Morreu nesta sexta-feira, 26, o jornalista gaúcho Paulo Totti. Aos 85 anos, ele, que foi um dos fundadores da revista Veja, morava em Salvador, cidade onde será cremado no final desta tarde. O profissional faria aniversário em 10 de maio. Ele estava internado havia 10 dias, em razão de problemas pulmonares. Deixa três filhos, seis netos e a mulher, a também jornalista Ana Maria Mandim.

Natural de Veranópolis, começou a carreira cedo, logo aos 14 anos, como redator de notícias da rádio municipal de Passo Fundo. Aos 19 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a carreira de repórter no Última Hora, até voltar a Porto Alegre, ao ser transferido para a redação do jornal na Capital. Também atuou por Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Globo, rádio Guaíba, Valor Econômico. Entre 2015 e 2016, ocupou o cargo de gerente-executivo de Agências na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Depois disso, trabalhou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também foi assessor de Imprensa da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Entre os principais destaques da carreira está a participação na equipe de Mino Carta que fundou a Veja em 1968 e foi chefe da sucursal da Editora Abril em Porto Alegre até 1973. Ainda foi correspondente da Gazeta Mercantil na Cidade do México por cerca de um ano. Também foi emissário do jornal em Buenos Aires. Lá, cobriu a Guerra das Malvinas em 1982 e a criação do Mercosul em 1990. Em 1992, foi enviado para Washington, onde permaneceu por dois anos e meio. Cobriu, na época, a renegociação da dívida brasileira.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamentou a morte do jornalista. "Um contador de grandes histórias que se vai. Que possamos levar adiante seu legado e seus ensinamentos. A entidade se solidariza com seus familiares e amigos e presta sua singela homenagem." Em 2009, Paulo foi homenageado no quarto Congresso da Abraji.

Confira a nota na íntegra:

A Abraji lamenta a morte do jornalista Paulo Totti, nesta sexta-feira (26), em Salvador, aos 85 anos. Ele foi o homenageado do 4º Congresso da Abraji, em 2009, e nos brindou com sua participação em outras edições.

Totti iniciou no jornalismo ainda menino, aos 14 anos, no Rio Grande do Sul. E, ao longo de décadas, construiu uma carreira pautada pelo talento, pela elegância ao escrever e pela ética.

Atuou em todas as posições - como brincou em uma entrevista ao Estadão, só não foi office-boy nem dono de jornal - e foi um destacado correspondente internacional e repórter de economia. Uma vida marcada pela generosidade com as gerações mais jovens.

Um contador de grandes histórias que se vai. Que possamos levar adiante seu legado e seus ensinamentos. A Abraji se solidariza com seus familiares e amigos e presta sua singela homenagem.