Ecosys: Diversas mentes funcionam melhor do que uma
Empresas que fazem parte do mesmo propósito, o de trabalhar entre si para apresentar as mais diversas soluções de Comunicação
Em tese, a palavra Ecossistema está relacionada a um conjunto de comunidades, que formam relações entre elas, transformando-as em um sistema. Agora, imagine só, se o segmento da Comunicação tivesse uma iniciativa na qual reúne uma seleção de empresas, cada uma com a sua expertise, para trabalhar assim como um Ecossistema? Sim, isto existe e está relacionado a um modelo de negócios chamado de Ecosys. Então é uma agência? Não, mas uma união de empresas inovadoras, independentes e especializadas, ligadas ao universo da Comunicação Digital.
É como diz o ditado: "Duas cabeças pensam melhor do que uma". Porém, neste caso, é ainda melhor, uma vez que se trata de 10 organizações que fazem parte do fio condutor do Ecosys, de diferentes segmentos e propostas. Todas atuam com o mesmo propósito: trabalhar entre si e apresentar as mais diversas soluções para o mercado. "Nada mais é do que uma resposta aos novos modelos de Comunicação, que apresentam tendências e necessidades específicas, com múltiplas disciplinas de mídias, ciências de dados, desenvolvimento de tecnologias, designer de experiência, entre tantas", explica Cesar Paz, fundador do Ecosys.
Na sede, que está localizada no Parque Tecnológico (UniTec) da Unisinos Porto Alegre, na avenida Doutor Nilo Peçanha, 1600, bairro Boa Vista, é possível observar de perto como funciona esse sistema. Além de um local acadêmico, que está próximo de futuros talentos, encontram-se muitos diálogos e troca de ideias por todos que frequentam o local. Aliás, pelas paredes de vidro, enxergam-se as estratégias sendo debatidas e soluções apresentadas. Cada empresa no seu bloco, entretanto, todas usando de suas fórmulas para realizarem conexões com o mercado.
Quem faz o ecossistema
Entre todas as empresas que compõem o Ecosys, são mais de 250 colaboradores espalhados pelo Brasil, formando uma rede que trabalha de forma híbrida. Existem equipes mais ligadas ao setor de Tecnologia, que dificilmente comparecem na sede. Essa função fica para os times que atuam nas estratégias, no entanto, a cada 15 dias, há uma reunião geral e presencial com todos. Cada uma das empresas integrantes atua de forma independente e autônoma, contudo, por compartilharem o espaço, há uma aproximação entre os colaboradores.
Conforme Cesar Paz, "nada impede de mudarmos e novas empresas agregarem o quadro, assim como outras saírem, como já aconteceu dentro da nossa trajetória", diz. Hoje, as organizações são: Alright, Black Sheep, DEx01, Doit, EERU, Eyxo, On2, TRFGO, Web Estratégica Zeeng e White Rabbit.
De acordo com a CEO da Eyxo, Greta Paz, a sensação de estar em casa e se sentir à vontade faz com o que o Ecosys seja um ambiente acolhedor. Além disso, para ela, uma jovem empreendedora de 32 anos de idade, participar do ecossistema é estar segura de um futuro que promete muito. "Empreender não é fácil e conseguir contar com profissionais qualificados é uma segurança que se passa para todos que estão envolvidos."
Idas e vindas
Existem pessoas que estão tão acostumadas com esta forma de trabalho, por se tratar de um ambiente acolhedor e familiar, que faz sentido para quem frequenta o local. Este é o caso de Ana Pagnoncelli, profissional que deixou o Ecosys para experimentar outros desafios no mercado. No entanto, não se adaptou com as diferentes fórmulas e dinâmicas no segmento e acabou voltando à empresa. "Na época, eu trabalhava dentro da Eyxo, onde atuei por um ano e, após a minha volta, tive a oportunidade de migrar para o time da Dex01 ", conta a gestora de Pessoas.
A exemplo de Ana, Roberto Filho, gerente de Projetos na mesma empresa, a principal questão é a cultura e a proximidade entre as equipes, ainda que seja, na maioria das vezes, de forma remota. Conforme o publicitário, todos os times possuem um vínculo forte e convexo. Além disso, é uma leveza poder contar com amigos e colaboradores, para dias ruins ou não. "Quando eu fui ao mercado, senti falta disso, que é algo que realmente só vivi aqui. Por isso, voltei", considera Ana.
Para Luciana Bazanella, cofundadora da White Rabbit, o que não pode faltar dentro do Ecosys são os afetos. Segundo Lu, como é conhecida dentro da comunidade, a tecnologia libertou as pessoas de estarem fixas dentro de um só lugar, e se aprendeu a ter redes de apoio para melhores convivências e mais resultados. Ainda conforme a publicitária, estar com pessoas que se gosta é o mais importante para o dia a dia. "Viemos de uma geração onde o resultado era o que mais importava, não interessava as relações entre os colegas. Acho que o Ecosys veio para nos ensinar isso, de estarmos em todos os lugares e, ainda, com carinho e afeto entre todos", comenta.
Existe um jeito de levar o dia a dia dentro do Ecosys: a valorização. Acreditam que por meio deste preceito é possível ter sucesso entre equipes e, consequentemente, um clima gostoso de trabalho. A CEO da Dex01, Nathalia Alves, destaca a forma como o conglomerado se sustenta, por meio do trabalho híbrido e com uma conexão muito bem estabelecida, por intermédio de gestão, alinhamento de times e conversa. "A pandemia veio para nos ensinar muitas coisas, sobretudo a importância da convivência com colegas e amigos, mesmo online. Aqui, nós temos o cuidado com as pessoas e disso não se abre mão", destaca.
De cabeça no futuro
As lideranças que estão à frente do Ecosys pensam em uma evolução da empresa a partir de novas ferramentas tecnológicas que ainda estão por vir. Ele também é um ambiente onde se provocam as tendências para o futuro. Um exemplo disso são os diversos eventos promovidos pela empresa, que trazem temas visionários para a discussão. Além disso, estar dentro de um campus universitário é motivo de orgulho, uma vez que é possível debater o que os jovens acadêmicos trazem de novidades. "Apesar de sermos provocadores dentro do sistema da Comunicação, existe um respeito em entender e valorizar a academia", destaca Greta Paz.
De acordo com Cesar, que também atuou como professor universitário, é fundamental estar dentro da Unisinos. Eles entendem que os modelos e eventuais conhecimentos específicos se encontram dentro da academia. No mesmo pensamento, Luciana Bazanella considera que a sede na universidade faz com que haja um ambiente de exploração de ideias. "É diferente a vibe, chegar aqui e dar de cara com pessoas sedentas pela pesquisa e pelo conhecimento e, ainda, colocar isso para o mercado", afirma.
Para o futuro, pensam que continuarão no processo de colaboração entre todas as empresas, bem como compartilhando os fluxos de experiência, conhecimento e criatividade. Para isso, é preciso fomentar mais eventos sobre Tecnologia, Arte e Comunicação, a fim de entender quais serão os desafios que virão. Além disso, no entendimento destas lideranças, envolve muitos setores que devem debater questões sistêmicas, de setores diferentes, mas que podem trazer soluções de negócios.
Para Nathalia, um dos maiores desafios do grupo é não cair no senso comum. Nesse sentido, opina que é necessário se conectar com mais empresas especialistas, de construção e conhecimento. Também, para ela, precisa estar conectado com a sociedade e a evolução, mas sem deixar de lado a essência, que são os seres humanos, aquilo que faz sentido para eles. "As novas tecnologias vêm para agregar e auxiliar no nosso desenvolvimento, apenas isso", afirma.
Na mesma ideia, e por fim, Cesar acredita no modelo de aquisição e fusão com mais organizações. O que quer é que, cada vez mais, haja conexões com empresas ou startups contemporâneas para montar uma estrutura robusta de negócios. "É assim que nos vejo futuramente, olhando para frente, com foco em tecnologia e mais ferramentas para projetos de negócios, por meio de construção de crescimento, para avançar cada vez mais", finaliza.