Casal de jornalistas completa um ano na estrada em expedição pelo Brasil

Carina Furlanetto e João Paulo Mileski pretendem passar por todos os estados do País a bordo de um Renault Sandero

Em 2019, a bordo do mesmo veículo, o casal realizou uma aventura de quase 14 meses por 10 países sul-americanos - Crédito: Crônicas na Bagagem/Divulgação

O casal de jornalistas Carina Furlanetto e João Paulo Mileski completa, nesta terça-feira, 3, um ano na estrada em expedição que pretende passar por todos os estados do Brasil a bordo do carro Renault Sandero. Eles saíram de Bento Gonçalves, em 3 de maio do último ano e, desde então, além do Rio Grande do Sul, também já passaram por Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, onde estão atualmente.

Em 2019, a bordo do mesmo veículo, o casal realizou uma aventura de quase 14 meses por 10 países sul-americanos, história contada no livro 'Crônicas na Bagagem: 421 dias na estrada - uma jornada de desprendimento pela América do Sul'. Após o retorno ao Brasil, por meio da Venezuela, o objetivo era voltar ao Rio Grande do Sul para conhecer todos os estados do País, no entanto, a pandemia acabou forçando uma pausa na continuidade da expedição.

Pela América do Sul, os jornalistas dormiam em casas de pessoas e no próprio carro. Nas 168 noites em que o veículo também serviu de cama, eles apenas baixavam os bancos da frente e se deitavam. Agora, por conta da pandemia, adaptaram o carro para tornar possível uma viagem com mais autonomia. "Tiramos as poltronas de trás e improvisamos uma cama, o que permitiu, sobretudo nos momentos mais críticos da pandemia, viajarmos isolados, apenas nós e o carro", relata Carina.

Conforme João Paulo Mileski, a dupla conheceu praticamente todo o subcontinente e só agora eles têm a oportunidade de conhecer de verdade o Brasil. "Essa jornada seria muito mais difícil se não fosse a generosidade do brasileiro. As pessoas querem ajudar de todas as formas, nos dão comida e até gasolina", conta. Nesse tempo eles já dormiram estacionados em praças, ruas, beiras de praia e de rio, postos de gasolina e até em estacionamento de pedágio e de hospital. 

A estimativa é que a expedição dure em torno de dois anos. A adaptação no veículo também possibilita a economia necessária para tornar possível uma viagem com tão longo prazo. "Não pagamos por hospedagem e cozinhamos no próprio carro, em uma panela elétrica conectada a uma bateria extra. É claro que não temos o conforto de um motorhome, mas essa foi a forma que encontramos para realizar nosso sonho", ressalta Carina.

Apesar de todos os desafios, como chegar a ficar três dias seguidos sem banho, João garante que os aprendizados compensam os sacrifícios. "Viajar é descobrir que o mundo nem sempre é como nos contam. Que o Sertão não é só seca, o Nordeste não é só praia e calor e que, apesar de todas as notícias ruins que vemos na TV, as pessoas boas ainda são maioria. São essas descobertas que nos motivam a continuar", diz Mileski.

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