União FM: A rádio da comunidade

Primeira emissora FM do Vale do Sinos dá voz ao que faz bem

Divulgação/Coletiva.net

Foi lá em cima, no Morro da Comunicação, em Novo Hamburgo, que no dia 6 de março de 1980 uma família luterana, por meio da Fundação Isaec de Comunicação e de um projeto de comunicação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), fundou a primeira emissora FM do Vale do Sinos, a Rádio União FM. O grande casarão rosa, que tem toda arquitetura alemã, em meio à mata nativa, está a apenas três minutos do Centro da cidade e é onde está localizado o veículo até hoje.

Com sede também em Pelotas, o sinal da União FM chega aos ouvintes da Grande Porto Alegre, passando pelo Litoral, Serra, Vale do Sinos, Paranhana, Caí e Jacuí. Em 2000, a emissora passou a ser comandada pela Fundação Sinodal de Comunicação e, atualmente, tem programação variada com música, informação e entretenimento. Além disso, em 2014, a emissora abriu o Memorial União FM, espaço aberto à visitação de todos que estejam interessados em saber mais sobre a história do rádio.

Por décadas, o principal estilo musical da emissora foi a música clássica, porém, há mais de cinco anos aconteceu a grande mudança e a rádio passou a trazer muito mais informação se tornando mais jovem. "Foi uma quebra de paradigma muito grande. Ela remoçou, passou a falar com o público de 25, 30 anos, disponibilizando bastante música dos anos 80, contemporânea e rock atual", explica o diretor-geral Rodrigo Giacomet, que assumiu a direção há três anos, quando a transformação já estava em andamento. A partir daí, a rádio começou a contar com profissionais de renome gaúcho como Denise Cruz, Beto Xavier e Cagê Lisboa, os quais, conforme Giacomet, fizeram esta remoçada na rádio, além da valorização dos talentos locais, que foram mantidos e readequados em suas programações.

Giacometti explica ainda que a rádio procura divulgar muitas notícias positivas. Associada a uma playlist de música boa dentro do perfil escolhido, ainda levam aos ouvintes prestação de serviços, previsão do tempo, trânsito e notícias de helicóptero. "Temos este aspecto de privilegiar notícias que façam as pessoas se animarem. Não escondemos a informação negativa, mas não aprofundamos ou mexemos no sangue ou na prisão. Nós divulgamos e passa. Tanto que nosso slogan é: Voz ao que faz bem", orgulha-se.

Entre os colaboradores, o diretor-geral diz que o diferencial é de uma equipe que se identifica muito com a rádio, admiração que é compartilhada pelos ouvintes da Região Metropolitana. "Praticamente, todo mundo fala muito bem da União e os comunicadores e profissionais envolvidos se identificam com isso. Se preocupam com isso, de serem queridos dentro da comunidade. Então, é um clima alto-astral, positivo", alegra-se.

Músicas alemãs

Domingo pela manhã, das 9h às 13h, são tocadas músicas alemãs e, conforme Giacomet, não se pode mexer neste horário, pois a identidade que já se tem com as bandas e músicas do país se expande por toda região. O operador de áudio e apresentador deste programa, Egidio Mittelstaedt, que fala alemão durante a atração, é um dos personagens da rádio, uma vez que está lá há mais de 30 anos. Quem também é destaque é o locutor, jornalista e produtor Beto Xavier, o qual, segundo Giacomet, tem uma sabedoria musical incontestável, além da apresentadora e jornalista Denise Cruz, que conta com carisma, simpatia e uma supervoz.

O DNA da emissora é música, mas o ambiente de proximidade é destacado como algo positivo e favorável por Giacomet. Tanto é que as reuniões semanais integram as áreas comerciais, editoriais e operacionais. Inclusive, no dia da visita da equipe de Coletiva.net, além de conseguir ouvir música e o canto dos pássaros, também foi possível acompanhar um pouco de uma destas reuniões.

A União FM fica 24 horas no ar, com a programação se iniciando a partir das 6h. Atualmente, conta com 30 colaboradores, que se dividem nos três turnos e, graças aos grupos de WhatsApp, conseguem interagir e dar continuidade ao trabalho. "Bom humor é essencial para o fluxo como um todo. E, para nós, é o que faz com que nosso ouvinte fique próximo da gente. Somos companhias para muitos que estão sozinhos. Já tem tanta coisa ruim, negativa, que se nós não tivermos este viés do bom humor, aí é impossível sermos diferenciados", completa Giacomet.

Rádio em alta

Ivete Abel trabalha desde 2013 no setor comercial. Os primeiros desafios que encontrou foi trocar a área administrativa onde atuava, pelas vendas, porém, diz que tirou de letra, pois a rádio é muito querida dentro da região e por isso acaba sendo muito fácil acessar as empresas e oferecer os produtos da emissora, já que a maioria das pessoas escutam e acreditam na União FM. Logo que entrou na empresa, foi trabalhar no projeto do Memorial da União, que remete aos anos 80, quando a rádio entrou no ar. Os desafios que o mercado apresenta e a manutenção do cliente são, para ela, o que traz muita informação de fora e que contribui para o perfil de informação que o veículo divulga. Entre as referências, destaca Giacomet, a quem dá o título de um marco na rádio e na vida profissional.

Há quatro anos, Beto Xavier é um dos nomes fortes de lá. Chegou em um momento de renovação e teve como desafio ajudar nesta nova fase. Desde então, criou os programas que apresenta, desde o nome até a linha editorial, e se orgulha da liberdade e autonomia que encontrou, o que possibilita transportar toda experiência que tem em prol deste ambiente. A interatividade através da ferramenta WhatsApp é descrita por ele como algo muito importante. "O fato de falarmos também para Porto Alegre e deste universo amplo que temos é muito legal. O feedback é muito positivo", orgulha-se.

Também está no DNA da rádio, junto da música de qualidade, a informação. Uma fórmula muito eficaz, que não tem como errar. Entre as referências, Bero destaca a colega Denise Cruz, com quem trabalhou por 15 anos e que tem gostos parecidos com os seus e afinidade em fazer rádio. "Acho que a União cumpre bem todos seus papéis. Tem bons profissionais, boa formação e uma proposta de rádio agradável de se ouvir, em um momento em que o rádio está em alta, por incrível que pareça. Acredito que a revolução digital só foi positiva para o rádio, pois hoje temos ouvintes até no Japão", compartilha.

Relação emocional

Em março, faz quatro anos que a coordenadora-geral e de programação Denise chegou à empresa, depois de 20 anos de Grupo RBS. Foi convidada pelo então gestor Jorge Flores para tomar um café e conhecer a União e, neste primeiro momento, encantou-se com o local. "Quando fui conhecendo um pouquinho mais da rádio, fui me apaixonando e, hoje, sou bem feliz aqui. Se a vida inicia aos 40, a União está pronta para começar, pois estamos vivendo um novo momento na Comunicação, onde todos os veículos estão se reinventando, então estas quatro décadas prometem. Mais uma vez, um renascimento da União FM ", enaltece.

A equipe muito unida é destacada por Denise como um diferencial, pois o acesso que se tem um com o outro é muito mais fácil e faz com que sejam um time, que tenham o mesmo pensamento e caminhem pelo mesmo lugar. Entre as referências, Beto Xavier ganha o título de enciclopédia do rádio, com quem aprende bastante e que é considerado o irmão da trajetória. Além disso, destaca o DJ Renato Rocha, que a está ensinando até a discotecar. "É injusto citar apenas alguns nomes, pois esta troca acontece com todos os colegas, dentro das suas áreas e suas habilidades", justifica.

O fato da empresa ser em meio à mata nativa, Denise diz que, por ser muito urbana, encontra alguns bichinhos que assustam às vezes, mas nada que a surpreenda muito, pois o local é muito bonito e possibilita que se veja tucano, lagarto e muitos pássaros, por exemplo. Para ela, o maior presente que recebe da rádio é a aceitação dos ouvintes, que tem carinho e amor por esta marca. "É algo que nos deixa até surpreendidos, pois é uma relação emocional. Por mais que eu tenha trabalhado por muito tempo em outras emissoras, esta aceitação, este carinho e marca emocional fui descobrir aqui mesmo, na União", comemora.

Comentários