Critério: Intrínseco e visceral

Seja na relação com os clientes, entre os sócios ou com a equipe. O que vale é ser intenso e verdadeiro

 

Ter critério é diferente de ser Critério. Quem acompanha há quase nove anos o trabalho desta empresa não raro atribui a ela o adjetivo seriedade. E é bom que se diga que isso nada tem a ver com engessada, quadrada ou sem alegria. A característica está mais ligada ao respeito com que veem o seu negócio. Há poucos meses, Cleber Benvegnu, Rafael Codonho, Soraia Hanna e Tomás Adam investiram em reposicionar seu empreendimento e passaram a se colocar no mercado como Critério - Resultado em Opinião Pública. E, para isso, assumiram algumas vertentes as quais sempre foram naturais, mas, agora, de forma oficial. "Entregamos uma comunicação muito mais 360º, com decisões tomadas ao lado do cliente", diz Cléber, que é completado por Codonho: "Prezamos por uma relação mais umbilical, pois fazemos parte daquele organismo".

E por falar em relações, entre o quarteto não é muito diferente. Uma conversa de quase duas horas com a equipe de Coletiva.net é suficiente para perceber a sintonia, o respeito e, em especial, a admiração que eles alimentam um pelo outro. Compartilham objetivos e sonhos, angústias e desafios diários, mas principalmente valores muito fortes de vida, de postura, de entendimento do que é correto. Soraia, que representa a força feminina do quadro societário, é chamada de "guerreira". Quando a situação é tensa, ela é quem é solicitada para resolver e até enquadrar algo ou alguém. Ao mesmo tempo, é considerada a mãezona da turma. Além disso, é por ela que passa todo o operacional da empresa.

Para essa missão, porém, conta com uma equipe que se orgulha de trabalhar ali, como no caso de Andressa Dorneles, uma das mais antigas na casa e quase uma "mini Soraia". "Como estou há bastante tempo, sinto orgulho de ver onde chegamos, de participar dessa construção. Aqui, todo mundo pega junto, ninguém precisa resolver nada sozinho e saber que podemos contar uns com os outros, inclusive por parte dos sócios, faz toda diferença", elogia. Andressa conta que se sente realizada na Critério, onde pretende permanecer por muito tempo para acompanhar ainda mais o crescimento. "O que sempre imaginei na faculdade estão se realizando aqui. Não consigo mais me ver fora", completa.

Da sala doméstica à comercial

O trio masculino de sócios foi colega na Famecos e, desde cedo, fazia trabalhos acadêmicos juntos. A sinergia resultou em um convite de Cleber para que "os meninos" - forma carinhosa como ex-secretário de Comunicação do governo Sartori chama Rafael e Tomás, em função da diferença de idade - fossem fazer estágio na produtora de TV que dividia com Tânia Moreira. Quando decidiu criar a Critério, foi a dupla que ele chamou para integrar a sociedade. E foi assim, na sala da casa do fundador, com todas as rotinas normais de uma organização que a empresa começou. E sem nenhum cliente! Quando fecharam o primeiro contrato, com a Falconi, o trio viu a necessidade de um espaço físico. "É interessante salientar que este cliente está no nosso DNA. Com ele, mergulhamos nos métodos de gestão, processos e organização como um todo", recorda Cleber.

Cerca de dois anos depois, Soraia, que conheceu os colegas sendo cliente deles, quando trabalhava na Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul (SDPI), foi convidada para completar o, agora, quarteto. E olhar para trás faz com que eles sintam orgulho do caminho até aqui, conforme Tomás: "Nesses oito anos, tivemos um crescimento muito orgânico, com o pé no chão, mas ascendente sempre", comemora.

Outro personagem dessa história é o jornalista Antônio Purcino, funcionário mais antigo da empresa, que chegou ainda na sede antiga, há quase seis anos - ele começou trabalhando em home office e estava no início da faculdade. Não demorou a deixar o juvenil desejo de trabalhar em jornal impresso de lado para viver intensamente a rotina da Critério. A dedicação, inclusive, foi enaltecida pelos chefes na última confraternização de fim de ano. O momento carinhoso, inclusive na presença de familiares da equipe, foi marcante para Purcino: "Fiquei feliz e lisonjeado, pois não esperava. Receber esse reconhecimento de pessoas que sempre me ajudaram foi muito importante e especial nessa trajetória", resume.

Viver as dores

A tríplice que guia o trabalho da empresa com cada marca atendida diz: quem você é, quem você diz que é e quem as pessoas acham que você é. Esse é o desafio do "fazer comunicação" dentro da Critério e a premissa é repetida em diversos momentos, quase como um mantra. É interessante perceber, ao conversar com os sócios e alguns colaboradores, o quanto o discurso de envolvimento com os clientes é uníssono e faz parte do dia a dia como algo natural. "Temos uma relação muito intrínseca com eles. E é sempre no sentido de defendê-los ao máximo", aponta Soraia.

Atualmente, 32 marcas estão ativas no portfólio, entre fixas e jobs. Pra atender a tudo isso, adotaram um modelo de gestão, que tem um atendimento e um sócio atuando juntos para dar ritmo e cuidado. Em uma ferramenta tecnológica, incluem demandas, prazos, andamentos, à qual todos têm acesso. Eles admitem que estão no limite da operação, inclusive com todas as estações de trabalho preenchidas, o que já os faz buscar um sala mais ampla. Na opinião de Codonho, gerir um negócio com quatro sócios não é algo fácil, e quando todos têm a mesma formação acadêmica, complica um pouco mais. "Agir com métodos e processos é um desafio diário. É contra a nossa natureza agir de forma organizada", diz ele, que é considerado "o chato", pois responde - ao lado de Tomás - por toda parte administrativo-financeira da empresa.

Além de toda essa preocupação, existe ainda o senso de responsabilidade social entre eles. Isso porque a questão formativa na Critério já é uma marca há alguns anos. Não raro, são promovidos cursos e palestras de modo que possam compartilhar conhecimento. Soraia explica que há um entendimento entre os quatro de que não estão nesta vida a passeio e, portanto, precisam deixar um legado e levar isso à sociedade, com o que sabem fazer de melhor.

E por falar em cursos, foi assim que Lucas Dalfrancis chegou na equipe. Natural de Vera Cruz, veio a Porto Alegre para prestigiar uma formação oferecida pela empresa de Comunicação. Despachado desde sempre, não demorou a pedir uma oportunidade, que veio há um ano. "Sempre fui bom de dedo", brinca Cleber, referindo-se a quem chama de "encantador de pessoas". Lucas, por sua vez, também elogia: "Com certeza, o diferencial da Critério é a entrega. Há uma fidelização grande das contas, pois vamos além do escopo, vivendo a dor do cliente".

Multiplicar para dividir

Dividida em diferentes períodos, o fato é que a Critério conta com equipe entre 8h e 19h. E nesse intervalo dá tempo de realizar diversas atividades de produção, atendimento, planejamento e etc. Entre muito trabalho, café e chimarrão, ainda sobra uma brecha quase que diária para admirar o pôr do sol da janela, agradecer pelo momento e fazer muitas fotos. Um dia antes da primeira visita do portal, por exemplo, a paisagem havia ficado incrível e a imagem foi parar em vários perfis de Instagram da equipe.

Ainda sobre rotina, reuniões são frequentes na empresa. Por exemplo, toda segunda-feira a equipe toda se reúne para repassar o andamento de cada cliente, trocar ideias e atualizar demandas. Também com periodicidade semanal, há reuniões com cada cliente em formato de call, uma reunião mensal dos sócios e outra trimestral com toda a empresa para saírem do dia a dia dos clientes e fazerem uma imersão na própria Critério. É nessa oportunidade que contam como estão as prospecções, quais são os planos e as expectativas, além de ouvir os próprios colaboradores.

Outra peculiaridade é que, na sala do quarteto, há um sino na parede. Cada vez que um contrato é fechado, eles se reúnem em torno do objeto e fazem barulho, com direito a bolo para comemorar depois. Quase um momento litúrgico para anunciar novidades. E nem sempre precisa ser um dos sócios a bater o sino, pode ser o atendimento da nova conta, por exemplo. A equipe, inclusive, é motivada a prospectar e se beneficiar de um programa de participação nos ganhos, afinal, segundo Cleber, "só pode multiplicar quem sabe dividir".

Quem comanda o quê

No quarteto, o papel de cada um está muito bem definido, algo que encaram como fundamental para que a equipe saiba exatamente quem comanda o quê. E é interessante como eles parecem se completar. Enquanto Codonho e Tomás são discretos, Cleber e Soraia são mais expansivos. "Eles são mais jovens de idade, mas eu e a Soraia somos mais jovens em espírito", garante Cleber, arrancando risadas dos companheiros de gestão. Desde que voltou (após quatro anos afastado em função do Governo Sartori), ele não se envolve mais na operação. "Vou me meter em algo que está dando tão certo? Não. Então, fico dedicado a novos negócios, relacionamento, prospecções, faço a parte institucional, inclusive como porta-voz", detalha.

Enquanto isso, Codonho e Tomás são responsáveis por toda retaguarda, garantindo o funcionamento de tudo. "O Rafa (Codonho), que cuida do administrativo-financeiro, é muito chato. Mas o importante é que ele é mais essencial do que chato", diverte-se Cleber, que faz questão de salientar que a operação do dia a dia dos clientes é todo com a Soraia. Os rapazes, inclusive, falam diversas vezes sobre a intensidade do envolvimento da "guerreira", que tem uma memória impressionante, orienta, cobra, dá ideias, participa e "fica procurando trabalho o tempo todo", segundo eles. Enquanto isso, Tomás é considerado a alma artista. "Gosto de ser criativo", resume ele, que é mais econômico nas palavras, mas cuida até da parte visual dos materiais e conteúdos produzidos pela empresa.

E a respeito de produções, um dos principais atributos necessários para trabalhar na Critério é o domínio da escrita. Afinal, no entendimento deles, o texto nada mais é do que uma organização de ideias. Então, quem escreve bem tende a pensar melhor. "E eles não são chatos com texto, são muuuitos chatos!", garante Lucas, como quem brinca, mas não mente. Segundo ele, é bastante comum um texto ir pra rua depois de cinco pessoas revisarem, por exemplo. Um caminho frequente é, depois que alguém produz, Soraia lê primeiro, pois dizem que ela tem o olhar macro, em seguida passa por Codonho, com seu senso mais crítico e, por fim, chega a Tomás, que "vai no detalhe" e ainda completa com seu dom artístico.

Orgânico e natural

Giuliano Thaddeu foi o último a ingressar na equipe, tendo começado apenas 20 dias antes da visita de Coletiva.net. Com bastante bagagem em comunicação pública, estava sentindo falta de viver a experiência de uma empresa privada. Já admirava o trabalho da Critério de longe e, portanto, não pensou duas vezes quando veio o convite. "A Soraia me ligou no fim de tarde de uma sexta-feira e comecei na segunda de manhã. Foi o casamento perfeito pra mim", ressalta.

Ele, que, além de jornalista, é publicitário, enaltece a nova casa, especialmente pelo seu entendimento de negócio, que é maior do que apenas uma assessoria de imprensa, tem olhar estratégico, reputação, posicionamento, relacionamento. "Às vezes, as coisas acontecem muito mais além das editorias. É a cultura de sofrer com o cliente, estar no cotidiano dele, viver seus dramas e alegrias. E, aqui, isso é tudo muito orgânico, natural", observa. Ao se sentir tão bem acolhido, complementa que este é, sem dúvida, um dos melhores ambientes que já encontrou e, por isso, a expectativa é de vida longa nessa nova relação.

São quatro sócios, nove colaboradores internos e mais um que fica em Brasília. E essas 14 pessoas são muito plurais entre si, "e tudo bem", conforme Soraia. Ela faz questão de exaltar que, na Critério, há todo tipo de ligações políticas, religiosas e orientações sexuais. "E ninguém precisa esconder nada disso. São relações absolutamente respeitosas." Lucas complementa a gestora dizendo que o capital humano da empresa é de alto nível: "São todos muito inteligentes, falam mais de um idioma, são comprometidos. É uma honra poder aprender com profissionais incríveis e clientes de tanto gabarito".

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