Fernando Garbarski: Determinação e equilíbrio

Diretor da Impresul Gráfica e Editora, fala da admiração pelo pai, da paixão pela família, pelos esportes e pelo Internacional

Fernando Garbarski - Divulgação

Foi desde muito jovem que o filho mais velho do advogado e fundador da Impresul, Ângelo Garbarski, e da pedagoga Regina Garbarski teve que aprender a equilibrar a vida pessoal, profissional e familiar. Formado em Administração de Empresas, com ênfase em Análises de Sistema, pela PUC, em 1991, o empresário Fernando Garbarski, diretor da Impresul Gráfica e Editora, diz ter uma excelente relação com os pais, com quem divide a sociedade da empresa na qual trabalha há 30 anos. "Estamos sempre buscando achar uma estabilidade para não levar os assuntos de trabalho para família e nem os assuntos familiares para dentro do serviço", explica.

No começo da faculdade, já ingressou na Impresul. "Praticamente comecei a trabalhar com 17 anos, como estagiário mesmo. Fazendo um pouco de cada atividade básica, como busca e entrega de fotolitos, já que não existia internet", recorda. Aos poucos, foi migrando para outras áreas, como a parte de orçamentos, de produção e comercial, passando por todos os setores para aprender como funcionava a empresa em sua totalidade. E então chegou ao cargo de sócio-diretor, há 15 anos.

Um dos principais desafios que enfrentou foi o de quebrar o preconceito de ser o filho do dono da empresa e ter que provar que estava ali para aprender e ajudar. "Sempre teve uma barreira por eu ser o herdeiro e tive que trabalhar com isso. Foi uma dificuldade ter essa integração e fazer com que me enxergassem como alguém que estava ali para contribuir, não apenas pelo meu grau de parentesco", desabafa.

Investimentos retornáveis

Passadas as dificuldades iniciais, lembra momentos importantes que refletiram em sua carreira, como a transição da Impresul - com 150 colaboradores - de ser simplesmente uma gráfica para se tornar uma empresa de impressão mais completa, com outros serviços agregados, como pré-impressão, comunicação visual e serigrafia. "Este processo foi bastante desafiador, pois foi um momento de expansão para áreas nas quais ainda não tínhamos muito conhecimento." E Fernando foi quem estava à frente desta iniciativa que deu certo, por meio da Meca, organização de tratamento de imagem e reposicionamento.

Com orgulho, destaca que, nos últimos 30 anos do Salão ARP Night, da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), dois terços dos prêmios foram ganhos pela Impresul. "Estas premiações marcam muito, pois são reconhecimentos importantes do trabalho que desenvolvemos ao longo do ano. Assim como as premiações nacionais que recebemos com destaque da indústria gráfica, por alguns anos", cita. Além disso, a admiração pela conquista com a chegada de grandes maquinários é destacada como um momento de muita alegria e celebração. "É um momento histórico. São máquinas de grande porte que estarão conosco por muito tempo", comemora.

Tem o pai como a principal referência profissional, assim como o sócio, Jairo Amaral. "Mais que qualquer bibliografia lida ou qualquer aprendizado da faculdade foi com eles que aprendi quase tudo que sei. Juntando os valores de dedicação ao trabalho do Jairo e a liderança do pai que eu me formei." Também lembra o guru da área financeira Warren Buffett, de quem diz que aprendeu lições valiosas de investimentos na área.

Um dos seus feitos enquanto colaborador da Impresul foi o desenvolvimento de um software de orçamento gráfico, no auge de seus 20 anos de idade. Para criar o projeto, aproveitou o conhecimento da faculdade e o que sabia da indústria gráfica para elaborar a ferramenta. "Em 1990, isso não existia. Quando implementei o sistema na empresa, foi um sucesso", diz, satisfeito. O achado chamou a atenção de algumas empresas. Então, em comum acordo com os sócios, vendeu para algumas gráficas que não eram concorrentes diretas. "Decidi guardar e investir o dinheiro daquela venda. Quase 20 anos depois, juntando com outros recursos que conquistei, construí minha casa na praia, em Atlântida", recorda.

Família unida

É casado há 18 anos com a também administradora Luciana, com quem tem dois filhos: Gabriela, de 16 anos, e Gustavo,13. Conta que o casal se conheceu em uma festa de Natal, em 25 de dezembro, na casa de alguns amigos em comum, em Porto Alegre. "Ela foi o meu presente do Papai Noel. Além de ser bonita, é uma pessoa extraordinária, muito companheira, honesta e dedicada à família. Tem valores que eu admiro muito", declara-se.

Orgulhoso, explica que o Gustavo herdou dele o gosto por futebol e tênis. "O desafio dele é me ganhar. Costumo dizer que o dia em que isso acontecer, ele será um bom tenista, pois eu não sou fácil", brinca. Gabriela, por sua vez, é mais festeira e adora socializar com as amigas. A família se completa com a presença dos animais de estimação, os dois cães da raça Shih-Tzu, Fredy e Zig, de 2 e 5 anos, respectivamente.

Paixão de pais para filhos

Aos 48 anos, Fernando recorda as idas ao estádio do Sport Club Internacional com o pai. "Sou colorado desde pequenininho e com muito orgulho. Acompanhei muitas vitórias do meu time", lembra. A paixão foi passada para os filhos e é comum ver o trio torcendo pelo Colorado no Beira-Rio. "Faz tempo que não jogo mais, então, futebol, agora, só como torcedor. O bom é que tenho a companhia deles." O programa, no entanto, não inclui a esposa, que é gremista.

Fanático, nunca imaginou que, no dia em que o time do coração disputou a memorável Copa do Mundo de Clubes da Fifa e levou a taça para casa naquele ano de 2006, teria que fazer uma difícil escolha. Minutos antes da transmissão da partida se iniciar, o telefone tocou. Era um colaborador da Impresul avisando que estava com um problema sério para impressão de todos os livros que deveriam ser entregues naquele dia. "Claro que a responsabilidade profissional pesou e fui para empresa resolver aquele problema. Ao mesmo tempo, ficava com o olho na televisão pequeninha que tínhamos lá", relata. Chegou em casa a tempo de assistir ao segundo tempo e de comemorar não só a solução do problema, como também a vitória colorada.

Esportes, livros e filmes

Os dias de folga são curtidos na praia, onde, nos últimos 10 anos, passa 80% dos finais de semana do ano. Lá, pratica esportes como surfe e kitesurf, além de, claro, tênis. "Amo estar no mar. É uma terapia e um relaxante natural", acredita. No Verão, o condomínio no Litoral também é reduto de encontro com a irmã Luciana e os sobrinhos, que também têm uma casa no local. Dentre os programas de televisão que mais gosta, estão a programação do Canal OFF e jornais. Também não dispensa futebol, principalmente os jogos do Inter para torcer e do rival, o Grêmio, para secar.

Sobre cinema, não tem um gênero favorito, mas descarta Terror e Ficção Científica. Para ele, este é um excelente programa familiar. "Toda semana, nós quatro assistimos a algum vídeo", fala. As preferências no que diz respeito à Literatura são biografias e perfis, como, por exemplo, de Steve Jobs. O último livro que leu foi 'Feitas para durar: Práticas bem-sucedidas de empresas visionárias', de James C. Collins. "Uma leitura superimportante que aborda sobre companhias que se reinventaram, que começaram de uma forma e se adaptaram às novas realidades. Assim como a Impresul", exemplifica. Nas preferências musicais, estão o pop rock e as bandas U2 e The Cure, que destaca como favoritas e as acompanha desde os tempos da adolescência. Atualmente, escuta de tudo um pouco, aproveitando as facilidades do Spotify.

Desacelerar sem parar

Destacando como qualidade ser determinado e como defeito ser muito crítico, Fernando se define como uma pessoa correta e honesta. "Sou muito focado para atingir os objetivos propostos e tenho muita intensidade no que faço. Adoro o convívio familiar, e também valorizo o trabalho e meus hobbies. Eu procuro sempre achar um equilíbrio entre essas três áreas", declara.

Para os próximos 10 anos, revela que o desejo é poder equilibrar mais o lazer com os negócios. "Quero poder viajar mais, praticar esportes com mais frequência e me dedicar mais ao que gosto, além do trabalho, ou seja, desacelerar sem parar."

Sentindo-se satisfeito com o caminho trilhado e com as conquistas ao longo dos anos, diz que seus objetivos serão finalmente alcançados quando fizer a transição da empresa da segunda para terceira geração. "Esta será a minha realização completa, tanto pessoal quanto profissional, já que estarei vendo meus filhos, ou um deles, pelo menos, dando continuidade ao negócio da família", projeta.

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