Thiago Ribeiro: Sorriso aberto
Ele está sempre de bom humor e sabe que o futuro é reflexo do que está fazendo agora
*Este perfil é uma republicação em alusão ao South Summit Brazil. O texto original foi publicado em 22/10/2021.
O executivo de Desenvolvimento de Negócios na 4all, Thiago Xavier Ribeiro, acaba de chegar de Madri, na Espanha, onde, junto com o CEO do hub, José Renato Hopf, participou ativamente das negociações com os espanhóis para trazer a feira de inovação e empreendedorismo South Summit para Porto Alegre. A primeira edição sul-americana do evento será mais uma que ele traz na bagagem ao longo da sua trajetória profissional.
Talvez a veia comercial e o jeito fácil de se comunicar tenha herdado do pai, o comerciante Hiram Machado Ribeiro, falecido em 1993 ou do irmão mais velho, o representante comercial Renato Ribeiro. Aos 42 anos, compartilha que hoje faz muito de algo que enxergava quando ainda era criança. Mas nada foi muito proposital, a vida é que o foi direcionando para isso.
Manoel e Maria
Além das recordações com Hiram, o filho mais velho da dona de casa Nórdia Locks Xavier traz muitas lembranças boas da infância. Principalmente a presença constante, o amor e zelo dos avós maternos, Manoel e Maria. Sempre foi uma criança super cuidada e acolhida, talvez até em função do falecimento do irmão mais velho, Vinícius, aos 6 anos, antes mesmo do nascimento de Thiago.
A relação com o avô, chamado carinhosamente de vô Maneca, foi diferenciada. Tinha um carinho especial, eram muito amigos e parceiros, de uma cumplicidade ímpar. Estavam sempre juntos, para cima e para baixo. A sintonia era tanta, que se o menino identificasse que ele sairia, escondia-se dentro do Fusca bege, para garantir que pudesse ir junto.
A época do Natal era a mais esperada. O programa era ir ao Carrefour comprar os mantimentos para ceia e os presentes fazia parte do calendário da família. O avô era o protagonista, pois enquanto os pais tentavam manter mais a mística do Natal, com Papai Noel, Manoel era mais prático e tentava resolver as coisas comprando no crediário. "Era muito diferente do que fazemos hoje, mas era muito gostoso", recorda.
A avó Maria não era uma cozinheira com afinco. Porém, havia alguns pratos que fazia muito bem, como carne de panela - que ninguém consegue fazer igual até hoje -, o bolo inglês com açúcar de confeiteiro e o pão de Aipim, que Manoel amava comer com nata e açúcar. Outra recordação que tem da matriarca é a de que era costureira. Então, olhava os modelos de roupas nas lojas, chegava em casa, sentava-se naquela máquina de ferro de pedal e dali saía uma roupa nova para os netos.
Três anos mais velho do que o irmão, o chef de cozinha Thales, recorda-se de uma vez em que os pais tiveram que sair e Maria o pegou falando para o irmão: ainda bem que tinham a vó. "Imagina a conversa reflexiva de uma criança de seis anos. Enquanto minha avó esteve viva, sempre contou isso para todo mundo com o maior orgulho. Já doente no hospital, no fim da vida, repetia essa história", emociona-se.
Obra do destino
Casado com a advogada Tatiana, relata que foram colegas de cursinho pré-vestibular, mas, na época, não tiveram quase nenhum contato. Porém, um tempo depois, estava na sacada da casa de onde morava com os avós, na Zona Sul de Porto Alegre, quando a viu no prédio vizinho. Da troca de olhares, veio a coragem de convidá-la para sair e, desde então, passaram-se 25 anos. Da relação nasceu o amor do casal, o filho Igor, de seis anos. "Não tem muita explicação, pois ela estava visitando uma afilhada no prédio e tivemos a feliz coincidência de nos cruzarmos. Bem coisa do destino mesmo", derrete-se.
O destino, este amigo invisível que nos conduz pelo tempo, deu-lhes uma segunda chance de se reencontrarem para construírem uma história juntos de lutas, companheirismo, cumplicidade e amor. É com muita admiração e orgulho que descreve a esposa como alguém que está sempre ao seu lado para tudo o que faz, pensa e para ajudar a encontrar caminhos. "Uma mulher de um grande coração, que tem um valor enorme na minha história", completa.
O casal, que é cachorreiro assumido, atualmente divide a atenção em casa do Igor ao Bartolomeu - Bartô para os íntimos - de quase três meses. Um Golden Retriever "muito engraçadinho", que está sempre brincando e é um verdadeiro bebezão. Mas não deixa de citar os outros cinco companheiros peludos que já se foram: Aikia, July, Mégui, Neto e Preto.
Por gostar muito de trabalhar e ter pouquíssimos dias de folga, o hobby é ficar com a família, fazer um passeio no shopping ou alguma viagem. Considerando-se um homem simples, gosta mesmo é de fazer churrasco em casa e tomar uma cervejinha artesanal sempre que possível. Se for ao som de um reggae do Bob Marley ou de alguma banda de Rock in roll, como Guns N' Roses, trilha sonora importante em uma época da vida, ou Nenhum de Nós, Engenheiros do Havaí, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana, melhor ainda.
Jornalista empreendedor
Formado em Jornalismo pelo PUCRS em 2001, tem especialização em Marketing pelo Instituto Universal de Marketing em Agribusiness (I-Uma) e mestrado em Ciências da Computação pela PUCRS, concluído em 2019. "Fiz uma mudança de área muito grande. Não tenho esta informação chancelada, mas na universidade eles suspeitam que eu tenha sido o primeiro jornalista, na história da PUC, mestre em Ciências da Computação", confidencia.
Apesar do desafio ter sido grande, já está esperando o próximo round para ver onde vai focar seu doutorado, uma vez que tem intenção de cursar algo novo e gosta de estudar. Acredita na interdisciplinaridade e na formação multiskill, uma vez que sempre buscou um pouco disso. Embora tenha a origem no Jornalismo, transitou no Marketing, passou pela Tecnologia e pensa em uma lógica de ampliar este leque e fazer alguma capacitação na área da Administração ou Economia, para complementar sua trajetória em business.
Não é à toa que suas leituras são cada vez mais relacionadas às questões técnicas e as escolhas mais direcionadas aos títulos voltados ao trabalho, tecnologia, inovação, empreendedorismo e relacionamento interpessoal. Acredita que 70% da sua biblioteca seja voltada para a Comunicação e ao Jornalismo, mas hoje está mais focado em inovação e negócios.
Da Comunicação à Inovação
Decidiu cursar Jornalismo pois gostava muito de rádio. Aprendeu a ouvir com o pai que até dormia escutando alguma programação. Quando entrou na faculdade, decidiu que queria trabalhar com radiojornalismo esportivo. Então, ao passar no vestibular, procurou um amigo de seu pai que trabalhava na Gaúcha na época, o jornalista e radialista Jayme Copstein que lhe passou para o Cléber Grabauska.
Compadecido pela atitude do rapaz, Cléber lhe deu um crachá para que ele pudesse visitar a rádio e acompanhar o dia a dia na emissora. Na época, Thiago estava fazendo estágio na Assessoria de Imprensa do Tribunal Justiça do Rio Grande do Sul (TJ) pela manhã, então à tarde ia para rádio para atuar como voluntário, fazendo escuta na jornada esportiva. De tanto que se fez presente, a oportunidade veio com o Domingo Premiado Colombo, em que atuou como produtor da promoção que foi um sucesso e lhe deu a chance de ser contratado pela RBS.
A faculdade foi evoluindo e então foi "picado pelo bichinho da TV", acabou sendo convidado pela professora Cristiane Finger para estagiar no SBT, como produtor e repórter do jornal SBT Rio Grande. Pouco antes de se formar, recebeu um convite para ir para RBS TV, onde ficou por pouco mais de seis meses, trabalhando como repórter da madrugada, da meia noite às 6h.
De volta ao rádio, atuou como produtor do Flávio Alcaraz Gomes na Guaíba, até conhecer o político José Fortunati, que na época era presidente da Câmara de Vereadores e o convidou a trabalhar com ele. Quando Fortunati assumiu a Secretaria de Educação do Estado, em 2003, Thiago foi junto, para trabalhar na Assessoria de Imprensa.
Ainda teve passagens pela Secretaria de Comunicação da Associação Brasileira de Odontologia (ABO-RS), como coordenador de Comunicação e pelo Canal Rural. Voltou a trabalhar com Fortunati, na equipe da Assessoria de Imprensa do gabinete do prefeito e na coordenação da equipe da Comunicação Digital na campanha para reeleição para Prefeitura de Porto Alegre. "Eu tenho um número que fica na minha cabeça, sempre que eu falo disso. O Fortunati foi eleito com 65,22% dos votos. A maior votação em primeiro turno da história de Porto Alegre. Eu coordenava toda a parte de redes sociais e naquela semana da eleição tivemos 64% de menções positivas na rede. Então acredito que tivemos um papel superimportante neste processo", orgulha-se.
Foi responsável pelo desenvolvimento e criação do projeto que criou o Núcleo de Comunicação Digital da Prefeitura de Porto Alegre, o PoA Digital, inspirado em um projeto de Nova York chamado New York City Digital. "Fizemos um projeto muito diferenciado. Foram quatro anos de muitos avanços na cidade neste aspecto. Ganhamos prêmios nacionais e internacionais e eu ajudei a criar o mesmo projeto em várias cidades ao redor do mundo", exalta. Desde 2016, está na 4all, ajudando a contribuir com o Hub de Tecnologia.
Não quer só passar pela vida, então vive bastante o hoje e acredita que o futuro é reflexo do que está fazendo agora. Por isso, quer se qualificar e se preparar cada vez mais para ser um executivo de sucesso e deixar o seu legado pelo mundo. Para o futuro, deseja continuar se esforçando para ser um bom pai, marido, amigo, filho e profissional. Para que o Igor possa aprender com ele, principalmente valores que hoje são tão raros.
Definindo-se como um cara do bem, diz que respeita, acredita nas pessoas, que gosta de gente e de conectar pessoas. "Se eu passar pela vida e as pessoas dizerem que eu era um cara do bem eu acho que tá cumprida uma boa parte da minha missão. Algo genuíno e orgânico", conclui.