Jornalistas homenageiam Juarez Malta nas redes sociais
Tributo ao profissional que morreu no último sábado, foi organizado pela amiga e ex-colega Nubia Silveira

Organizada pela jornalista Nubia Silveira, nas redes sociais, comunicadores realizaram uma homenagem póstuma ao amigo e ex-colega Juarez Malta, que morreu no último sábado, 10, aos 70 anos. Em um post realizado no Facebook, a comunicadora relata como o conheceu e coletou depoimentos de outros profissionais que trabalharam com ele. Confira a publicação na íntegra.
Nubia conta que conheceu Juarez na extinta TV Gaúcha, quando o comunicador trabalhava na rádio Atlântida, que funcionava no prédio da emissora. Todas as noites enquanto a jornalista e Paulo Antônio Fogaça de Medeiros editavam o telejornal noturno, Juarez os encontrava para conversar, contar histórias e dar risadas. "Não tínhamos tempo para aquele 'gurizão' (sete anos mais moço do que eu), sempre feliz e voltava ao trabalho. Nunca o esqueci, gostava dele. A vida - sempre fazendo das dela - nos separou", relata.
A comunicadora recorda que voltou a se relacionar com o amigo tempos atrás pelas redes sociais. Segundo ela, levou um choque ao ler o post de Carlos Schröder informando que Juarez estava doente. Foi quando a jornalista enviou mensagens para ele pelo Messenger e pelo WhatsApp. Quem a respondeu foi a esposa de Juarez, que informou sobre a gravidade do caso. "Assim acabei participando mais da vida do Juarez de olhar triste, sem condições de se comunicar como gostava, do que a vida do jovem cativante, especialista em fazer amigos", afirma.
Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, Nubia relatou que mesmo sabendo que o estado de saúde do amigo era terminal, no fundo, torcia pela recuperação, mas os rins e pulmões do comunicador já não respondiam mais. "Fiquei muito triste por tê-lo reencontrado em meio a doença e não ter aproveitado seus últimos momentos de alegria."
Segundo a comunicadora, nesta quarta-feira, 14, a jornalista Nelcira Nascimento, recuperou um "texto carinhoso" de Juarez para Nubia, no Facebook, no qual dizia que ela não desistiria de pedir pelas pessoas que precisam de ajuda. Ao compartilhar a mensagem para outras pessoas ele afirmou: "o pior sinal de uma existência, amiga, é passar por aqui, sem ter espalhado o bem, em um simples copo de água ou em uma farta refeição a quem precisa comer."
Para Nubia, Juarez espalhou o bem entre os que tinham fome de amor, carinho, amizade, alegria, música, poesia e palavras bonitas que reforçam no outro o sentimento de ser digno e querido. "Esta foi a missão que ele cumpriu com excelência aqui na Terra. Paz para ele e muita boa música", finalizou.
Confira alguns depoimentos de amigos do Juarez:
"Juarez foi um ser humano de muita luz. Trabalhamos juntos no jornal Zero Hora. Mesmo com editorias distintas, sempre trocamos experiências do cotidiano da reportagem. Ele ficava alvoroçado quando relatava sobre minhas andanças pelo mundo do crime. Quando vim para o Correio do Povo, sempre que era possível, nos breves encontros, colocávamos as conversas em dia. Deixará um vazio, mas tenho certeza de que brilhará no plano celestial" - Luciamem Winck, coordenadora de Produção do Correio.
"Convivi muito com Juarez em meados dos anos 1970 e até o início dos 1980. Era um grande parceiro de viagem e muita vivência daquela época que misturava ditadura e a nova contracultura. Foi quando começamos a trabalhar como jornalistas. Levei-o para o primeiro emprego na rádio Continental. Três coisas se destacavam no caráter dele; o desapego material, a candura e o idealismo" - Paulo Antonio Fogaça de Medeiros.