Exclusivo: Raphael Gomes comenta decisão de revelar torcida pelo Inter

Em conversa com a reportagem de Coletiva.net, jornalista da rádio Atlântida contou que pensava em fazer o anúncio há um ano

Raphael Gomes está na rádio Atlântida - Crédito: Arquivo pessoal

Na última semana, Raphael Gomes decidiu fazer uma revelação em relação ao seu time do coração. Assumindo-se colorado, o integrante do programa 'Pretinho Básico' e freelancer do 'Bola nas Costas', da rádio Atlântida, bem como participante do podcast 'Bergamota Mecânica', conversou com a reportagem de Coletiva.net sobre a decisão, assim como a repercussão entre o público. Muito longe de ser apenas um impulso, a revelação da torcida pelo Internacional vinha sendo amadurecida há um ano. "Quando deixei a rádio Gaúcha, passei a não trabalhar mais diretamente com Inter e Grêmio. Assim, não fazia mais sentido seguir ocultando meu time", explicou.

Embora a necessidade de esconder a preferência nunca tenha sido um problema para o jornalista, que atuou na editoria de Esportes do Grupo RBS por 10 anos, ele celebrou a possibilidade de voltar a viver o futebol não apenas como parte do seu trabalho, mas como um torcedor. "Voltei a me apaixonar pelo esporte que foi meu ganha-pão por anos e a sentir o que me movia na infância e adolescência", relatou. Após tanto tempo sem frequentar as arquibancadas, Raphael ainda contou que reviverá esse sentimento na partida do Inter contra o Melgar, nesta quinta-feira, 11.

Reflexo na sociedade

Raphael avaliou que a curiosidade dos gaúchos em saber o time dos jornalistas esportivos é "cultural" e acha graça no retorno do público. "Está sendo curioso ouvir as pessoas dizendo que 'já sabiam' ou 'não imaginavam'", afirmou. Contudo, o comunicador acredita que, embora algumas pessoas supervalorizem isso, ter uma torcida declarada pouco influencia no trabalho do repórter.

Também justificou não ser a favor nem contra que os profissionais revelem seus clubes, pois defende que cada uma deve fazer aquilo que acredita. "Depois de viver essa experiência na pele por muitos anos, não acredito que seja viável trabalhar no dia a dia dos dois clubes sendo identificado. E a culpa é nossa como sociedade: torcida, imprensa, jogadores, treinadores, dirigentes", explicou.

Apesar de apontar que, nesse cenário, profissionais da imprensa acabam sendo julgados pelos seus times e não pelo trabalho que realizam, Raphael acredita que há espaço para evolução nesse sentido. "No meu mundo ideal, há jornalistas trabalhando com a informação e criando conteúdo da maneira que quiserem: de maneira isenta ou identificada", finalizou.

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