou financeiros", afirmou. Conforme João, o entendimento da Secom da República é que esse processo se trata de "uma externalidade negativa dos modelos de negócios das plataformas que privilegia, antes de qualquer coisa, o engajamento".

A partir desse entendimento, ainda na transição de governo, foi entendida a necessidade de promover uma série de ações de médio e longo prazo, além de regulações para combater a desinformação. Entre essas iniciativas está o Brasil Contra Fake, repositório de informações com vistas a contrapor fake news sobre políticas públicas. "Não se trata de uma agência de checagem e não se propõe a discutir temas gerais", disse. 

Quanto à regulamentação, o secretário de Políticas Digitais esclareceu que o objetivo não é fazer qualquer regulação de conteúdo, pois isso "abre espaço, de fato, para violações da liberdade de expressão". "Precisamos ter uma visão integral sobre liberdade individual e coletiva, que faça com que a sociedade esteja bem informada para a tomada de decisões", completou. 

Debate

Mediado pela jornalista e pesquisadora Marlise Brenol, a segunda parte da live se propôs a um debate sobre a checagem de fatos no âmbito local. Participaram da conversa Marco Aurélio Jacob, cofundador da Gazeta do Cerrado; Marta Alencar, professora substituta da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e fundadora da Coar, startup jornalística e educativa de fact-checking, além de Natália Leal, diretora-executiva da Lupa. 

Os profissionais falaram sobre o que esperar para o cenário eleitoral da desinformação. "É muito difícil prevermos se haverá mais ou menos informações falsas, mas, com certeza, temos novos elementos para discutir, como a Inteligência Artificial (IA)", avaliou Natália. 

Isto, para ela, traz novos desafios à checagem em nível local, sobretudo às agências nacionais, como a Lupa. "Independentemente de haver um número maior ou menor de fake news, será um trabalho mais desafiador do que em 2020, justamente por conta das novas ferramentas."

Ao encontro do que disse Natália, Marta ressaltou a dificuldade que a população terá de identificar o que foi feito por um humano ou computador, como um dos principais complicadores para o ano. "Se já é difícil que as pessoas entendam o que é verdade e o que é fake, imagina ter que decifrar se algo foi feito por uma pessoa ou por uma IA?", abordou.

Porém, esta não é a única preocupação da profissional, que destacou a "circulação de verdades alternativas", como uma das principais dificuldades no processo contra a desinformação. "Vemos muito as plataformas digitais favorecerem os algoritmos que, de alguma maneira, ofertam cada vez mais para as pessoas clicarem em determinado conteúdo que, muitas vezes, não é correto."

Sobre as fake news, Marco as vê como "ferramentas de marketing" e por conta disso não projeta uma diminuição delas no cenário eleitoral. "Acho que existirão mais formas de mascarar a desinformação, como as deep fakes usadas a partir da IA ou, até mesmo, a criação de boatos, estratégia que sempre foi utilizada, com a visão de descredibilizar opositores", refletiu.

Assista a transmissão:

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