Estudo aponta pouca representatividade de mulheres na mídia

Conforme levantamento realizado pela LLYC, elas aparecem 21% a menos nas manchetes que os homens

Análise revela que as mulheres são sub-representadas na imprensa - Banco de imagens/Canva

As mulheres são sub-representadas e anônimas nas notícias. Essas são algumas das conclusões de um estudo realizado pela LLYC - empresa global de consultoria de Comunicação, Marketing Digital e Relações Públicas. Com o título 'Mulheres sem nome', o levantamento aponta que, no último ano, além de haver 2,5 mais notícias sobre homens, elas aparecem 21% menos nas manchetes, e a menção explícita ao gênero por meio dos qualificativos "feminino" ou "mulher" é 2,3 vezes mais frequente em mulheres do que em homens.

Conforme Luísa Garcia, Chief Operating Officer (COO) da LLYC e coordenadora do relatório, apesar de a imagem da mulher na mídia estar melhorando, ainda há o que aperfeiçoar. Para a gestora, o tipo de referência feminina que está sendo projetado para as novas gerações e os futuros tomadores de decisão continua distorcido. "Ainda falamos pouco sobre elas e muitas vezes de forma tendenciosa. Estou convencida de que a visibilidade do talento feminino e das mulheres em geral é um acelerador da igualdade", afirma.

Nesse sentido, outro dado apresentado pela publicação é que o nome próprio da mulher aparece 40% menos em temas como esporte, ciência, liderança e cinema. Além disso, os jornalistas assinam 50% mais matérias do que as profissionais. Elas escrevem mais nas seções de Cultura, Eventos, Saúde e Sociedade. Já eles, em Economia, Esporte, Política e Tecnologia. O estudo completo pode ser visto por meio deste link

O estudo

Para realizar o levantamento, a equipe de Deep Digital Business da LLYC analisou 14 milhões de notícias publicadas no último ano com menção explícita ao gênero. Os materiais relacionados são dos 12 países em que a consultoria está presente: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Panamá, Peru, Portugal e República Dominicana. 

A pesquisa usou modelos baseados em Transformers - rede neural que aprende o contexto e o significado com o monitoramento de relações em dados sequenciais - e Large Language Models (LLM) - algoritmo de aprendizado profundo que reconhece, resume, traduz, prevê e gera texto e outros conteúdos com base no conhecimento obtido de conjuntos de dados massivos. Ainda, usou técnicas de Natural Language Processing (NLP) - área da inteligência artificial (IA) que permite aos computadores compreender, gerar e manipular a linguagem humana.

Comentários