Ana Karina Dubin: Vivendo o presente

Relações-públicas e sócia da Ativa não abre mão de priorizar o bem-estar do dia a dia

Alegre por natureza, carismática, comunicativa e até "meio palhaça". É com essa leveza que a relações-públicas Ana Karina Dubin gosta de conduzir as ações, tanto na vida profissional, quanto na pessoal. Dona de uma positividade contagiante, que transborda para o ambiente, ela compreende a necessidade de priorizar o bem-estar e aprendeu a não deixar de aproveitar o dia a dia para fazer planos para o futuro: "É muito legal planejar. Mas nunca podemos deixar de nos questionar: 'E hoje? Eu estou feliz?'". Dessa história, vai um breve spoiler: feliz ela está.

Nascida em 16 de setembro de 1965, em Porto Alegre, Ana Karina é filha da dona de casa Bella e do fundador da agência Ativa, José Dubin, e, como não poderia ser diferente, foi criada dentro do universo da Comunicação. Por conta disso, não houve espaço para muitas dúvidas quando chegou a hora de escolher qual caminho profissional percorreria. "Desde pequena, gostava muito de ir para a empresa. Na época, tudo era feito a mão e eu achava fantástico!", recorda. Foi dessa imersão que descobriu o "saber comunicar" como uma de suas qualidades, característica que vem acompanhada do interesse em ouvir as histórias das pessoas.

Foi com este impulso que deu início ao estudo de Relações Públicas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde, mais tarde, também viria a concluir uma pós-graduação em Marketing. "Todos os trabalhos da faculdade, já fazia dentro da empresa. Meu pai sempre me deu muito apoio. Então fazia as tarefas, conseguia aplicá-las e ver os resultados", lembra. E por mais privilegiado que o seu contexto pudesse parecer, como filha de um publicitário e proprietário de uma agência de Comunicação, acomodar-se não faz parte da personalidade dela.

Nos mais de 30 anos de carreira, a relações-públicas fez questão de passar por todos os setores da empresa que hoje a tem como sócia e, por isso, não abre mão de ser uma eterna aprendiz: "Não podemos ficar estagnados". Dona de um grande carinho pela Ativa, além de integrar a composição societária ao lado dos irmãos Dannie e Régis Dubin - já que o caçula, Fernando Augusto Dubin, de 12 anos, ainda não trabalha -, atualmente ela atua nas frentes de Relacionamento e Marketing e "em tudo que precisar".

Tudo junto e misturado

Para quem atua em uma empresa familiar, a separação entre a vida em família e os negócios é uma difícil missão. É por isso que Ana Karina não faz questão de colocar essas duas esferas da vida em diferentes caixas. Até mesmo o marido, Ricardo Silveira, já integrou o quadro de colaboradores da Ativa, antes de se aventurar como sócio da Imobi. Embora entenda que, para algumas pessoas, a convivência profissional pode prejudicar o relacionamento, a relações-públicas acredita que o amor deve vir em primeiro lugar. "Mesmo nos momentos mais difíceis, nós paramos, respiramos e olhamos um para o outro, para dar aquela sintonizada e chamar de volta aquele amor", revela.

Amor cultivado pelo casal há 35 anos - quatro de namoro, antes de oficializarem o matrimônio. O primeiro encontro com o futuro marido aconteceu em 1987, quando tinha 21 anos e ainda estudava na PUCRS. Foi acompanhar uma amiga em uma premiação no Theatro São Pedro e encontrou outro grupo conhecido, onde estava Ricardo, com 26 anos. A próxima parada foi no IAB, o "bar da moda" na época. "Sentamos um ao lado do outro, ali nos grudamos e nos apaixonamos", relembra Ana Karina, que hoje sequer consegue se reconhecer sem estar ao lado do amado. "Só agradeço por ter conhecido o meu marido cedo. É o homem que eu amo mesmo, sabe? É uma sensação muito boa", emociona-se.

Do companheirismo, nasceu o grande orgulho da vida da relações-públicas: Matheus, hoje com 22 anos. Na época em que decidiram tentar ter um filho, Ana Karina descobriu que tinha dificuldades para engravidar, o que a fez passar por diversos procedimentos de fertilização in vitro. Nem de primeira, segunda ou terceira: foi na quinta tentativa que a gestação foi bem-sucedida. "Fiquei só na cama, era tudo de risco. Tive dois bebês, nascidos aos seis meses. Infelizmente, o Antônio morreu após um mês no hospital", rememora, mas sem melancolia, pois, acima de tudo, agradece por ter Matheus: "É o amor da minha vida".

Apego às raízes

Embora casada com um católico, Ana Karina não abriu mão das origens judaicas: "Ninguém foi convertido. Respeitamos um ao outro". Atualmente, a família frequenta a Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência (Sibra), uma sinagoga progressista, que tem a inclusão como um de seus pilares. "Ser judeu é algo que está dentro de nós, mesmo que não se pratique, o 'se sentir' é o mais importante", explica. Para ela, ter sido criada em ambiente judaico desde a infância - época em que estudou no Colégio Israelita Brasileiro - foi essencial: "Se dentro de casa não temos os princípios do judaísmo, as tradições se perdem".

São tradições trazidas ao Brasil pelo avô paterno, Salomão Dubin, que veio fugido da Polônia "sem nada e nem ninguém", mas se tornou a figura mais marcante da infância de Ana Karina, pelas atividades e brincadeiras "inusitadas". "Ele pegava a mim e meus irmãos todos os domingos para passear na Redenção e nos colocava para vender picolé", conta. As noites em que dormiam na casa do vô Salomão e da vó Bela costumavam ser interrompidas no meio da madrugada, quando ele acordava as crianças e anunciava: estava na hora de "assaltar a geladeira". "Era tudo muito lúdico", relembra carinhosamente.

Além do apreço pela herança judaica deixada pelo avô, hoje a relações-públicas ainda cultiva o gosto pela dança, que pratica diariamente em uma academia na Sociedade Libanesa de Porto Alegre. "Eu faço aula de dança desde que me conheço por gente. Já fiz ritmos, balé e dança de salão, que é o que mais amo!", revela. Outro programa que é sempre uma boa pedida para os dias de folga é receber os amigos e a família em casa, hábitos que foram deixados um pouco de lado pelo casal durante a pandemia, mas que, agora, são retomados com muito gosto.

Sempre na Ativa

Para além da família, dos amigos, das crenças e dos gostos, Ana Karina traz uma sólida trajetória na Ativa, onde foi - e ainda é - responsável por grandes entregas. Entre os feitos que a relações-públicas mais se orgulha, está a organização do Dia do Mídia - data que celebra os profissionais ligados à área da Comunicação -, comemorado nacionalmente em 21 de junho. "Nos apropriamos desse dia e, há mais de 20 anos, a empresa realiza um almoço para cerca de 100 mídias, que é sempre um momento muito divertido e esperado pelo mercado", explica.

Encarregada do evento, a profissional gosta de oferecer experiências diferentes e ecléticas aos convidados: "Já fiz com temática de novela, de décadas passadas e até mesmo uma fashion week, com desfiles e sorteios de roupas". Para Ana Karina, é uma ocasião muito especial, por proporcionar um encontro entre os agentes da Comunicação gaúcha. Até mesmo durante a pandemia, ela fez questão de manter o projeto, com a realização de edições on-line. "É uma iniciativa que me enche de orgulho. Além disso, a receptividade que temos me deixa muito feliz", orgulha-se.

Fundada há 48 anos, a Ativa também traz no DNA um relacionamento muito próximo com entidades e eventos culturais de Porto Alegre, braço de atuação que também está nas mãos de Ana Karina. "Temos um carinho e um dever muito grande com a nossa cidade", afirma. Para tanto, as parcerias cultivadas pela agência vão desde peças teatrais pouco conhecidas, até shows do Guri de Uruguaiana, da dupla Claus e Vanessa e do espetáculo 'A Sbornia Kontr'atracka'. "Sempre que os artistas gaúchos nos procuram, buscamos dar um apoio bacana", esclarece.

Ainda neste sentido, por meio da relações-públicas, a empresa de mídia exterior também se coloca ao lado de instituições assistenciais, como, por exemplo, os Institutos do Câncer e da Criança com Diabetes, além da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias Dominantes (AAPPAD). "É muito bacana dar esse apoio. Às vezes, alguém está sozinho lidando com uma doença e conseguimos apresentar um lugar que preste esse auxílio. Então, nos procurando, estamos à disposição", assegura.

O futuro não a pertence

Embora seja dona de um gosto eclético para o Cinema e a música - que varia desde as mais antigas canções do Sinatra até as últimas lançadas pela Anitta -, Ana Karina admite: não tem conseguido se dedicar muito à leitura. No entanto, recentemente, adquiriu interesse por obras que abordam mecanismos e ferramentas de inteligência espiritual. "Eu tenho ansiedade e já tive crises de pânico por conta disso. Então gosto muito de ter uma postura focada em viver no presente e curtir o que estamos fazendo, sem, necessariamente, estar esperando alguma coisa", relata. 

Para driblar esse lado ansioso, que enxerga como o maior defeito, ela também conta com a regularidade de outras duas grandes aliadas: a terapia e a meditação. Parar um pouco para se entender, acalmar-se e respirar é muito importante para a profissional, que, busca sempre se colocar em primeiro lugar. "Querer fazer tudo? Mandar em tudo? Organizar a vida de todos, para depois pensar na minha? Não pode ser assim, tenho que ajudar, mas me colocar como prioridade também", afirma.

É por conta disso, e pelo seu apreço ao presente, que não se prolonga ao arriscar palpites sobre o que enxerga no futuro. Estar cada vez mais próxima da família e, quem sabe, dos possíveis futuros netos estão entre os seus desejos. "Quero sempre estar experienciando os ciclos que a vida nos traz e tentando encará-los da melhor forma, com alegria, felicidade, garra e força", idealiza a profissional.

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