88.7 FM: Tradição que une
Preservando as raízes do Rio Grande do Sul, emissora está no ar há 20 anos
Cultuando e defendendo a tradição do nosso Rio Grande do Sul desde 1999, a Rádio 88.7 FM, que completou 20 anos em outubro, confirma diariamente o quanto é bom ser gaúcho. Uma emissora familiar, não somente de pai para filho, mas para todos que lá trabalham. Portas abertas e um ambiente de união que transmite calma, mesmo na correria percebida: esse é o cenário encontrado em uma sala não muito grande, no centro de Novo Hamburgo.
Em busca de agradar e se perpetuar, a emissora tem diálogo franco e aberto com seus ouvintes. Programação especial, parcerias de negócio, pautas e mudanças musicais são alguns dos resultados desta relação amistosa. A redação também é ouvida, ideias são o que movem a rádio líder de audiência do Vale do Sinos, quando se trata da faixa especial. "Temos uma relação próxima com os chefes, isso faz com que tudo se resolva de forma ágil", confirma Diego Carboneira, comunicador da casa há seis anos.
Atualmente, além de bandinhas e música gaúcha, a 88.7 também toca sertanejo universitário. Isso porque o fundador Noé Cardoso e seu filho, Luiz, que hoje está à frente das operações, acreditam que é preciso renovar o público constantemente. "Fazemos também muitas ações em escolas, sorteios e lives no Facebook para chamar atenção da galera", afirma Luiz.
Ouvintes, mas não só isso
Eles são tidos como a linha de frente, são o termômetro e o cérebro. Muitas são as ações que surgem a partir das visitas feitas pelo público à emissora e à unidade móvel, comandada pelo comunicador Carlos Minuzzo, o Alemão. Ele conta que decisões são tomadas diariamente graças a esse laço. Além disso, é muito comum que seu trajeto seja definido por pedidos também. "O pessoal liga e pede para que eu vá em tal localidade. Muitas vezes, eles só querem nossa companhia, ter um contato maior, falar com a família através de mim", diz.
Além da unidade móvel, a decisão de que sejam veiculadas lives na página do Facebook também é consensual com quem ouve. Além disso, os pedidos de sorteios, parcerias e divulgações acontecem com frequência via redes sociais. O caso mais recente é com a ouvinte que pediu para divulgarem seu trabalho com trufas. Atualmente, o fruto dessa parceria são sorteios realizados na página da rádio.
Os 20 anos são um troféu
Tendo iniciado pequena, lá em outubro de 1999, a emissora segue crescendo gradualmente até hoje. Ser líder de audiência no Vale do Sinos é algo encarado como o maior orgulho. "É inenarrável a honra de ter galgado a posição", afirma Luiz. Para Noé, o grande presente do público é nunca ter deixado que a rádio tivesse declínio de audiência. "Até chegarmos onde estamos, o público nos acompanhou, por isso que temos essa relação tão recíproca", diz.
A estratégia inicial também é contada como sendo uma das razões para a liderança. Pai e filho relembram que o localismo foi a melhor aposta que poderia ter sido feita. Conforme eles, diferentemente de Porto Alegre, a região pedia por entretenimento com com o qual os nativos se identificassem. "Acabamos nos tornando a referência nesse segmento. Não só aqui, mas nos três estados da Região Sul. Além, também, dos países mais próximos", salienta Noé, referindo-se, inclusive à Argentina.
O princípio é o respeito
Com reunião diária de duas horas, conforme brinca Luiz - em alusão à viagem entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, que fazem juntos - pai e filho são complementares. Enquanto o fundador é estrategista, tem visão de mercado e muito conhecimento do negócio, mas não tem computador em sua mesa, o herdeiro é da geração que se apropriou da tecnologia e usa ela a favor da empresa.
Sentados lado a lado na sede, sempre de portas e coração abertos, eles estendem o respeito a todos os colaboradores. A autonomia é tida como lema do trabalho e, por esse motivo, todos têm a liberdade de propor ações de qualquer ordem. "Como a nossa equipe é enxuta, é preciso que todos pensem na empresa como sendo parte de suas vidas. Não costumamos travar nada. Testamos todas as ideias", garante Luiz.
Alguns dos comunicadores vêm de rádios e grupos de Comunicação da Capital, mas há quem esteja por lá há 18, 15,12 anos. Noé menciona que a empresa tem por característica a permanência dos profissionais. "Apesar de o mercado ser dinâmico, as pessoas ficam onde gostam. Temos pessoal aqui que estão há mais tempo do que eu", complementa o filho.
O clima de entrosamento é visto e reforçado no horário de almoço. Os comunicadores fazem questão de sair juntos para comer. E isso acontece independentemente do nível hierárquico das relações. Até na hora de conceder entrevista à equipe de Coletiva.net, eles se aproximam juntos, falam olhando entre si e suas frases são complementares, com uma visível sintonia e admiração pela história da empresa e seus gestores.
A primeira voz feminina no ar
Val Paz é a primeira mulher a apresentar um programa na emissora, ela chegou no início deste ano graças também a pedidos do público. "Eles pediam muito para que a gente fizesse uma dobradinha. Nossa ideia foi trazer uma voz que pudesse ser diferenciada", relembra Luiz. Já Noé foi categórico: "As mulheres estão dominando tudo, não sei por que a gente não teve uma mulher apresentando antes. Besteira nossa".
A profissional demonstra-se honrada e desafiada com a oportunidade. Conforme ela, o frio na barriga se fez presente por medo de uma reprovação do público, mas a receptividade foi excelente e o carinho do ouvinte é muito verdadeiro. "Nesse momento, onde a mulher está ocupando lugares tão importantes, é muito bom saber que há cada vez mais pessoas que acreditam e apoiam nosso sucesso", pontua.
A jovialidade garante pique e diversão
Não só idades, mas o espírito jovem chama a atenção desde a chegada no ambiente. Eles riem, têm insights, trabalham, apoiam-se e não se isolam. No clima amistoso, surgem piadas, no mesmo ritmo que aparecem sugestões profissionais. O entrosamento garante uma produção conjunta e muitas trocas. Ninguém faz apenas uma demanda, todos atuam como em uma engrenagem que funciona perfeitamente. Isso é perceptível quando se observa uma questão sendo levantada e todos contribuindo com seu ponto de vista para ajudarem a encontrar soluções para o que surge.
Ao passo que tudo é muito corrido e resolvido de forma simples, junto aos gestores, os comunicadores observam que a responsabilidade que a autonomia traz é bem maior. "Tudo o que pensamos é em melhorar a experiência de nossos ouvintes. As ideias são aplicadas e a gente fica ansioso pelo retorno deles", destaca Carboneira. Na mesma linha, Neto Freitas, que voltou para a emissora em 2017, após 13 anos trabalhando em outros veículos, afirma que a resolução de problemas é ágil e muito feita para que os ouvintes fiquem cada vez mais fiéis.