Por conta de críticas da imprensa, Renato Portaluppi decide fechar treinamentos do Grêmio

Medida, que vale por tempo indeterminado, foi tomada em consequência da repercussão sobre a não ida do técnico para a disputa da Recopa Gaúcha

Em entrevista coletiva, Renato critica Imprensa em diversos momentos - Crédito: Lucas Uebel/Grêmio

O treinador do Grêmio, Renato Portaluppi, em entrevista após vencer o Guarany de Bagé neste sábado, 2, anunciou que os treinos do clube serão realizados com portões fechados, para impossibilitar o acompanhamento das atividades por parte dos repórteres setoristas. A medida foi tomada após a repercussão e as críticas de profissionais da Imprensa ao técnico por não ter viajado para disputar a Recopa Gaúcha, torneio em que o time gremista foi derrotado pelo São Luiz, na última quarta-feira, 28 de fevereiro, em Ijuí.

Na entrevista coletiva, Renato criticou a Imprensa em diversos momentos, chamando alguns profissionais de "cornetinhas" e "gênios do ar-condicionado". "São aqueles um ou dois por cento que acham que sabem tudo, mas não entendem de nada", colocou. Além das críticas aos comunicadores, Renato afirmou que os portões do centro de treinamentos do Grêmio permanecerão fechados "até segunda ordem". "Por causa dos cornetinhas do ar-condicionado, agora, não tem nada a ver com o presidente (Alberto Guerra), mas comigo, os portões ficarão fechados. Infelizmente, todos vão pagar por isso", disse.

Segundo o treinador, os profissionais da Imprensa acham que "entendem de tudo" e não querem saber das respostas do clube, e "nem dão tempo para uma defesa". "Enquanto estiverem inventando e causando crise aqui dentro, os portões ficarão fechados, Então, nem percam tempo. Quando achar que devo abrir, abrirei", concluiu.

Aceg busca diálogo

Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg), Rogério Amaral, contou que entrou em contato com a Comunicação do Grêmio para tentar amenizar a situação, e fazer com que o clube voltasse atrás da decisão, mas não teve retorno. "Tentei apagar o incêndio criado pelo Renato e que foi corroborado pelo clube, mas não tive sucesso", afirmou.

Segundo Rogério, o vice-presidente da Aceg, Pedro Ernesto Denardin, tentou contato com o presidente gremista, mas não recebeu retorno do dirigente. Na tarde desta segunda-feira, 4, Rogério esteve na entrada do centro de treinamentos do Grêmio e afirmou que os seguranças do clube alegaram não ter permissão para deixar ninguém da Imprensa entrar no local e que não podiam chamar ninguém da instituição para conversar com eles.

Para Rogério, a fala de Renato é revoltante e teve cunho vingativo. "Entendemos que fechar o treino é um direito do treinador, mas nesse caso, o contexto não foi esportivo", disse. Segundo o dirigente, o pronunciamento oficial da Aceg será dado após a realização de uma reunião deliberativa com a diretoria da associação, que ocorrerá ainda nesta segunda-feira.

A Comunicação do Grêmio foi procurada pelo portal para uma manifestação institucional sobre a decisão de Renato."Assunto foi tratado no sábado em coletiva pelo técnico e pelo vice-presidente de futebol Antônio Brum. Não há o que adicionar nesse momento", diz a nota gremista.

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