Kwai reforça presença no Brasil e aposta em conteúdo local e vida real
Diretores da plataforma participaram de bate-papo na sede da empresa, mediado por Greta Paz
                                        
                                        
                                        A manhã desta segunda-feira, 13, foi de trocas e tendências na sede da Eyxo, em Porto Alegre. A empresa recebeu os executivos da Kwai, plataforma de vídeos curtos que vem se consolidando como uma das principais redes sociais do país. Participaram do encontro Paulo Ávila (Senior Client Partner), Renan Kfouri (Head of Industry Latam) e Paulo Pereira (Agency Partner da Kwai), em uma conversa, voltada aos profissionais da Comunicação, que foi mediada pela CEO da Eyxo, Greta Paz. E parte da equipe de Coletiva.net esteve presente para acompanhar o evento.
O trio apresentou números, curiosidades e estratégias da marca, que hoje reúne cerca de 60 milhões de usuários no Brasil, sendo metade deles ativos diariamente. "Isso significa que, todos os dias, é possível alcançar cerca de 30 milhões de pessoas dentro do aplicativo", destacou Ávila.
Da China ao Brasil e com sotaque brasileiro
Durante o bate-papo, os executivos resgataram a trajetória da plataforma. Nascida na China, a Kwai foi lançada originalmente como um aplicativo de e-books antes de migrar para o formato de vídeos curtos. No país asiático, o app se chama Kuaishou e mantém diferenças importantes em relação à versão brasileira.
"No Brasil, o aplicativo é desenvolvido por brasileiros e para brasileiros", explicou Renan Kfouri. "Por isso o conteúdo é outro, é sobre o que o brasileiro gosta de ver: memes, pegadinhas, novelas, notícias e a cultura local." O executivo lembrou que o aplicativo chegou ao país pelo Nordeste, em 2019, antes de se expandir para o Sudeste, o que ajuda a explicar a força da plataforma nesta região.
Entre as novidades, os representantes da empresa destacaram a evolução da vertical de comércio. O Kwai Shop, lançado em 2024, é uma aposta da marca no social commerce, modelo que conecta entretenimento e consumo. Segundo Ávila, o Kwai foi pioneiro no formato, antes mesmo de iniciativas semelhantes chegarem ao país. "Muita gente acha que o TikTok Shop veio primeiro, mas na verdade fomos nós. Lançamos o Kwai Shop um ano antes", disse.
Conteúdo com vida real
A diferença entre o conteúdo do Kwai e de outras plataformas também foi pauta. Para os executivos, o sucesso da rede está em manter a autenticidade e a vida cotidiana como protagonistas. "O que funciona é o conteúdo real. É o vídeo feito no celular, com uma estética caseira, próxima da vida das pessoas", afirmou Kfouri. "Quando tentamos colocar megainfluenciadores, o resultado é menor. Já com criadores comuns, mostrando o produto de forma simples, o engajamento explode."
Eles citaram o caso de uma parceria com o Porta dos Fundos, em que a Kwai subsidiou toda a produção e distribuição do conteúdo - com resultados de alcance e custo-benefício muito superiores aos obtidos em campanhas tradicionais.
Força regional e cultura local
Os números reforçam a diversidade da base de usuários. No Rio Grande do Sul, a plataforma registra cerca de 2,5 milhões de usuários ativos por mês, sendo um milhão e meio diários. Nacionalmente, a distribuição de gênero é equilibrada (52% mulheres e 48% homens), e as classes B e C representam a maior parte da audiência.
Para os diretores, o segredo está em traduzir o país. "Quando uma rádio de São Paulo postou um vídeo do Bruno Mars, o engajamento foi ótimo. Mas quando publicou o João Gomes, o resultado foi quatro vezes maior. Essa é a força do conteúdo brasileiro", destacou Ávila.
Os executivos adiantaram ainda que o Kwai Agile Awards e o Kwai Summit, eventos voltados a criadores e clientes, devem acontecer nas próximas semanas. "Queremos mostrar como criatividade, tecnologia e cultura local se conectam dentro da plataforma", antecipou Kfouri.
Greta Paz, que conduziu o bate-papo, reforçou a importância desse tipo de encontro. "Ter o Kwai aqui, compartilhando bastidores e perspectivas, é entender o futuro da comunicação a partir do que o público realmente consome."
                
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