Mercado de trabalho: Rio Grande do Sul foi o quinto estado com maior número de demissões de jornalistas em 2023
Dados são de estudo do Dieese encomendado pela Fenaj, e apontam que houve 10,4 mil desligamentos, uma redução de 883 postos de trabalho

De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sob encomenda da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em 2023, 10,4 mil jornalistas foram demitidos no mercado formal. O número faz com que seja registrada uma redução de 883 postos de trabalho, uma vez que a quantidade de contratações foi menor: 9,5 mil profissionais contratados. Por sua vez, o Rio Grande do Sul é o quinto estado com maior número de desligamentos, conforme o estudo.
Segundo a pesquisa, em 2023, houve crescimento de postos de trabalho somente para as funções de design gráfico (+17) e repórteres de televisão e rádio (+62). Porém, os cargos que demonstraram maiores reduções foram editor (-238), revisor de texto (-139) e jornalista (-122). A pesquisa também mostra os dados de admissões por unidades da federação. O Rio Grande do Sul é o quarto estado com maior número de contratações anuais com 677, ficando atrás de São Paulo (2.988), Rio de Janeiro (915) e Minas Gerais (740). Porém, essas quatro unidades federativas apresentaram saldo negativo, pois ocorreram mais demissões do que contratações. O mercado gaúcho foi o quinto com mais desligamentos (718) saldo negativo de -41.
Para a presidente da Fenaj, Samira de Castro, os dados de 2023 confirmam o declínio do mercado de trabalho formal para jornalistas no Brasil. Segundo a profissional, entre 2013 e 2021, o número de profissionais com carteira assinada no Jornalismo encolheu 21,3%. "Em números absolutos, perdemos 12.999 vagas. Isso em um país em que 2.712 cidades e 26,7 milhões de brasileiros que nelas habitam não têm acesso a notícias sobre o lugar onde vivem", comenta.