ONU orienta big techs a renunciarem à atual estratégia de negócios

Secretário-geral afirmou que as gigantes da tecnologia agem pouco para combater a violência na internet

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, publicou, na última segunda-feira, 12, um código de conduta para governos combaterem a desinformação on-line. No documento, a instituição enfatiza a integridade da informação como um tema central da cooperação entre países. De acordo com a cartilha, as companhias têm de desistir dos modelos de negócios que "priorizam o engajamento acima dos direitos humanos, da privacidade e da segurança".

O documento reconhece benefícios das plataformas digitais, como apoio a comunidades afetadas por crises, espaço para vozes excluídas e mobilizações em temas como justiça racial e equidade de gênero. No entanto, o estudo indica que essas mesmas plataformas estão sendo usadas para subverter a ciência, espalhar desinformação e ódio, alimentar conflitos, ameaçar democracias e prejudicar ações de saúde pública e de defesa do meio ambiente.

Segundo o português, a finalidade do documento é "promover fatos e ao mesmo tempo expor conspirações e mentiras". Ele alega que o atual funcionamento das plataformas digitais prejudica a democracia e a humanidade. O secretário-geral disse que as empresas de tecnologia "têm feito muito pouco" para impedir que se espalhe violência na internet.

Inteligência Artificial gera insegurança

Outra ação que o chefe da ONU diz ser necessária para certificar a integridade da informação é a garantia de que as aplicações de Inteligência Artificial (IA) serão "seguras, responsáveis, éticas e cumprirão com obrigações de direitos humanos". Ao ser perguntado se concordava com uma pausa no desenvolvimento da tecnologia, António afirmou que esta pode ser uma "ideia interessante." Todavia, ele crê que a medida "não resolve o problema" e defendeu o rápido avanço nos mecanismos propostos no estudo. Entre estes estão ferramentas de denúncia, sistemas de moderação e treinamento com base em princípios humanitários.

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