Entidades se manifestam sobre agressão sofrida por repórter da rádio Grenal

Caso ocorreu enquanto comunicador fazia imagens da torcida colorada no último domingo

Repórter não quis ser identificado - Crédito: Reprodução

As entidades representativas da Comunicação gaúcha se manifestaram a respeito da agressão sofrida por um repórter da rádio Grenal no último domingo, 11. O caso aconteceu antes da partida entre Internacional e São José, válida pelo Campeonato Gaúcho. Nas imediações do Estádio Passo D'areia, um torcedor colorado ataca o profissional, que prefere não se identificar, por motivos de segurança, em ação registrada e publicada nas redes sociais da emissora.

A Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg), em nota publicada nas redes sociais, declarou apoio ao repórter e deseja que as autoridades identifiquem o agressor e que seja punido no rigor da lei. "Bem como esperamos que os cronistas esportivos consigam desempenhar seu trabalho com segurança e tranquilidade, em todos os jogos de futebol em nosso Estado."

Procurado pela equipe de reportagem de Coletiva.net, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), representado pela primeira vice-presidente, Carla Seabra, repudiou a agressão e salientou que não se pode admitir a normalização da violência. "O trabalho da imprensa é fundamental para a sociedade e as garantias para que os profissionais tenham liberdade de atuação devem ser de responsabilidade das instituições públicas."  

Em nota enviada para a reportagem, José Nunes, presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), informou que a entidade lamenta profundamente a agressão contra o repórter e exige a punição do torcedor. "A responsabilidade também cabe às direções dos clubes, que devem adotar medidas enérgicas, como impedir a entrada do agressor nos estádios de futebol."

Entenda o caso:

Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o repórter contou que enquanto gravava conteúdos para o Instagram e para a transmissão no YouTube, o agressor já estava a sua volta, xingando a rádio Grenal e fazendo comentários direcionados à Marjana Vargas, diretora de Conteúdo da Rede Pampa. Depois, ao tentar gravar com uma torcedora, o agressor não o deixava trabalhar, mesmo com o comunicador pedindo licença e explicando o trabalho. "Dispensei a moça, pois não teria como gravar daquela forma. Ele me seguiu e tentou me derrubar me dando uma rasteira", afirmou. 

Após essa primeira confusão, o repórter tentou  seguir com a cobertura em outro lugar e gravar com mais pessoas, quando o agressor retornou e bateu no celular. "Então eu começo a gravar ele e faz aquilo (dá um tapa no telefone). O agressor ainda juntou o aparelho do chão e o jogou longe", disse. Segundo o comunicador, esta é a primeira vez que algo do tipo acontece com ele, mas em conversas com colegas da emissora, soube que outro jornalista já havia sido atacado com uma pedrada. O comunicador não teve ferimentos graves, porém ficou com a mão dolorida, e "com raiva, por atrapalhar o meu trabalho."

Confira as notas na íntegra:

Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg)

Nota de Repúdio - ACEG

A Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG) repudia, de forma veemente, a agressão sofrida pelo seu associado e integrante da equipe da rádio Grenal, pouco antes do jogo entre São José x Internacional, disputado neste domingo (11), no Estádio Francisco Novelletto.

O profissional foi agredido por um indivíduo, covardemente, enquanto estava realizando seu trabalho junto à torcida do Internacional.

Esperamos que as autoridades identifiquem o agressor e que seja punido no rigor da lei. Bem como esperamos que os cronistas esportivos consigam desempenhar seu trabalho com segurança e tranquilidade, em todos os jogos de futebol em nosso Estado.

A ACEG irá apoiar o colega para quaisquer providências necessárias.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors)

Parece absurdo que as entidades representativas das e dos trabalhadores em Comunicação ainda precisem publicar notas de repúdio à imprensa. É inadmissível que eventos como a agressão de um torcedor do Sport Club Internacional ao repórter da rádio Grenal e estudante de jornalismo, ainda se repitam. Sabemos que foi um caso isolado de um único torcedor, fora das dependências do Estádio Francisco Novelletto, do Esporte Clube São José, mas ainda assim, não se pode admitir a normalização da violência. 

O trabalho da imprensa é fundamental para a sociedade e as garantias para que os profissionais tenham liberdade de atuação devem ser de responsabilidade das instituições públicas. Os órgãos de Segurança precisam estar presentes, atentos e efetivos, para que estes casos sejam investigados e, em confirmados, aplicadas as punições. 

O SindJoRS se coloca à disposição do repórter e da rádio Grenal para orientá-lo no que se fizer necessário.

Associação Riograndense de Imprensa (ARI)

A Associação Riograndense de Imprensa lamenta profundamente a agressão contra o repórter da rádio Grenal e exige a identificação e punição do torcedor. A responsabilidade também cabe às direções dos clubes, que devem adotar medidas enérgicas, como impedir a entrada do agressor nos estádios de futebol. A violência contra profissionais da imprensa é inaceitável e deve ser repudiada por toda a sociedade.

Comentários